sábado, 12 de janeiro de 2013
Santo do dia 12/01/2013: Santo Antonio Maria Pucci, Santo Arcádio, São Bento Biscop, São Bernardo de Corleone e Pedro Francisco Jamet
![]() |
Santo Antonio Maria Pucci
|
![]() |
Santo Arcádio |
![]() |
São Bento Biscop |
![]() |
São Bernardo de Corleone |
![]() |
Pedro Francisco Jamet |
Santo Antonio Maria Pucci
No batismo recebeu o nome de Eustáquio Pucci e nasceu em
Pogiolo de Vernio, na região de Florença, Itália, no dia 16 de abril de 1819.
De família católica praticante, teve seis irmãos e enfrentou a resistência
destes para seguir a vida de religioso. Entretanto, aos dezoito anos, ele
ingressou no convento dos Servos de Maria da Santíssima Anunciação de Florença,
apoiado por todos os familiares, onde mudou o nome para Antonio Maria. Em 1843
fez a profissão religiosa e depois de alguns meses foi ordenado sacerdote.
Quatro anos depois foi enviado como vice-pároco para a nova paróquia de santo
André, em Viarégio, confiada aos servitas e três anos depois se tornou o
pároco, função que executou, durante quarenta e oito anos, até morrer.
Dedicou-se com zelo heróico à cura espiritual e material dos seus fiéis, que o
chamavam afetuosamente de "o curador". Padre Antonio Maria enfrentou
duas epidemias na cidade, tratando pessoalmente dos mais doente, pois tinha o
dom da cura e do conselho. Os paroquianos respondiam com afeto a esta completa
doação. Ao mesmo tempo, durante vinte e quatro anos, foi o superior do seu convento
em Viarégio, e por sete anos superior da Província toscana dos Servos de Maria.
Antecipou a forma organizadora da Ação Católica, instituindo as Associações
conforme a categoria dos seus paroquianos. Para os jovens: a Companhia de são
Luiz e a congregação da Doutrina Cristã; para os homens, aperfeiçoou a já
existente: Alma companhia da Santíssima Maria das Dores; para as mulheres: a
congregação das Mães Cristãs. Em 1853 fundou a congregação das Irmãs auxiliares
Servas de Maria direcionadas para a educação dos adolescentes, e criou o
primeiro orfanato mariano para as crianças doentes e pobres. Alem disto,
introduziu outras Organizações já existentes, todas dedicadas às obras de
caridade que atendiam os velhos, crianças, doentes e pobres. Depois de socorrer
um doente, numa noite fria e de tempestade, contraiu uma pneumonia fulminante,
que o levou à morte em 12 de janeiro de 1892. Foi sepultado no cemitério da
congregação, onde permaneceu até 1920, intercedendo e alcançando graças para
seus devotos. As relíquias do "curador" padre Antonio Maria Pucci
foram trasladadas, em 1920, para a igreja de Santo André, onde ele havia
desenvolvido todo o seu ministério sacerdotal. O papa João XXIII celebrou sua
canonização em 1962, e elevou a igreja, que guarda a sua memória, a condição de
basílica. Na cerimônia solene ele declarou Santo Antonio Maria Pucci "um
exemplo fúlgido de vida religiosa e aplicada à pastoral das almas".
