sábado, 15 de dezembro de 2012
Santo do dia 15/12/2012: Santa Virgínia Centurione Bracelli, Santa Nina ou Cristiana, Maria Vitória de Fornari Strata e Carlo Steeb
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Santa Virgínia Centurione Bracelli
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Santa Nina ou Cristiana |
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Maria Vitória de Fornari Strata |
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Carlo Steeb |
Virgínia, riquíssima, filha de um doge da República de
Gênova, nasceu em 2 de abril de 1587. O pai, Jorge Centurioni, era um
conselheiro da República. A mãe, Leila Spinola, era uma dama da sociedade,
católica fervorosa e atuante nas obras de caridade aos pobres. Propiciou à
filha uma infância reservada, pia e voltada para os estudos. Mesmo com vocação
para a vida religiosa, Virgínia teve de casar, aos quinze anos, por vontade
paterna, com Gaspar Grimaldi Bracelli, nobre também muito rico. Teve duas
filhas, Leila e Isabela. Esposa dedicada, cuidou do marido na longa enfermidade
que o acometeu, a tuberculose. Levou-o, mesmo, para a Alexandria, em busca da
cura para a doença, o que não aconteceu. Gaspar morreu em 1607, feliz por
sempre ter sido assistido por ela. Ficou viúva aos vinte anos de idade. Assim,
jovem, entendeu o fato como um chamado direto de Deus. Era vontade de Deus que
ela o servisse através dos mais pobres. Por isso conciliou os seus deveres do
lar, de mãe e de administradora com essa sua particular motivação. O objeto de
sua atenção, e depois sua principal atividade, era a organização de uma rede
completa de serviços de assistência social aos marginalizados. O intuito era
que não tivessem qualquer possibilidade de ofender a Deus, dando-lhes condições
para o trabalho e o sustento com suas próprias mãos. Desenvolvia e promovia as "Obras
das Paróquias Pobres" das regiões rurais conseguindo doações em dinheiro e
roupas. Mais tarde, com as duas filhas já casadas, passou a dedicar-se, também,
ao atendimento dos menores carentes abandonados, dos idosos e dos doentes.
Fundou uma escola de treinamento profissional para os jovens pobres. Numa fria
noite de inverno, quando à sua porta bateu uma menina abandonada pedindo
acolhida, sentiu uma grande inspiração, que só pôs em prática após alguns anos
de amadurecimento. Finalmente, em 1626, doou todos os seus bens aos pobres,
fundou as "Cem Damas da Misericórdia, Protetoras dos Pobres de Jesus
Cristo" e entrou para a vida religiosa. Enquanto explicava o catecismo às
crianças, pregava o Evangelho. As inúmeras obras fundadas encontravam um ponto
de encontro nas chamadas "Obras de Nossa Senhora do Refúgio", que
instalou num velho convento do monte Calvário. Logo o local ficou pequeno para
as "filhas" com hábito e as "filhas" sem hábito, todas
financiadas pelas ricas famílias genovesas. Ela, então, fundou outra Casa,
depois mais outra e, assim, elas se multiplicaram. A sua atividade era
incrível, só explicável pela fé e total confiança em Deus. Virgínia foi uma
grande mística, mas diferente; agraciada com dons especiais, como êxtases,
visões, conversas interiores, assimilava as mensagens divinas e as concretizava
em obras assistenciais. No seu legado, não incluiu obras escritas. Morreu no
dia 15 de dezembro de 1651, com sessenta e quatro anos de idade, com fama de
santidade, na Casa-mãe de Carignano, em Gênova. A devoção aumentou em 1801,
quando seu túmulo foi aberto e seu corpo encontrado intacto, como se estivesse
apenas dormindo. Reavivada a fé, as graças por sua intercessão
intensificaram-se em todo o mundo. Duas congregações distintas e paralelas
caminham pelo mundo, projetando o carisma de sua fundadora: a Congregação das
Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário, com sede em Gênova; e a
Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário, com sede em Roma.
Virgínia foi beatificada em 1985. O mesmo papa que a beatificou, João Paulo II,
declarou-a santa em 2003. O seu corpo é venerado na capela da Casa-mãe da
Congregação, em Gênova, com uma festa especial no dia de sua morte. Mas suas
"irmãs" e "filhas" também a homenageiam no dia 7 de maio,
data em que santa Virgínia Centurione Bracelli vestiu hábito religioso.
Santa Nina ou Cristiana
No século IV, vivia, nas terras pagãs entre o mar Negro e o
mar Cáspio, hoje território da Geórgia, uma jovem escrava cristã chamada Nina
ou Nuné. Era o tempo do imperador Constantino e ela havia nascido na Capadócia,
atual Turquia, e fora aprisionada por ocasião da invasão dos bárbaros aos
confins orientais do Império Romano. Nina era uma escrava que demonstrava toda
sua fé em Cristo, na alegria com que enfrentava as dificuldades e os
sofrimentos. Esse fato chamou a atenção dos pagãos com quem convivia. Assim,
teve a oportunidade de ensinar a palavra de Cristo a todos os que a cercavam.
Tornou-se tão conhecida que passaram a chamá-la de "Cristiana", a
serva cristã. A antiga tradição russa narra que, certa vez, uma senhora
procurou-a, pedindo que solicitasse a intervenção de Deus para que seu filho,
gravemente enfermo, não morresse. Nina se ajoelhou aos pés da cama onde estava
a criança e rezou com tanto fervor que o menino abriu os olhos, sorriu e
levantou-se na frente de todos. Foi o bastante para que toda a região mostrasse
interesse pela religião da serva de Cristo. Quanto mais prodígios ela promovia,
mais catequizava e convertia os pagãos. Até que, um dia, a rainha desse povo,
chamada Nana, adoeceu gravemente e nenhum remédio conseguia fazê-la melhorar.
Tentaram de tudo. Nada parecia possível. Então, alguém se lembrou dos chamados
"poderes" da serva cristã. Como último recurso, foram sugeridos à rainha,
que mandou chamá-la. Assim, essa humilde escrava foi ao palácio atender a
rainha, levando consigo apenas a certeza de sua fé e a confiança de suas
orações. Logo conseguiu curar a soberana. Enquanto ela se recuperava, seu
marido, o rei Mirian, certo dia, saiu em comitiva para uma caçada. Mas o grupo
acabou isolado no bosque devido a uma violentíssima tempestade. A situação era
crítica, com trovões e raios incendiando árvores, pedras rolando ao vento e
atingindo pessoas. O pavor tomou conta de todos, clamaram por seus deuses, mas
nada acontecia. Lembrando-se da rainha, o rei decidiu rezar para o Deus de
Cristiana. Uma luz, então, foi vista saindo do céu, a tempestade cessou e todos
puderam regressar sãos e salvos à Corte. Nesse instante, o rei sentiu a fé
invadir seu coração. Ao voltar, procurou a escrava Nina e lhe pediu que falasse
tudo o que sabia sobre sua religião. Acabou catequizado e convertido.
Entretanto os reis Mirian e Nana não podiam ser batizados, pois na Corte não
havia nenhum bispo. Seguindo a orientação de Cristiana, o rei enviou esse
pedido ao imperador Constantino. Nesse meio tempo, mandou construir a primeira
igreja cristã, de acordo com uma planta feita sob orientação de Nina, já
liberta. Quando chegou o primeiro bispo da Geórgia acompanhado de um grupo de
sacerdotes missionários, encontraram o povo já abraçando a doutrina de santa
Nina, como os fiéis a chamavam por força de sua piedade e prodígios de fé. Com
facilidade, converteram a nação inteira, a partir da grande solenidade do
batismo do casal real. Depois, junto com o bispo, o rei Mirian e a rainha Nana
construíram o Mosteiro Samtavro, anexo àquela igreja, onde mais tarde foram
sepultados. Nele também viveu alguns anos santa Nina, que morreu no ano 330.
