
(Palestina, séc. IV) Depois de ter vivido escandalosamente em Antioquia, entregue à libertinagem, foi convertida e batizada pelo bispo de Edessa, e terminou os dias fazendo rudes penitências no Monte das Oliveiras, onde Nosso Senhor Jesus Cristo havia sofrido sua Agonia. Esta é uma veneração muito antiga, citada mesmo por são João Crisóstomo em um de seus célebres sermões. Sem dúvida, uma página cristã muito interessante, cujos tênues registros estão mesclados pelas tradições orientais dos primeiros séculos. Originária da Antioquia, Turquia, Pelágia viveu no século III. Era uma bailarina belíssima, escandalosa, muito divertida, festiva e pagã. Costumava encantar e seduzir os homens com sua dança, alegria, roupas, jóias e outros ornamentos luxuosos que usava, exclusivamente, com essa finalidade. Com isso, tornou-se uma das figuras mais conhecidas da vida mundana e social daquela cidade. Além, é claro, de ter conseguido uma sólida riqueza e grande influência. Sua fama ultrapassava os limites do movimentado pólo econômico e social, pois muitos nobres ricos vinham apenas para poder estar com ela, que cada vez mais aumentava suas posses e poder. Entretanto, certa vez a sua ostentação chamou a atenção do bispo Nono. Foi durante uma procissão, a que exuberante bailarina assistia, como se fosse um simples espetáculo, numa atitude debochada e espalhafatosa.