Santo Arcádio
Na metade do século III, os cristãos sofriam com a derradeira
e a mais perversas das suas perseguições. Tinham as casas arrombadas, os bens
confiscados e as famílias humilhadas com as pessoas sendo levadas ao tribunal e
condenadas à morte, por causa de sua Fé. Na cidade africana de Cesárea da
Mauritânia, os cristãos que desejavam fugir da execução eram obrigados a
assistir os cultos aos deuses pagãos. Eles deviam conduzir pelas ruas os
animais destinados ao sacrifício, acender o incenso e participar das festas
movidas a orgias e outras extravagâncias públicas. Arcádio, resolveu escapar
daquela insanidade e manter suas orações e contemplações espirituais,
refugiando-se num lugar ermo. Entretanto, como era um cidadão muito conhecido,
logo sua ausência foi notada e as autoridades saíram em seu encalço. Para
obrigá-lo a se entregar, prenderam um seu parente próximo, que nada revelou
sobre onde ele estava escondido. Mas Arcádio, ao saber do ocorrido, foi ao
tribunal e se entregou, exigindo que soltassem o inocente. Todas as ameaças
possíveis foram lançadas contra ele, para que abandonasse sua fé, mas de nada
adiantaram. Irado, o juiz não só o condenou à morte, como determinou que a pena
fosse aplicada de forma "lenta e muito cruel". A tortura durou horas
e em todos os momentos Arcádio reafirmava seus conceitos, incitando os outros
cristãos a fazerem o mesmo. Uma a uma suas articulações foram sendo cortadas e,
mesmo assim ele ainda fez um último discurso testemunhando seu incondicional
amor à Jesus Cristo, para depois morrer. Segundo a tradição, conta-se que os
pagãos se admiraram tanto com sua coragem, que muitos se converteram e mesmo os
que não o fizeram, também passaram a respeitar sua memória, celebrada no dia 12
de janeiro. Santo Arcádio consta somente no Martirológio Romano, o seu nome não
aparece em nenhum do Oriente. Isto porque, o precioso documento do culto deste
santo foi levado para Verona, pelo primeiro bispo desta diocese, chamado Zenon,
de origem africana e nascido na cidade do mártir. Parece que ele trouxe consigo
a Ata onde foi narrado o martírio de Arcádio e o difundiu entre os cristãos
através dos seus sermões, logo no início de seu apostolado no território
italiano.
São Bento Biscop
"Bento pela graça e pelo nome" era este o jogo de
palavras que são Gregório Magno usava para definir o amigo e irmão na fé, são
Bento de Nórcia. E pela grande força do sentido que expressam, não puderam
deixar de ser usadas, também, para louvar são Bento Biscop, no livro escrito
por são Beda, Doutor da Igreja , sobre seu mestre e tutor. Ele que foi
discípulo de Biscop, desde os sete anos, idade em que foi entregue pelos pais.
Biscop nasceu em 628, na Nortúmbria, Irlanda. Era um nobre e se tornou um
soldado de alta patente do exército do rei Oswiu, porém o chamado de Deus falou
mais alto. Aos vinte e cinco anos decidiu renunciar aos favores da corte e
abandonar a família, para se colocar a serviço do verdadeiro Rei, Jesus Cristo
e do Evangelho, para alcançar a vida eterna. No ano de 653, após ter feito esta
escolha, fez a primeira das seis viagens a Roma. Era um devoto incondicional
dos santos apóstolos Pedro e Paulo e dos papas. Suas viagens tinham a
finalidade da peregrinação e também o aprendizado de exemplos e instituições
monásticas. A Santa Sé o designou para ir à Inglaterra, acompanhando o novo
bispo de Cantuária, Teodósio. Assim, Biscop acabou sendo o responsável, em
grande parte, pela evangelização da Inglaterra. De suas viagens a Roma, trazia
consigo diversos livros sobre artes, ciências, e muitos outros de assuntos
variados. Em Lerins, no percurso da segunda viagem a Roma, em 665, permaneceu cerca
de dois anos. Era um perfeccionista, não procurava só encontrar modelos de vida
como também numerosos livros, documentos iconográficos, relíquias dos santos,
parâmetros e outros objetos que favorecessem um culto em perfeita sintonia com
a Igreja de Roma. Na embocadura do rio Vire, fundou um mosteiro, dedicado a são
Pedro, em 674, e outro, em honra a são Paulo, alguns anos mais tarde. Para
isso, trouxe da França diversos pedreiros, artesãos, artífices, etc., para a
construção de igrejas e, desta maneira, introduzir nos mosteiros ingleses os
usos e costumes dos mosteiros romanos. Uma vez chegou a suplicar ao papa Agatão
que enviasse o cantor da basílica de são Pedro, o abade João, para que a
liturgia e o canto romano fossem assimilados por seus monges reunidos nos dois
mosteiros de são Pedro e de são Paulo. Quando voltou da sexta viagem a Roma
ficou surpreso com uma epidemia que destruíra grande parte de sua obra. Sobre o
leito de morte pôde dizer com razão: "Meus filhos, não considerem invenção
minha a constituição que lhes dei. Depois que visitei dezessete mosteiros,
cujas regras e usos, me esforcei por conhecer e selecionar as que me pareceram
melhores, dou-lhes o resultado desse trabalho. Este é o meu testamento."