Venerada pelos fiéis como padroeira da Geórgia, suas relíquias estão guardadas
na Catedral da Metiskreta, antiga capital do país. Seu culto foi confirmado,
sendo realizado, no Oriente, em 14 de janeiro, enquanto a Igreja de Roma a
comemora no dia 15 de dezembro.
Maria Vitória de Fornari Strata
Maria Vitória não foi uma simples mulher. Filha, esposa, mãe,
viúva e religiosa, ela atravessou todos os caminhos possíveis dentro dos
preceitos do cristianismo. Nasceu em Gênova, em 1562. Era a sétima dos nove
filhos do casal Jerônimo e Bárbara, cristãos e de vida bem austera. Embora em
criança acalentasse o sonho de tornar-se religiosa, teve de casar aos dezessete
anos. O noivo foi escolhido pela família, como costume da época. Chamava-se
Ângelo Strata e tiveram uma união feliz e muito harmoniosa. Mas o infortúnio
chegou oito anos depois, com a morte de Ângelo. Maria Vitória ficou viúva aos
vinte e cinco anos de idade, com cinco filhos e mais um que nasceu um mês
depois da fatalidade. Embora a tivesse deixado em boa situação financeira, ela
passou imensas dificuldades. Essa crise a fez várias vezes pedir a morte. Só
encontrou forças na fé, na oração e na penitência. Mais tarde, quando as filhas
já haviam ingressado num mosteiro e os filhos entraram para a Ordem dos Frades
Mínimos de São Francisco de Assis, ela se entregou, definitivamente, à
religião. Juntou-se com as damas Vicentina Lomellini Centurione, Maria
Tacchini, Chiara Spinola e Cecília Pastori para fundar a Ordem das Irmãs da
Anunciação Celeste. O mosteiro foi preparado para elas num castelinho de Gênova
por Bernardino Zanoni, marido de Vicentina. As Regras da Ordem determinavam às
religiosas uma vida de íntima devoção à Virgem da Anunciação, com votos à
piedade e caridade, em clausura absoluta. Quando professou os votos e vestiu o
hábito, como fundadora da nova Ordem, foi eleita superiora. Depois, por desejo
próprio entregou o cargo para exercer somente os trabalhos mais humildes. Viveu
nessa simplicidade e penitência mais cinco anos, até morrer em 15 de dezembro
de 1617. O papa Leão XII declarou bem-aventurada Maria Vitória de Fornari
Strata em 1828.
Carlo Steeb
Carlo nasceu na antiga cidade alemã de Tübingen em 18 de
dezembro de 1773, numa família de luteranos convictos e praticantes. O pai era
um administrador de empresas conceituado e muito competente, gerenciava os bens
do duque de Wurttenberg, de quem a cidade herdou o nome atual. A família lhe
deu uma sólida instrução, numa boa e tradicional escola da cidade. Depois a
completaram sua formação profissional com duas viagens ao exterior. Aos dezesseis
anos, foi para Paris, aprender francês. Após dois anos, seguiu para Verona,
onde aprendeu italiano e prática comercial. Carlo era um rapaz reservado,
amadurecido para a idade, que se dedicava totalmente aos estudos e ao trabalho.
Era um protestante devoto e praticante, como todos na família, mas aos poucos
foi apreciando as conversas profundas que mantinha com os sacerdotes e leigos
católicos. Aprofundou-se na doutrina e se converteu, em 1792. Quatro anos
depois, recebeu a ordenação sacerdotal, mas foi deserdado pela família. Desde
então, dedicou-se, com fé inabalável à Virgem Maria, no auxilio aos católicos
enfermos vitimados durante a guerra que ocorria naquele tempo. Organizou grupos
missionários à população, exercícios espirituais aos irmãos leigos e sacerdotes
e centros catequizadores. Assumiu com zelo a tarefa de reconduzir para a Igreja
Católica os que seguiam outras doutrinas. Dedicou sua vida aliviando o
sofrimento dos enfermos, sendo sempre encontrado no hospital, ou no asilo, onde
residia com eles. Foi exatamente no Hospital dos Militares que padre Carlo teve
a inspiração para fundar uma Congregação de religiosas, destinadas a servir nos
hospitais. Em 1840, contraiu o tifo. Nessa época, havia recuperado toda a
herança paterna, com a morte de sua irmã Guilhermina; assim, resolveu fazer seu
testamento. Recuperou-se, segundo ele, pela generosa intercessão da Virgem
Maria. Naquele mesmo ano, fundou a Congregação das Irmãs da Misericórdia,
destinada ao atendimento de qualquer tipo de doenças do físico e da alma, em
hospitais e casas de saúde. A Obra começou com apenas dois quartos, sustentada
por ele com seu capital, e com o auxílio de Luisa Poloni, depois irmã Vincenza,
de quem padre Carlo era confessor. Aliás, ele era o confessor de todos os
habitantes de Verona, que o amavam como se fosse a "mãe dos doentes".
Depois, a Congregação se espalhou por quase toda a Europa, América Latina e
África. Padre Carlo morreu em 15 de dezembro de 1856. Foi sepultado na igreja
da Casa-mãe da Congregação, em Verona, Itália. O papa Paulo VI proclamou
bem-aventurado Carlo Steeb em 1975, sendo homenageado no dia de sua morte.
Oração do dia 15/12/2012
Senhor, diante dessa passagem difícil eu me lembro que
preciso de vossa ajuda para entender esses livros antigos que me falam de vós e
de vosso plano de salvação. Livrai-me dos preconceitos, para que não vos
entenda do meu jeito e de acordo com meus gostos. E dai-me humildade para ler e
entender vossa palavra como vosso povo a entendeu no passado e entende no
presente. Amém!
Deus nos fala dia 15/12/2012
Na história da salvação os santos e os mártires
entusiasmaram-se com a verdade do Reino, encontrando no Evangelho a força de
que precisavam para suportar e vencer as adversidades. E esse “fogo” deve
incendiar de ardor missionário também a nós!
Leitura do dia 15/12/2012
Eclesiástico 48,1-4.9-11
Leitura do Livro do Eclesiástico: Naqueles dias, 1o
profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha. 2Fez
vir a fome sobre eles e, no seu zelo, reduziu-os a pouca gente. 3Pela
palavra do Senhor fechou o céu e de lá fez cair fogo por três vezes. 4Ó
Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia gloriar-se de
ser semelhante a ti? 9Tu foste arrebatado num turbilhão
de fogo, num carro de cavalos também de fogo, 10tu, nas ameaças
para os tempos futuros, foste designado para acalmar a ira do Senhor antes do
furor, para conduzir o coração do pai ao filho, e restabelecer as tribos de
Jacó. 11Felizes
os que te viram, e os que adormeceram na tua amizade! Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 15/12/2012
Mateus
17,10-13
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus:
“Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e
colocará tudo em ordem. 12Ora,
eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram
com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por
eles”. 13Então os
discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista. Palavra da
Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Santo do dia 14/12/2012: São João da Cruz, São Venâncio Fortunato, Santo Esperidião e São Nimatullah Kassab Al-Hardini
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São João da Cruz
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São Venâncio Fortunato |
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Santo Esperidião |
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São Nimatullah Kassab Al-Hardini
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Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em Fontivaros,
na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho. Ainda na
infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma família rica
e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado da herança. A
jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde, considerada de classe
"inferior". Assim, com a morte do marido, que a obrigou a trabalhar,
mudou-se para Medina, com os filhos. Naquela cidade, João tentou várias
profissões. Foi ajudante num hospital, enquanto estudava gramática à noite num
colégio jesuíta. Então, sua espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na
Ordem Carmelita, aos vinte e um anos. Foi enviado para a Universidade de
Salamanca a fim de completar seus estudos de filosofia e teologia. Mesmo
dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em
hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro. Ordenou-se
sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou em procurar
uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito branda. Foi
então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização
para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela também tinha
carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com conventos masculinos.
Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da Cruz para esse
trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua reforma,
recuperando os princípios e a disciplina. João da Cruz encarregou-se de formar
os noviços, assumindo o cargo de reitor de uma casa de formação e estudos,
reformando, assim, vários conventos. Reformar uma Ordem, porém, é muito mais
difícil que fundá-la, e João enfrentou dificuldades e sofrimentos incríveis,
para muitos, insuportáveis. Chegou a ser preso por nove meses num convento que
se opunha à reforma. Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz
dos sofrimentos e contrariedades com prazer, o que é só compreensível aos
santos. Aliás, esse foi o aspecto da personalidade de João da Cruz que mais se
evidenciou no fim de sua vida. Conta-se que ele pedia, insistentemente, três
coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo,
não deixá-lo sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade.
Terceiro, e mais surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado
pelos seres humanos. Para ele, fazia parte de sua religiosidade mística
enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus, pois lhe proporcionava êxtases e
visões. Seu misticismo era a inspiração para seus escritos, que foram muitos e
o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila, outra grande mística do seu tempo.
Assim, foi atendido nos três pedidos. Pouco antes de sua morte, João da Cruz
teve graves dissabores por causa das incompreensões e calúnias. Foi exonerado
de todos os cargos da comunidade, passando os últimos meses na solidão e no
abandono. Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas
quarenta e nove anos de idade, no Convento de Ubeda, Espanha. Deixou como
legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e teológico.
E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem Carmelita
Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia de sua
morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo papa Pio
XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas espanhóis.
São Venâncio Fortunato
Venâncio Honório Clemente Fortunato: um nome grande, de uma
grande figura da cristandade de todos os tempos. Era italiano, nasceu numa
família pagã, em Treviso, no ano 530. Estudou em Ravena, importante pólo
cultural da época, onde se formou em gramática e retórica e se converteu. Porém
Venâncio sofria de uma doença crônica nos olhos e estava quase cego. Devoto
extremado de são Martinho de Tours, rezou muito para a cura por sua
intercessão. Que ocorreu depois de tocar os olhos com o óleo da lamparina que
iluminava a capela dedicada ao santo. Decidiu peregrinar, louvando o milagre
que Deus lhe concedera, e agradecer pela intercessão do santo junto ao seu
túmulo, na Gália, hoje França. Dessa longa peregrinação não mais retornou. No
extenso percurso, exercitou um de seus dons, o da poesia, talvez o melhor.
Entre camponeses analfabetos e curiosos, através dela conquistava todos os
cristãos, e convertia os pagãos. As suas palavras e versos sublimes se
transformavam logo em música criando um ambiente cristão, fraterno e alegre,
sendo por isso muito bem acolhido por onde passava. Ao chegar à sepultura de
são Martinho em Tours, declamou o belíssimo poema que lhe dedicara pela graça
obtida. Depois, seguiu para Poitiers, onde conheceu a futura santa Rategunda,
rainha da França. O encontro mudou o rumo de sua vida. Por motivos políticos,
ela tivera de casar-se com o rei Clotário I, pagão, pouco letrado e dado às
conquistas violentas. Mais tarde, depois de tê-lo convertido, conseguiu sua
autorização para seguir a vida religiosa e fundar um convento. Muito grato e
respeitoso, Clotário I fez ainda mais, doou-lhe o castelo de Poitiers, que ela
transformou no Convento de Santa Cruz, do qual se tornou abadessa. Foi o estilo
de vida monástico da abadessa que fez com que o poeta Venâncio Fortunato se
tornasse sacerdote. Rategunda, então, entregou a direção espiritual do convento
a ele, com autorização do bispo. Assim, numa Corte composta por nobres pouco
instruídos, ela tomou este brilhante poeta e literato como seu particular
secretário, confessor e conselheiro espiritual. Venâncio Fortunato atingiu,
ali, o seu melhor momento literário, época de intensa inspiração e produção.
Escreveu diversas biografias de santos, entre eles Martinho de Tours, Germano
de Paris, Hilário de Poitiers e muitos outros. Também a sua notória obra
poética se perpetuou através da inclusão no breviário da missa, sob a forma de
hinos e cânticos, especialmente notados na Semana Santa. Em 600, foi eleito e
consagrado bispo de Poitiers, tornando-se uma figura muito proeminente na
história da Gália. Morreu em 14 de dezembro de 607, na sua diocese. Logo passou
a ser cultuado pelo povo como santo. A obra que deixou nos leva a uma piedade
verdadeira e terna, como a sua, testemunho de humanidade e fé numa época
primitiva de barbáries. Por isso, na Catedral de Poitiers, na França, onde suas
relíquias são veneradas no dia de sua morte, foi-lhe dedicado um vitral que
reflete e enaltece a sua figura de humilde peregrino, laureado poeta, músico e
bispo, que foi, em vida, santificada e brilhante no seguimento de Cristo.
Santo Esperidião
Esperidião nasceu em 270, na cidade de Trimitous, em Chipre,
Grécia. De família humilde, não teve possibilidade de estudar. Casou-se e, para
sustentar a família, se tornou um pastor de cabras. Teve uma filha chamada
Irene, que se consagrou a Deus. Com a morte de sua esposa, decidiu seguir a
vida religiosa e dedicar-se somente a Cristo. Estudou primeiro na escola
catequista da Alexandria, mas preferiu seguir a vida monástica na comunidade
religiosa de santo Antônio, abade, também no Egito. Mais tarde, a Igreja o
chamou para exercer o ministério episcopal, sendo consagrado bispo da sua
cidade natal. Nessa função ele conservou a mesma austeridade da vida monástica,
demonstrando, sempre, que essa era a de sua preferência. Esperidião era um
taumaturgo, fora agraciado com o dom da cura e da profecia. Era venerado pelos
habitantes, que o consideravam, em vida, um santo. Durante as perseguições aos
cristãos, foi capturado e confessou sua fé em Cristo para o próprio imperador
Galileu Maximiliano. Por isso sofreu terríveis torturas, que o deixaram sem o
olho esquerdo e sem o movimento da perna esquerda, pois lhe cortaram os nervos
do joelho. Dessa maneira, foi enviado aos trabalhos forçados nas minas. Quando
as perseguições terminaram e a paz foi concedida à Igreja, Esperidião retornou
para sua diocese. Participou do Concílio de Nicéia, no qual debateu as verdades
da doutrina cristã com um ilustre filósofo pagão que a insultava, o qual, além
de convencido, foi convertido à fé. Também esteve no Concílio de Sardenha, em
347, como um dos zelosos defensores do futuro santo Atanásio, bispo de
Alexandria, que no final do evento conseguiu sua reabilitação junto à Igreja.