Morreu no dia 12 de janeiro de 690, aos sessenta e dois anos de idade. A sua
celebração foi determinada para esta data, durante a cerimônia de sua
canonização, pela Igreja, em Roma.
São Bernardo de Corleone
Bernardo nasceu na pequena cidade de Corleone, na Sicília,
Itália aos 6 de fevereiro de 1605 e recebeu o nome de Filipe Latino ao ser
batizado. Seus pais tinham cinco filhos, e eram bastante respeitados por todos,
pelos princípios rígidos morais e de cristandade, com um dos filhos sacerdote.
Consta que seu pai era um sapateiro e curtidor de peles, muito justo, bondoso e
caridoso, que acolhia em sua casa os necessitados, dando-lhes condições de
banharem-se para depois alimenta-los e vesti-los. Foi nesse ambiente que o
jovem Filipe, alto forte e de caráter violento, amante das lutas e armas, se
desenvolveu. Certo dia, ele foi provocado por um rapaz e num momento de ira,
bruscamente com a espada arrancou o braço do agressor. Nesse momento, nasceu um
novo homem que arrependido pediu perdão ao rapaz, atitude que foi aceita.
Depois disso os dois se tornaram amigos. Desde então modificou sua
personalidade encontrando na vida religiosa sua verdadeira vocação, conforme a
vontade de Deus, como disse até o momento de sua morte. Ele deixou sua cidade
natal e ingressou para o noviciado no convento de Caltanissetta em Palermo. Alí
abraçou plenamente seu novo caminho tornando-se irmão leigo da Ordem terceira
dos frades menores capuchinhos, no dia 13 de dezembro de 1631, adotando o nome
de frei Bernardo. Trabalhando como cozinheiro, viveu no mosteiro uma existência
simples e humilde. Mas além dessa função, Bernardo se dedicava aos doentes como
enfermeiro e tratava inclusive dos animais enfermos, pois na sua época eles
eram muito úteis para a sobrevivência das famílias. Bernardo enriquecia ainda
mais sua vida espiritual, fazendo penitências, mortificações e longos períodos
de orações para o bem da comunidade, demonstrando assim sua personalidade
forte, agora impregnada de um profundo amor por toda a humanidade. Ele
desenvolveu, uma forte paixão pela Eucaristia, que recebia todos dias. Quando
se encontrava diante do Sacrário, concentrado em oração, o tempo, para ele,
deixava de existir e não raro as pessoas se comoviam com a pureza de sua
atitude. Além disso, ajudava o sacristão em suas tarefas diárias, para ficar ainda
mais perto de Jesus Eucarístico. Bernardo era muito solidário com seus
companheiros frades e com toda a comunidade. Assim, quando ocorria uma
catástrofe na cidade, como um terremoto ou furacão, típicos da região, Bernardo
ajoelhava-se orando em penitência diante do Sacrário dizendo essas palavras:
"Senhor, desejo essa graça!". O resultado sempre era favorável, pois
as calamidades cessavam, poupando uma desgraça maior. A sua simplicidade se
assemelhava aos primeiros e genuínos capuchinhos, nostálgico das origens e
fascinado pela experiência da vida de ermitão. Um grande júbilo acompanhava
esta sua devoção mariana, cheia de calor, fantasia e festividade, de fato
contagiante. O seu amor a Nossa Senhora era incontestável e sublime. Bernardo,
comovia não só por sua extraordinária penitência. Mas porque tinha grande
delicadeza e doçura na atenção para com os outros, uma alegria e plenitude de
vida que impressionava. Aos frades forasteiros fazia festa, para os pobres
estava sempre disponível e para os doentes tinha um coração materno.
Assistir-lhes e servir-lhes era a sua felicidade. Após trinta e cinco anos de
vida religiosa, faleceu no dia 12 de janeiro de 1667, em Palermo, onde seus
restos mortais repousam na igreja dos Capuchinhos, dessa cidade na Sicília, Itália.
O Papa Clemente XIII o elevou ao altar da Igreja como Beato em 1768. Mais
tarde, o Papa João Paulo II declarou Santo Frei Bernardo de Corleone em 2001.
Pedro Francisco Jamet
Pedro Francisco Jamet, nasceu no dia 13 de setembro de 1762
em Fresnes, hoje diocese de Seez, na França. Seus pais eram ricos fazendeiros
cristãos, tiveram oito filhos, destes dois seguiram o sacerdócio e uma se
tornou religiosa. Com os outros irmãos, estudou no colégio de Vire. Aos vinte
anos, percebeu sua vocação religiosa, por isso ingressou na renomada
universidade de Caen, para freqüentar os cinco anos de filosofia e teologia.
Depois, em 1784 entrou no seminário, onde após três anos foi ordenado
sacerdote. Obteve o diploma de bacharel em teologia e o título de "mestre das
artes", mas não pôde continuar a especialização porque eclodiu a Revolução
Francesa. Existia em Caen a comunidade das Filhas do Bom Salvador, Instituto
fundado em 1720, e Pedro Francisco em 1790, foi nomeado capelão e confessor do
Instituto. Durante a Revolução, em 1798 recusou-se a fazer o juramento imposto
pelos reacionários, por isso foi preso, julgado e condenado à morte. Mas
conseguiu a liberdade e passou a se dedicar incansavelmente à assistir, da
melhor maneira possível, as dispersas Filhas do Bom Salvador. Celebrava a Missa
escondido, amparava os companheiros vacilantes e mantinha o ânimo e a coragem
dos fiéis perseguidos. Terminada a Revolução, pôde se dedicar plenamente à
restauração e ao desenvolvimento da Congregação do Bom Salvador, sendo eleito o
Superior. Nessa oportunidade introduziu a assistência aos surdos-mudos. Para
isso, ele próprio quis se especializar freqüentando cursos específicos, a fim
de fornecer a educação adequada, através dos mais atualizados métodos de ensino
existentes na época. Durante oito anos, até 1830, foi o reitor da universidade
de Caen, levando aos docentes e aos estudantes um novo clima de fé cristã,
depois da grande bufada da Revolução e da divulgação das idéias iluministas e
racionalistas. Tudo fez para a glória de Deus, porque no íntimo era todo de
Deus. Morreu aos oitenta e três anos, em decorrência das fadigas e da idade
avançada, no dia 12 de janeiro de 1845, em Caen, França. O Papa João Paulo II o
beatificou em 1987. Durante a solenidade indicou o dia da morte do Beato Pedro
Francisco Jamet, que ele chamou de o "segundo fundador" do Instituto
do Bom Salvador, para receber sua homenagem litúrgica.
Oração do dia 12/01/2013
Senhor, entendo a reação dos discípulos de João. Eu também
preciso aprender que não devo procurar meu próprio prestígio ao anunciar o
Evangelho ou assumir iniciativas. Menos ainda devo enciumar-me ao ver o sucesso
de outros. Ajudai-me a purificar minhas intenções, a procurar só vossa vontade
e o bem de meus irmãos. E que eu saiba alegrar-me com o sucesso dos outros.
Amém!
Deus nos fala dia 12/01/2013
A oração do cristão deve ser sincera, sobretudo a
que pede o perdão e a salvação dos pecadores. A alegria do cristão é servir com
humildade, como fez João Batista: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”.
Eis o que hoje nos ensina a Palavra do Senhor!