Todas essas atuações foram relatadas pelo próprio Atanásio, que foi de
Esperidião um bom amigo, conforme indicam as cinco cartas de agradecimentos que
escreveu a Jerônimo. Esse, agora santo e doutor da Igreja, dedicou a Esperidião
um capítulo do seu livro "Homens ilustres". Esperidião morreu alguns
anos após 347, numa data incerta, em sua diocese de Trimitous, na ilha de
Chipre. Se já era venerado por sua santidade em vida, a partir de então sua
fama propagou-se entre os fiéis, e o tempo só a fez aumentar. No século XV,
quando os árabes muçulmanos invadiram e tomaram conta de Chipre, a população
abriu sua sepultura para esconder as suas relíquias. Na ocasião, o local foi
impregnado por um suave cheiro de basílico, sinal evidente de sua santidade.
Hoje, suas relíquias mortais estão guardadas na igreja de Santo Esperidião, na
ilha grega de Cofú. O local se tornou um santuário que recebe peregrinos e
devotos do Oriente e do Ocidente. Seu culto foi confirmado pela Igreja, que
indicou o dia 14 de dezembro para a festa litúrgica em lembrança à memória de
santo Esperidião, bispo de Trimitous. Mas anualmente ele é homenageado com
quatro procissões, em sinal de gratidão por suas intercessões na salvação da
cidade e dos habitantes em várias situações de calamidades.
São Nimatullah Kassab Al-Hardini
O padre Nimatullah Kassab Al-Hardini nasceu em 1808, na
aldeia de Hardin, situada nas montanhas ao norte do Líbano, no oeste da Ásia.
Foi o quarto filho da família Kassab, que era composta de cinco meninos e duas
meninas, sendo batizado com o nome de José. A família, cristã maronita
fervorosa, deu sólida educação intelectual, religiosa e moral aos filhos, por
isso todos seguiram a vida de religioso, exceto o primogênito e a caçula. Durante
a infância, freqüentou os mosteiros e os ermos do seu povoado. Terminados os
estudos, foi viver com o avô, também padre maronita, cujo exemplo solidificou
sua vocação para o sacerdócio. Na Igreja Maronita, como em todas as igrejas
orientais, se conserva a tradição de os homens casados poderem tornar-se padres
e continuar a ter vida conjugal, desde que seja garantido o ministério
paroquial; mas uma vez diácono ou padre, não pode mais casar-se. José
participava das atividades litúrgicas no mosteiro com os monges e, na paróquia,
com o avô e os fiéis. Aos vinte anos, em 1828, ingressou na Ordem Libanesa
Maronita. Tomando o nome de "irmão Nimatullah", que significa
"graça de Deus", fez os dois anos do noviciado do Mosteiro de Santo
Antônio de Qozhaya, entregando-se com fervor à oração comunitária, ao trabalho
manual e às visitas ao Cristo eucarístico. Em 1830, recebeu o hábito monacal e
fez a profissão solene dos votos, consagrando-se, totalmente, a Deus. Na
ocasião, foi enviado para o Mosteiro de São Cipriano e Santa Justina para
estudar filosofia e teologia, onde também trabalhava na lavoura e como
encadernador de manuscritos e livros. Por causa do rigoroso estilo de vida
monástica que ele impunha a si mesmo, acabou doente e teve de mudar para uma
tarefa mais leve: foi trabalhar na alfaiataria. Terminando seus estudos
eclesiásticos, com grande sucesso, em 1835, foi ordenado sacerdote e nomeado
diretor dos estudantes e professor, cargo que ocupou até morrer. Disciplinado,
não tinha tempo ocioso; dividia seu dia entre a oração e o trabalho
intelectual, manual ou religioso. Ciente da dura realidade que as famílias
libanesas viviam, fundou uma escola para educar e dar formação religiosa
gratuita os jovens. Viveu duas guerras civis, uma em 1840 e a outra em 1845, durante
as quais mosteiros e igrejas foram saqueados e incendiados e numerosos cristãos
maronitas morreram. Era severo consigo mesmo, mas misericordioso e indulgente
para com os irmãos. A partir de 1845, reconhecendo o seu zelo na observância
das regras monásticas, a Santa Sé o nomeou, em três ocasiões, assistente geral,
o que o obrigou a residir no Mosteiro de Nossa Senhora de Tâmish, que na época
era a Casa-matriz da Ordem. Mas nunca descuidou do seu trabalho de
encadernador, que exercia com espírito de grande pobreza. No inverno de 1858,
pegou uma forte pneumonia, da qual não se recuperou mais. Padre Nimatullah
Kassab Al-Hardini faleceu em 14 de dezembro de 1858, invocando a Virgem Maria,
confiando-lhe sua alma. Viveu como homem de oração e morreu como homem de
oração. Foi enterrado no mosteiro da São Cipriano de Kfifan, e seu corpo ficou
incorrupto. Beatificado pelo papa João Paulo II em 1998, sendo canonizado pelo
mesmo pontífice em 2004. A sua festa ocorre no dia de sua morte.
Oração do dia 14/12/2012
Senhor, dai-me disponibilidade total e abertura de coração,
para que abrace logo vossas propostas, sem impor condições, sem exigir clareza
nem certeza total. Ajudai-me a ter aquela confiança generosa, que me leve a
aceitar as mudanças de rumo inesperadas. Creio que cuidais de mim, e nada
sugeris que não seja para meu maior bem e para maior vantagem de meus irmãos.
Amém!
Deus nos fala dia 14/12/2012
Se queremos viver autenticamente a liberdade,
devemos construir a base profunda de nossas aspirações: a paz, a justiça, a
solidariedade. Mas sem Deus ninguém é capaz disso. Por isso, Jesus dá-nos sua
mensagem salvadora, seu Evangelho!
Leitura do dia 14/12/2012
Isaías 48,17-19
Leitura do Livro do Profeta Isaías: 17Isto
diz o Senhor, o teu libertador, o Santo de Israel: “Eu, o Senhor teu Deus, te
ensino coisas úteis, te conduzo pelo caminho em que andas. 18Ah,
se tivesses observado os meus mandamentos! 19Tua paz teria
sido como um rio e tua justiça como as ondas do mar; tua descendência seria
como a areia do mar e os filhos do teu ventre como os grãos de areia; este nome
não teria desaparecido nem teria sido cancelado de minha presença”. Palavra do
Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 14/12/2012
Mateus
11,16-19
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, disse Jesus às
multidões: 16“Com quem vou
comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para
os colegas, dizendo: 17‘Tocamos
flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ 18Veio João, que não come nem bebe,
e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19Veio
o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de
cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com
base em suas obras”. Palavra da Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Santo do dia 13/12/2012: Santa Luzia ou Lúcia e Santa Otília ou Odília
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Santa Luzia ou Lúcia
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Santa Otília ou Odília |
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada
Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em
grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A inscrição trazia o
nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do
século IV. Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão
("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século
V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com
todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua
intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a
invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou
da cegueira. Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa
Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos,
entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte
perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da
literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra
"A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça
iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o
mundo inteiro, permanecendo até hoje. Luzia pertencia a uma rica família
napolitana de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha
como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de
virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque
uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer
Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher
voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além
disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como
era seu desejo. Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o
casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período
da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a
jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o
governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à
prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez
homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer
ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas
ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu
tirar-lhe a vida. Era o ano 304. Para proteger as relíquias de santa Luzia dos
invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para
Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra
de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204
para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro
e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas
relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio
também.
Santa Otília ou Odília
A região da Alsácia sempre foi muito disputada, pertencendo
primeiro ao Império Romano, depois ora à Alemanha, ora à França. No século VII,
a Alsácia era um ducado da Alemanha. Na época, o senhor do local era Aldarico,
que desejava muito um filho para ser o sucessor e herdeiro da sua rica cidade.
O duque era recém-batizado, ainda não era um cristão muito rigoroso. No entanto
era generoso e aprovava a caridade feita pela esposa, Benvinda, de fato uma
fiel cristã. Quando Aldarico recebeu a notícia de que sua esposa teria um
filho, ficou eufórico. Porém, ao saber que nascera uma menina cega, expulsou a
herdeira do castelo. A criança foi entregue às religiosas de um mosteiro, onde
foi educada. Um dia, elas receberam o bispo Heraldo, dizendo que um anjo, em
sonho, lhe dera a ordem de ir àquele mosteiro para batizar uma menina.
Apresentaram a pequena cega, que ele batizou com o nome de Odília, que
significa "luz de Deus". No momento do sacramento, o bispo disse:
"Que os teus olhos do corpo se abram, como foram abertos os teus olhos da
alma". Odília passou a enxergar e recebeu o dom da profecia. Assim, depois
se tornou uma das maiores místicas cristãs, com previsões que impressionam
ainda hoje. Em especial, aquelas da Segunda Guerra Mundial, descritas com
riqueza de detalhes. Os registros mostram que, posteriormente, ela passou a ser
chamada por Otília. E que o próprio bispo foi pedir para Aldarico receber a
filha no castelo. Aldarico só concordou porque já tinha nascido Hugo, irmão
mais novo de Otília, o qual intercedeu a seu favor. Aos poucos, ela cativou o
coração de seu pai, com sua delicadeza, e comovente generosidade. Arrependido
do que lhe fizera, com verdadeiro amor de pai, quis compensá-la com um bom
casamento. Quando soube dessa intenção, Otília fugiu, pois queria seguir a vida
religiosa. Nesse momento, Aldarico se converteu, comovido com a atitude da
filha. Mandou expedir um decreto dizendo que estava perdoada, que podia seguir
sua vocação cristã e que fundaria um mosteiro para ela. Foi assim que o belo
castelo de Hohenbourg, no alto de uma montanha às margens do rio Reno, se
tornou mosteiro. A primeira abadessa foi Otília, com muitas religiosas sempre
ingressando nele. Como elas atendiam todos os pobres, principalmente os doentes
incuráveis e abandonados, logo a abadessa fundou ali um hospital. Mais tarde,
até Aldarico e Benvinda ingressaram no mosteiro, onde morreram amparados pelos
cuidados da futura santa e amada filha. Os castelos herdados, Otília
transformou-os em hospitais e mosteiros. Depois de muitos anos dedicados à
oração, penitência e a caridade, administrando incansavelmente a imensa obra,
Otília morreu serena e em paz. Era o dia 13 de dezembro de um ano incerto, no
final do século VII. Foi sepultada no seu mosteiro de Hohenbourg, ao lado da
fonte que fizera brotar com suas orações, quando o mosteiro ficara sem água.
Desde então, por sua intercessão os devotos enfermos que molham os olhos com
essa água conseguem a graça da cura. O local se tornou um santuário em 1807,
quando o papa Pio VII autorizou seu culto, declarando-a santa, para ser
festejada na data de sua morte. Todos os imperadores alemães, desde Carlo Magno
no ano 800, lhe renderam homenagens. Até o papa São Leão IX e o rei Ricardo I
da Inglaterra foram, em peregrinação, visitar seu túmulo. Santa Otília é
intensamente venerada como protetora dos doentes da visão, dos cegos e dos
médicos oftalmologistas, principalmente entre os povos de origem alemã. A
Igreja a declarou padroeira da Alsácia, atual território francês. Os mosteiros
e os hospitais fundados por ela foram entregues aos monges beneditinos, que
mantiveram a finalidade inicial dada por santa Otília: a assistência aos pobres
e doentes incuráveis. E fizeram florescer uma vigorosa e robusta Congregação
religiosa espalhada pelos cinco continentes.
Oração do dia 13/12/2012
Senhor, eu vos agradeço a graça de vivermos neste tempo,
depois que vos fizestes homem entre nós, depois que tantos discípulos vossos
transformaram tanta coisa no mundo. Hoje temos mais oportunidades e desafios do
que antes. Ajudai-nos, então, a perceber com sabedoria as oportunidades, e a
dar resposta corajosa e eficaz aos desafios. Para sermos os discípulos que
quereis. Amém!
Deus nos fala dia 13/12/2012
“Eu sou o Senhor teu Deus, que te tomo pela mão.”
Dele temos sede e somente Ele poderá saciar nossa sede de vida, de paz e
salvação. Como João Batista precisamos viver a radicalidade do anúncio e do
seguimento de Jesus!
Leitura do dia 13/12/2012
Isaías 41,13-20
Leitura do Livro do Profeta Isaías: 13Eu
sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão e te digo: “Não temas; eu te
ajudarei. 14Não tenhas medo, Jacó, pobre verme, não temais,
homens de Israel. Eu vos ajudarei”, diz o Senhor e Salvador, o Santo de Israel.
15Eis
que te transformei num carro novo de triturar, guarnecido de dentes de serra.
Hás de triturar e despedaçar os montes, e reduzirás as colinas a poeira. 16Ao
expô-los ao vento, o vento os levará e o temporal os dispersará; exultarás no
Senhor e te alegrarás no Santo de Israel. 17Pobres e
necessitados procuram água, mas não há, estão com a língua seca de sede. Eu, o
Senhor, os atenderei, eu, Deus de Israel, não os abandonarei. 18Farei
nascer rios nas colinas escalvadas e fontes no meio dos vales; transformarei o
deserto em lagos e a terra seca em nascentes d’água. 19Plantarei no
deserto o cedro, a acácia e a murta e a oliveira; crescerão no ermo o pinheiro,
o olmo e o cipreste juntamente, 20para que os homens vejam e saibam,
considerem e compreendam que a mão do Senhor fez essas coisas e o Santo de
Israel tudo criou. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 13/12/2012
Mateus
11,11-15
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo, disse Jesus à
multidão: 11“Em verdade eu
vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João
Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até
agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os Profetas e a
Lei profetizaram até João. 14E
se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem
tem ouvidos, ouça”. Palavra da Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Santo do dia 12/12/2012: Nossa Senhora de Guadalupe e Bartolomeu Bompedoni
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Nossa Senhora de Guadalupe
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Bartolomeu Bompedoni
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Nossa Senhora de Guadalupe
Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é
emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre
operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um
simples índio mexicano. Tudo se passou em 1531, no México, quando os
missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se
espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram
muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso
da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às
nações indígenas. Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes. A primeira vez,
quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade do México,
atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao
bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra.
Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o
ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando
resposta se iria, ou não, iniciar a construção. Passados uns dias, Maria
apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o bispo com lágrimas
nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o bispo, que exigiu do
piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora. Deu-se,
então, o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante
da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia
à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um tio seu, que
agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima.
Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante
ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no
alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido,
porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um
rigoroso inverno. Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou muitas rosas,
recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara,
foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença. E assim fez o fiel índio.
Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda
imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o
bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e
saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o
teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde
sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê
do nome. A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o
manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias
construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as
romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos. O
local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na
famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele,
está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados
tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como
mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o
povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita", quando a celebra no
dia 12 de dezembro, data da última aparição. Foi declarada padroeira das
Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o
papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América
Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.