Leitura do dia 12/01/2013
1 São João 5,14-21
Leitura da Primeira Carta de São João: Caríssimos, 14esta é a confiança que temos no
filho de Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos
ouve. 15E se sabemos que
ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos
pedido. 16Se alguém vê seu
irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a
vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado
que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. 17Toda iniquidade é pecado, mas
existe pecado que não conduz à morte. 18Sabemos
que todo aquele que nasceu de Deus não peca. Aquele que é gerado por Deus o
guarda, e o Maligno não o pode atingir. 19Nós
sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do
Maligno. 20Nós sabemos que
veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o
Verdadeiro. E nós estamos com o verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o
Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 12/01/2013
João 3,22-30
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
João: Naquele tempo, 22Jesus
foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e
batizava. 23Também João
estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam
as pessoas e eram batizadas. 24João
ainda não tinha sido posto no cárcere. 25Alguns
discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26Foram a João e disseram: “Rabi,
aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora
está batizando e todos vão a ele”. 27João
respondeu: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28Vós mesmos sois testemunhas
daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. 29É o noivo que recebe a noiva, mas
o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do
noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30É
necessário que ele cresça e eu diminua”. Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Santo do dia 11/01/2013: Santo Teodósio, São Higino e São Tomás de Cori
![]() |
Santo Teodósio
|
![]() |
São Higino |
![]() |
São Tomás de Cori
|
Teodósio, cujo nome significa "um presente de
Deus", nasceu na Capadócia, atual Turquia, em 423, de pais ricos, nobres
cristãos. Recebeu uma boa e sólida formação desde a infância sendo educado
dentro dos preceitos da fé católica. Quando ainda muito jovem, era ele quem
fazia as leituras nas assembléias litúrgicas de sua cidade. Um dia, lendo a
história de Abraão, identificou-se com ele e descobriu que seu caminho era o mesmo
do patriarca, que deixara sua terra para se encaminhar aonde Deus lhe apontava.
Teodósio decidiu fazer o mesmo, seguindo inicialmente em peregrinação à Terra
Santa, para conhecer os caminhos trilhados por Jesus. Dotado de dons especiais
como da profecia, prodígio, cura e conselho, sentiu a confirmação do seu
chamado por Deus, ao se encontrar com Simeão, o estilista, outro Santo que
havia optado por viver acorrentado e numa torre alta construída por ele mesmo.
Simeão que nunca o tinha visto ou conhecido, o chamou pelo próprio nome e o
avisou de que Deus o havia escolhido para converter e salvar muita gente.
Teodósio entrou então para um convento próximo à Torre de Davi, onde
rapidamente foi escolhido para a provedoria de uma igreja consagrada a Nossa Senhora.
Mas sentia que aquela não era a sua obra, preferia a vida solitária da
comunidade monástica do deserto, como era usual naquela época. Depois, seguindo
a orientação de São Longuinho, que o aconselhava em sonhos, foi habitar numa
caverna, que segundo dizem fora ocupada pelos Reis Magos ao regressarem de
Belém. Alí se entregou às duras penitencias e orações, passando a pregar com um
senso de humildade que contagiava a todos que por lá passavam. Logo começou a
receber discípulos e outros monges formando uma nova comunidade religiosa
cenobítica, isto é, viviam uma vida retirada mas em comunicação servindo a
comunidade movidos pelos mesmos interesses, princípios e prerrogativas cristãs.
Numerosos discípulos, de diversas nacionalidades, foram atraídos e reunidos por
ele. Edificou três conventos, um para os que falavam grego, outro para os
eslavos e o terceiro para os de idiomas orientais como hebreu, árabe e persa.
Todos nos arredores de Belém. Construiu também três hospitais, um para anciãos,
outro para atender todos os tipos de doenças e o terceiro para os que tinham
enfermidades mentais. Aliás uma idéia muito nova para essa época e pouco
freqüente no mundo inteiro. Além disso ergueu quatro igrejas. Sua fama o levou
ao posto de arquimandrita da Palestina, isto é, superior geral de todos os
monges. Mas sua atuação contra os hereges acabou por condená-lo ao exílio, por
confrontar-se com o Imperador Anastácio. Só quando o imperador morreu é que ele
pôde voltar à Palestina reconquistando seu posto de liderança entre os monges.
Quando Teodósio morreu, com cento e cinco anos, em 529, seu corpo foi
depositado na cova feita por ele mesmo, há muitos anos, naquela gruta onde os
Reis Magos dormiram, entre Jerusalém e Belém. Seu enterro foi acompanhado pelo
Arcebispo de Jerusalém e muitos cristãos da Cidade Santa assistiram ao seu
funeral onde aconteceram inúmeras graças e prodígios, que ainda sucedem no local de
sua sepultura, embora tenha sido profanada e saqueada pelos árabes sarracenos.
Seu culto se difundiu rapidamente pelo mundo cristão e se mantém ainda hoje
muito forte.
São Higino
Higino era grego e filho de um filósofo ateniense. Governou a
Igreja por quatro anos entre 136 a 140. No segundo século, santo Irineu
voltando de uma viagem à Roma para a Ásia Menor elaborou um calendário
litúrgico do Oriente para homenagear todos os sucessores de são Pedro em Roma.