Bartolomeu Bompedoni
Os condes João e Justina Bompedoni viviam muito felizes no
seu castelo em São Gimigniano, na bela região italiana da Toscana. A felicidade
ficou completa quando nasceu o filho, em 1228, batizado com o nome de
Bartolomeu. A família, muito religiosa, educou-o dentro dos princípios
verdadeiros da doutrina cristã. Ele cresceu humilde, caridoso e voltado apenas
para a religião, apreciando mais a simplicidade que o luxo. Na juventude, quis
seguir a vida religiosa. Mas os pais foram contra, queriam o único fílho junto
de si e cuidando dos negócios da família. Decidiram que era melhor que ele se
casasse. Acertam a aliança com uma nobre família, cuja bela filha, cristã e
caridosa, também aguardava por um matrimônio apropriado. Mas no dia do noivado
Bartolomeu fugiu. Procurou acolhida no Mosteiro beneditino de São Vito, na
vizinha cidade de Pisa. Não ingressou como noviço, decidiria isso só depois.
Ficou lá apenas trabalhando como enfermeiro entre os doentes. Certa noite, que
ele próprio não soube explicar se teve um sonho ou uma visão, Jesus
Ressuscitado lhe apareceu, com o corpo cheio de chagas, e disse: "Para
fazer a minha vontade, não devereis tornar-te um monge; devereis, ao invés,
viver no sofrimento por vinte anos". Bartolomeu, ouvindo o
"recado", deixou o mosteiro e a cidade, indo para outra região,
Volterra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Aos trinta anos de
idade, o bispo de Volterra ordenou-o sacerdote e enviou-o como capelão de um
pequeno povoado e, depois, pároco de outro. Nas duas missões, distinguiu-se pelo
zelo apostólico. Foram vinte anos dedicados à caridade aos pobres, de amor ao
próximo e de palavras reconciliadoras. Padre Bartolomeu era amado por todos,
ricos e pobres. Com pouco mais de cinqüenta anos de idade, consternou os fiéis
ao comunicar que havia contraído a lepra. Chegara, então, o momento do seu
sofrimento. Naquele tempo, a doença significava total exclusão social, ou seja,
era a morte em vida. Pediu ao seu bispo, que concordou, e se retirou como
reitor do leprosário de Cellole, na mesma região. Foi então que Bartolomeu,
agora isolado, ganhou fama e notoriedade. A serenidade e santidade da sua
figura causavam admiração na população de toda a Itália. A paciência e a
capacidade de suportar o seu sofrimento, aliviando e confortando seus companheiros
de infortúnio, eram realmente dignas de um irmão franciscano. Comparado ao
personagem bíblico leproso e mesmo assim agradecido a Deus, passou a ser
chamado de "o Jó da Toscana". Recebia devotos de todos os lugares que
iam à sua procura em busca de conselho. Aos que se lamentavam de qualquer
dificuldade ou doença, respondia com a alegria dos santos: "Não sabes que
precisava que Cristo sofresse para entrar na sua glória?" Morreu vinte
anos depois, em 12 de dezembro de 1300, aos setenta e dois anos. Seu túmulo, na
igreja de Santo Agostinho, em São Gimigniano, Toscana, ainda hoje é um lugar de
milagres e graças atribuídos à sua intercessão, sobretudo pelos doentes de
hanseníase, a popular lepra. O culto nessa data foi aprovado em 1498, quando a
Santa Sé declarou bem-aventurado Bartolomeu Bompedoni.
Oração do dia 12/12/2012
Senhor, alegro-me com Maria e Isabel, duas escolhidas para a
maternidade de vosso Filho e de João, o preparador de caminhos para a salvação.
Duas mulheres tão humildes elevadas a posição tão alta em vosso projeto divino
para a humanidade. Hoje vos quero pedir por todas as mães, as santas e as
pecadoras. Que a maternidade seja para elas fonte de felicidade e salvação.
Amém!
Deus nos fala dia 12/12/2012
Todos nós precisamos de Deus. Sem Ele é impossível
ter a vida, a paz e a salvação. A pessoa de fé compreende que sua vida depende
de Deus. Nossa vocação é para viver dignamente como filhos ou filhas do Pai.
Maria compreendeu isso, e isso é possível também para nós!
Leitura do dia 12/12/2012
Gálatas 4,4-7
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas: Irmãos, 4quando
se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher,
nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram
sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E
porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho,
que clama: Abá – ó Pai! 7Assim, já não és mais escravo, mas
filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus. Palavra
do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 12/12/2012
Lucas
1,39-47
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas: 39Naqueles
dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a
uma cidade da Judeia. 40Entrou
na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou
cheia do Espírito Santo. 42Com
um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto
do teu ventre! 43Como posso
merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo
que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu
ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque
será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46Então
Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e
o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”. Palavra da Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Santo do dia 11/12/2012: São Dâmaso I e São Sabino
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São Dâmaso I
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São Sabino
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Dâmaso era espanhol, mas não se descarta que ele possa ter
nascido em Roma, no ano 305. Culto e instruído, ocupou o trono da Igreja de 366
a 384. Foi considerado um dos mais firmes e valentes sucessores de Pedro. Sem
temer as ameaças e protecionismos imperiais, demitiu de uma só vez todos os
bispos que mantinham vínculo com a heresia ariana, trazendo estabilidade à
Igreja através da unidade, da obediência e respeito ao papa de Roma. Sua eleição
foi tumultuada por causa da oposição. Houve até luta armada entre as facções,
vitimando cento e trinta e sete pessoas. Mas, ao assumir, o então papa Dâmaso I
trouxe de volta a tradição da doutrina à Igreja, havendo um florescimento de
ritos, orações e pregações durante seu mandato. Devem-se a ele, por exemplo, os
estudos para a revisão dos textos da Bíblia e a nova versão em latim feita pelo
depois são Jerônimo, seu secretário. Em seu governo, a Igreja conseguiu uma
nova postura e respeito na sua participação na vida pública civil. Os bispos
podiam escrever, catequizar, advertir e condenar. Esse papa sabia como ninguém
fazer-se entender com os impérios e reinados e conseguia paz para que a Igreja
se autogerisse. Foi uma figura digna do seu tempo, pois conviveu com grandes
destaques do cristianismo, como os santos: Ambrósio, Agostinho e Jerônimo, só
para citar alguns. Além de administrador, era, também, um poeta inspirado pelas
orações e cânticos antigos e um excelente arqueólogo. Graças a ele as
catacumbas foram recuperadas, com o próprio papa percorrendo-as para
identificar os túmulos dos mártires e dar-lhes as devidas honras. Nesse mesmo
local exaltou os mártires em seus famosos "Títulos", ou seja,
epigramas talhados nas pedras pelo calígrafo Dionísio Filocalo, com os lindos
poemas que escrevia especialmente para cada um. Dâmaso I escolheu,
pessoalmente, o túmulo no qual gostaria que fossem depositados seus restos
mortais. Na cripta dos papas, localizada nas Catacumbas de São Calisto, ao
término dos seus escritos em honra deles, deixou registrado: "Aqui, eu,
Dâmaso, gostaria que fossem depositados meus espólios. Mas temo perturbar as
piedosas cinzas dos mártires". Ao morrer, em 384, com quase oitenta anos,
foi sepultado num solitário e humilde túmulo na via Andreatina, que ele,
discreto, preparara para si. Santo papa Dâmaso I é venerado no dia 11 de
dezembro.
São Sabino
Sabina era como se chamava, antigamente, a região nordeste da
cidade de Roma, fecunda de cristãos exemplares. Em alguns lugares, adotou-se a
variação de Saviana, porque a letra "b" do latim tende a ser
suavisada com a "v" do idioma italiano. Foi assim que surgiu esse
nome que se perpetuou através do povo europeu. Em meados do século IV, temos um
Sabino como bispo de Piacenza, cidade próxima a Milão, na Itália. Segundo
consta da tradição, ele nasceu naquela cidade e era diácono da Igreja. O papa
Dâmaso I, que agora é santo como ele, o enviou, em 372, ao Concílio do Oriente,
no qual seria discutida a doutrina ariana. Ele retornou para a Itália com várias
cartas para os bispos do Ocidente, e pouco depois foi investido com a mitra
episcopal e com o bastão pastoral. Foi o bispo de Piacenza por quarenta e cinco
anos e, também pela tradição, teve uma longa vida, morrendo próximo dos cento e
dez anos. Sabino se distinguiu pelo seu saber, pelo zelo pastoral e pelas suas
exímias virtudes, que foram enaltecidas mais tarde pelo futuro grande papa
Gregório Magno. O qual narrou um comovente milagre que Sabino realizou para
salvar a cidade, por ocasião de uma enchente do rio Pó. Além disso, Sabino
sempre se manteve muito próximo aos fiéis. Foi por eles considerado um pai
caridoso, penitente e humilde, andando pelas ruas com roupas simples e, às
vezes, sem sapatos. Foi contemporâneo e amigo do bispo Ambrósio, outro ilustre
santo da Igreja, com quem manteve numerosa correspondência. Sabino foi um
natural e zeloso defensor da doutrina católica contra os erros dos arianos. Em
sua extensa trajetória de vida religiosa, a Igreja assinalou a sua presença em
vários sínodos, como o de Aquiléia, em 381; de Milão, em 387; e de Roma, em
390. Várias cidades do centro da Itália consideravam Sabino seu bispo, talvez
por ele ter vivido um pouco em cada uma delas, mas sempre como o bispo de
Piacenza. A pedido da Santa Sé, tinha de ficar longos período em outras
cidades, preparando e corrigindo os bispos mais jovens, para que a verdadeira
doutrina católica não se perdesse no meio dos erros e excessos dos arianos: que
era o perigo da Igreja na época. O bispo Sabino morreu no dia 11 de dezembro de
420. Depois, foi canonizado pela Igreja, que escolheu essa data para a
homenagem litúrgica. Mas a cidade de Piacenza o celebra também, com uma grande
festa solene, no dia 17 de janeiro, porque nessa data suas relíquias foram
transferidas para a igreja dos Apóstolos, que naquela ocasião foi dedicada ao
santo.
Oração do dia 11/12/2012
Senhor Jesus, sabemos que nós, que chamastes para vossa
Igreja, não somos santos. Então, por um lado alegra-nos saber que a comunidade
de vossos discípulos estará sempre pronta a nos perdoar e acolher de volta.
Mas, por outro lado, temos de pedir perdão porque muitas vezes não procuramos
os que se afastaram, ou até mesmo os tratamos com dureza. Ajudai-nos a mudar.
Amém!
Deus nos fala dia 11/12/2012
O Senhor volta com seu povo do exílio, no esplendor
de sua glória. É Deus quem sempre toma a iniciativa de salvar seu povo, como
fez Jesus, que se preocupa por uma só pessoa desgarrada do rebanho!
Leitura do dia 11/12/2012
Isaías 40,1-11
Leitura do Livro do Profeta Isaías: 1Consolai
o meu povo, consolai-o! — diz o vosso Deus. 2Falai ao coração
de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas
culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus
pecados. 3Grita
uma voz: “preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a
estrada de nosso Deus. 4Nivelem-se todos os vales,
rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se
as asperezas: 5a glória do Senhor então se
manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou”. 6Dizia
uma voz: “Grita!” E respondi: “Que devo gritar?” A criatura humana é feno, toda
a sua glória é como flor do campo; 7seca o feno, murcha a flor ao
soprar o Senhor sobre eles. Sim, o povo é feno. 8Seca o feno,
murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus fica para sempre. 9Sobe
a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz,
tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades
de Judá: “Eis o vosso Deus, 10eis que o Senhor Deus vem com
poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a
vitória. 11Como
um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros
e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães”. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 11/12/2012
Mateus
18,12-14
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: Naquele tempo disse Jesus aos seus
discípulos: 12Que vos parece?
Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e
nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em
verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as
noventa e nove que não se perderam. 14Do
mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses
pequeninos. Palavra da Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Santo do dia 10/12/2012: São João Roberts
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São João Roberts
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São João Roberts
A biografia de são John Roberts, para nós João Roberts, nos
mostra um inglês profundamente católico que, fora de sua pátria, conseguia
pregar e professar sua fé e sua religião. Mas bastava pôr os pés em sua terra
natal, era preso. Várias vezes retornou à liberdade só por intervenção de
estrangeiros importantes. Acabou se tornando o primeiro monge a ser executado
na Inglaterra, logo após a coroação do rei Henrique VIII. João Roberts nasceu
no condado de Merioneth, em 1576. Seus pais eram os nobres João e Ana Roberts,
protestantes cujos antepassados foram príncipes de Gales. Estudou na famosa
Faculdade de São João, em Oxford, mas saiu sem graduação. Depois, formou-se em
direito, aos vinte e um anos, em Londres. Em 1598, estava estudando na
faculdade inglesa de Valladoid, na Espanha. Já muito interessado no
cristianismo, foi estudar na abadia dos beneditinos daquela cidade no ano
seguinte. A conversão total aconteceu durante uma viagem a Paris, quando entrou
para a Igreja de Roma pelas mãos de um cônego de Notre-Dame. Em 1600,
finalmente, ingressou como noviço no Mosteiro beneditino de São Martinho de
Compostela, Espanha. Na época, Roma determinou que uma missão beneditina fosse
enviada à Inglaterra. João Roberts, que acabara seus estudos em Salamanca,
passou a integrar as fileiras da missão. Bastou desembarcar na Inglaterra, foi
imediatamente preso, sendo libertado quando o rei Jaime assumiu o poder, em
1603. Londres, no verão daquele ano, foi abalada pela epidemia da peste. João,
então, trabalhou, incansavelmente, atendendo aos doentes. Tanto destaque teve
durante esse período que foi preso novamente durante um ano, até 1606, em
Gatehouse. Conseguiu a liberdade por intervenção de uma senhora espanhola, Luísa
de Carvajal, muito influente na Corte inglesa, apesar de católica, por causa
dos negócios existentes entre os dois países na época. Assim, João se exilou na
Espanha. Depois, organizou o Mosteiro de São Gregório em Douai, na França, do
qual foi o primeiro prior. Em outubro de 1607, João Roberts voltou à Inglaterra
e foi preso novamente. Mais uma vez, escapou, mas foi recapturado e, dessa vez,
só conseguiu a liberdade por intervenção do embaixador da França. Saiu do país,
mas, quando voltou, foi preso outras duas vezes, sendo, finalmente, em 1610,
conduzido à presença do bispo protestante Abbot e condenado à morte na
fogueira. Foi queimado no dia 10 de dezembro do mesmo ano, na praça pública de
Londres. Na sua fala, pouco antes de morrer, lamentou o monstro da heresia, o
rei dos ingleses, e rezou por todos. Alguns séculos depois, foi beatificado, em
1929. O papa Paulo VI canonizou são João Roberts em 1970. A sua homenagem
litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Oração do dia 10/12/2012
Senhor, que sempre atendeis nossos pedidos e nos dais mais do
que pedimos, hoje peço o máximo que me podeis dar, vossa graça, vossa amizade,
a vida nova de união com Cristo. Libertai-me do pecado, purificai meu coração
que não se apegue às coisas que passam. Guardai-me sempre, para que nunca vos
abandone. Confio em vosso poder e em vossa infinita misericórdia. Amém!
Deus nos fala dia 10/12/2012
Em seu amor o Senhor transforma a escravidão em
liberdade, e desse modo o povo vive a plena esperança. A atitude daqueles que
conduziram o paralítico foi de confiança naquele que tudo pode transformar por
seu amor e sua misericórdia!