Neste elenco Higino ocupou o nono lugar. Por esta razão ficou fora do
calendário litúrgico de Roma. A sua "memória" só introduzida no
século doze, quando a Igreja uniu os dois calendários litúrgicos dos santos e
mártires. Não há dúvida alguma quanto a sua existência. Higino foi o único usar
este nome e morreu pelo testemunho da fé. O Livro dos Pontífices e o
Martirológio Romano afirmam que Higino sofreu o martírio no dia 11 de janeiro
durante a perseguição de Antonino Pio e foi sepultado junto de São Pedro no
Vaticano. Alguns estudiosos discordam que ele tenha sido mártir, mas que foi
santo por outros méritos. Seu governo foi não só perturbado pelas perseguições aos
cristãos, mas também pelos focos de heresia que começavam a nascer na Igreja
dos primeiros tempos. Contando com a ajuda de São Justino, filósofo, condenou
as heresias e os heresiarcas, e conseguiu triunfar diante desses perigos.
Valentim e Cerdon, os heresiarcas que ousaram enfrentar Roma, foram
excomungados pelo papa Higino. Ele se esmerou na preservação da integridade do
ensinamento evangélico de Cristo. Higino ousou mais, quando tomou como exemplo
o poderoso imperador Adriano. Mexeu nas estruturas hierárquicas e as tornou
mais precisas, instituindo as Ordens menores para melhorar o serviço da Igreja
e a preparação ao sacerdócio mediante uma aproximação progressiva aos Santos
Mistérios. À ele também se deve o costume de se ter padrinho e madrinha nos batismos.
Seu culto se manteve no dia 11 de janeiro conforme a tradição da Igreja, e os
fíeis o fazem ainda hoje um dos Santos mais populares e queridos de sua
devoção.
São Tomás de Cori
Francisco Antonio Placidi, assim foi batizado ao nascer em 04
de junho de 1655, na cidade de Cori, Itália. Tornou-se órfão dos pais aos
catorze anos de idade, e, assim jovem, responsável pela família. Aos vinte e
dois, com as duas irmãs bem encaminhadas e casadas dentro dos preceitos
cristãos, ele entrou para a Ordem dos Frades Menores Franciscano, no convento
de Orvieto em 1677, tomando o nome de frei Tomás. Após cinco anos foi
consagrado sacerdote, logo assumindo a condição de predicador na sua diocese em
Subiaco, onde exerceu seu apostolado. Considerado grande professor de santidade,
exímio diretor espiritual e incansável confessor, iniciava essa tarefa pela
manhã terminando só à noite. Frei Tomás de Cori, foi imagem viva do Bom Pastor.
Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados
aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano. No convento
demonstrava o seu espírito de caridade, fazendo-se disponível a qualquer
exigência, mesmo a mais humilde, sendo especialmente solicitado para atender os
que estavam enfermos nos leitos. Ele, que durante quarenta anos, conviveu com
uma ferida na perna, sem que fizesse uma única queixa ou fosse um motivo de
impedimento para o exercício de suas funções e apostolado. Como autêntico
discípulo do Pobrezinho de Assis, Tomás de Cori foi obediente a Cristo. Meditou
e encarnou na sua existência a exigência evangélica da pobreza e do dom de si a
Deus e ao próximo. Contemplado pelo Espírito Santo com muitos dons, como o do
conselho, cura, graças e prodígios, foi durante sua vida religiosa,
"visitado" muitas vezes na Santa Missa, pelo Menino Jesus, a Virgem
Maria e por São Francisco de Assis. Entretanto seu nome está ligado à grande
obra dos "Retiros" da Ordem Franciscana. Seguindo o exemplo do beato
Boaventura de Barcelona, fundou os "retiros" de sua Ordem em Civetela
e Palombara Sabina, ambos na Itália. As rígidas regras para as orações e vida
religiosa se estenderam para todos os "Retiros" da sua Ordem em 1756,
e se mantém até hoje na íntegra com a sua assinatura. Eles também serviram de
base para os "retiros" de outras Ordens religiosas. Toda a vida de
Tomas de Cori se mostrou assim como sinal do Evangelho, testemunho do amor do
Pai celeste, revelado em Cristo e operante no Espírito Santo, para a salvação
do mundo. Ele que morreu no dia 11 de janeiro de 1729, foi beatificado em 1786
e canonizado pelo papa João Paulo II em 1999.