Leitura do dia 10/12/2012
Isaías 35,1-10
Leitura do Livro do Profeta Isaías: 1Alegre-se
a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um
lírio. 2Germine
e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do
Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do
nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e
firmai os joelhos debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai
ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a
recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão
os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6O
coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos, assim como
brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo. 7A terra árida se
transformará em lago, e a região sedenta, em fontes d’água; nas cavernas onde
viviam dragões crescerá o caniço e o junco. 8Ali haverá uma
vereda e um caminho; o caminho se chamará estrada santa: por ela não passará o
impuro; mas será uma estrada reta em que até os débeis não se perderão. 9Ali
não existem leões, não andam por ela animais depredadores, nem mesmo aparecem
lá; os que forem libertados poderão percorrê-la, 10os que o Senhor
salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita
alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais
conhecerão a dor e o pranto. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 10/12/2012
Lucas
5,17-26
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas: 17Um
dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam sentados fariseus e doutores da
Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a
virtude do Senhor o levava a curar. 18Uns
homens traziam um paralítico num leito e procuravam fazê-lo entrar para
apresentá-lo. 19Mas, não
achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao telhado e por
entre as telhas o desceram com o leito no meio da assembleia diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse:
“Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os
escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim
blasfema? Quem pode perdoar os pecados senão Deus?” 22Conhecendo-lhes
os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos
corações? 23O que é mais
fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda’? 24Pois, para que saibais que o Filho
do homem tem na terra poder de perdoar pecados — disse ao paralítico — eu te
digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente,
diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si,
glorificavam a Deus e cheios de temor diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!”
Palavra da Salvação.
—
Glória a vós, Senhor!
domingo, 9 de dezembro de 2012
Santo do dia 09/12/2012: São João (Juan) Diego Cuauhtlatoatzin e São Pedro Fourier
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São João (Juan) Diego Cuauhtlatoatzin
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São Pedro Fourier
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São João (Juan) Diego Cuauhtlatoatzin
Os registros oficiais narram que Juan Diego, para nós João
Diego, nasceu em 1474 na calpulli, ou melhor, no bairro de Tlayacac ao norte da
atual Cidade do México. Era um índio nativo, que antes de ser batizado tinha o
nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como "águia que fala" ou
"aquele que fala como águia". Era um índio pobre, pertencia à mais
baixa casta do Império Azteca, sem ser, entretanto, um escravo. Dedicava-se ao
difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de
terra, onde vivia feliz com a esposa, numa pequena casa, mas não tinha filhos.
Atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524,
se converteu e foi batizado, junto como sua esposa. Receberam o nome cristão de
João Diego e Maria Lúcia, respectivamente. Era um homem dedicado, religioso,
que sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Costumava
caminhar de sua vila à Cidade do México, a quatorze milhas de distância, para
aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma
roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou
ayate, como todos de sua classe social. A esposa, Maria Lúcia, ficou doente e
faleceu em 1529. Ele, então, foi morar com seu tio, diminuindo a distância da
igreja para nove milhas. Fazia esse percurso todo sábado e domingo, saindo bem
cedo, antes do amanhecer. Durante uma de suas idas à igreja, no dia 9 de
dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, entre a vila e a montanha,
ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, num lugar hoje
chamado "Capela do Cerrinho", onde a Virgem Maria o chamou em sua
língua nativa, nahuatl, dizendo: "Joãozinho, João Dieguito", "o
mais humilde de meus filhos", "meu filho caçula", "meu
queridinho". A Virgem o encarregou de pedir ao bispo, o franciscano João
de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. Como o bispo não
se convenceu, ela sugeriu que João Diego insistisse. No dia seguinte, domingo,
voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição. Na
terça-feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade quando a Virgem
apareceu e o consolou. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no
alto da colina de Tepeyac. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores,
que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as
entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, João Diego abriu
sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa
Senhora de Guadalupe. Tinha, então, cinqüenta e sete anos. Após o milagre de
Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem,
depois de ter passado seus negócios e propriedades ao seu tio. Dedicou o resto
de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos nativos, que se
convertiam. Ele amou, profundamente, a santa eucaristia, e obteve uma especial
permissão do bispo para receber a comunhão três vezes na semana, um
acontecimento bastante raro naqueles dias. João Diego faleceu no dia 30 de maio
de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural. O papa João Paulo II,
durante sua canonização em 2002, designou a festa litúrgica para 9 de dezembro,
dia da primeira aparição, e louvou são João Diego, pela sua simples fé nutrida
pelo catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.
São Pedro Fourier
Pedro Fourier nasceu em 30 de novembro de 1565, em Mirecourt,
uma pequena aldeia da Lorena, na França. Ainda jovem, tornou-se um professor
admirado e respeitado por seu caráter e competência, que quase todas as
famílias desejavam lhe entregar seus filhos para educar. Percebendo o chamado
para a vida religiosa, ao completar vinte anos entrou para a Ordem dos Cônegos
de Santo Agostinho, onde cursou teologia e filosofia, para finalmente ser
ordenado sacerdote. Mas Pedro era tão rigoroso e disciplinado consigo mesmo e
com os irmãos de Ordem, que estes logo fizeram com que fosse transferido do
convento. Assim, ele foi designado para ocupar uma das três paróquias que
estavam vagas. Preferiu a mais pobre e carente, numa região onde dominavam a
corrupção moral e os protestantes calvinistas. Nessa paróquia permaneceu trinta
anos, o suficiente para mudar o comportamento de praticamente toda a população.
Incansável, conseguia tempo para percorrer os arredores, arrebanhando centenas
de convertidos com sua pregação simples e eficiente. Também fundou em sua
paróquia três associações apostólicas: a de São Sebastião, para homens; a do
Rosário, para mulheres; e a da Nossa Senhora Imaculada, para moças. Todas
voltadas para a educação e formação das crianças e jovens daquela região e
arredores. Entretanto Pedro não obteve sucesso quando criou a primeira escola
para os meninos. Por isso, antes de fundar a das meninas, decidiu preparar
pessoalmente, e muito bem, as professoras. Reuniu quatro moças, dirigidas pela
jovem Alix Le Clerc, e começou a ensinar-lhes as técnicas pedagógicas de
ensino, valendo-se da sua grande cultura e didática. Foi assim que fundou a
Congregação de Nossa Senhora das Cônegas de Santo Agostinho. A nova Ordem foi
aprovada pelo sumo pontífice em 1616, tendo como co-fundadora Alix Le Clerc,
hoje bem-aventurada. Cumprida essa missão, recebeu a tarefa de reformar a
própria Ordem, expulsando dela qualquer indício do espírito calvinista, que
ameaçava instalar-se. Pedro, em 1622, foi eleito superior dos Cônegos Regulares
de Santo Agostinho. Mas encontrou muita oposição dentro do clero e, principalmente,
do governo. Em 1636, o rei da França exigiu que Pedro fizesse um juramento que
ia contra sua consciência e contra o papa. Em vez disso, preferiu o exílio.
Teve, então, de mudar-se para a diocese de Gray, na Borgonha. Embora tivesse o
cargo de superior da Ordem, os últimos quatro anos ele passou exercitando o que
mais gostava e que fizera em toda sua vida: ensinando as crianças e os jovens
numa escola gratuita que ele mesmo ali fundara. O grande educador, fundador e
pregador Pedro Fourier morreu no dia 9 de dezembro de 1640, em Gray. Foi
canonizado, em 1897, pelo papa Leão XIII.
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