Oração do dia 11/01/2013
Senhor Jesus, como os discípulos eu vos peço que me ensineis
a orar, a manter contato direto e continuado com a Trindade. Que eu saiba
ficar, mesmo sem dizer nada, simplesmente estando ali à disposição. Ensinai-me
a mais vos ouvir, sem me preocupar tanto com falar. Conheceis meu coração,
sabeis do que preciso, como preciso estar convosco. Prendei-me, então, junto de
vós. Amém.
Deus nos fala dia 11/01/2013
“Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em
seu Filho”, e quem assim crê torna-se vencedor neste mundo. Mas não podemos
tirar nosso olhar do pobre, do marginalizado, do excluído, pois, se assim
fizermos Deus tira seu olhar de nós. Qual é nossa escolha?
Leitura do dia 11/01/2013
1 São João 5,5-13
Leitura da Primeira Carta de São João: Caríssimos, 5quem é o vencedor do mundo, senão
aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este
é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a
água, mas com a água e o sangue). E o Espírito é que dá testemunho, porque o
Espírito é a Verdade. 7Assim,
são três que dão testemunho: 8o
Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes. 9Se
aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o
testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus
tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um
mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos
deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem
tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. 13Eu vos escrevo estas coisas a vós
que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida
eterna. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 11/01/2013
Lucas 5,12-16
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Lucas: 12Aconteceu que
Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem
caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”.
13Jesus estendeu a
mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E imediatamente, a lepra
o deixou. 14E Jesus
recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece
pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”. 15Não obstante, sua fama ia
crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas
enfermidades. 16Ele,
porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração. Palavra da
Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Santo do dia 10/01/2013: Santo Guilherme de Bourges, Santa Léonie Françoise de Sales Aviat e Santo Aldo
![]() |
Santo Guilherme de Bourges.
|
![]() |
Santa Léonie Françoise de Sales Aviat |
![]() |
Santo Aldo
|
Guilherme, era filho dos condes de Nervers e neto de Pedro, o
eremita. Sua educação foi muito religiosa. Desde a infância mostrou o desejo de
dedicar a sua vida à serviço de Cristo. Mais tarde, com a vocação definida se
consagrou sacerdote e foi nomeado o vigário geral de Soissons e depois de
Paris. Entretanto, assim como seu avô, decidiu deixar a vida da sociedade para
se retirar à solidão santa. A princípio foi para o mosteiro de Gradmont, mas
depois ingressou para a Ordem de Cister e se tornou um monge. Muito preparado
espiritualmente e com uma imensa bagagem cultural, foi sucessivamente abade de
Pontigny, de Fontaine-Jean, na diocese de Soissons, e finalmente em Chaalis.
Entretanto a morte do arcebispo de Bourges em setembro de 1200 ocasionou uma
grande contestação para se saber quem seria designado como sucessor. Para
acabar com as divergências foi chamado o bispo de Paris, Otto, o qual, depois
de haver rezado ao Senhor, resolveu sortear o cargo e o vencedor foi Guilherme.
Guilherme aceitou mesmo contra a vontade esta designação, se tornando assim o
bispo de Bourges. Como novo pastor se ocupou ativamente da sua diocese dando prova
de piedade, firmeza, de bondade e humanidade. Foi sob todos os pontos de vista
um modelo para o seu rebanho. A sua fama era tal que a nação francesa, e a
universidade de Paris, o escolheram como patrono. Combateu a heresia dos
albigenses, que pregavam uma doutrina contrária à do cristianismo, através das
orações. Durante o pontificado de Inocêncio III, pediu para participar e seguir
com a sua cruzada, sendo prontamente autorizado por ele. Quando se preparava
para partir ficou muito doente, morrendo no dia 10 de janeiro de 1209. Os
milagres que se verificaram por sua intercessão logo após o seu falecimento o
levaram à canonização, que foi concedida após oito anos de sua morte em 17 de
maio de 1218, pelo papa Honório III. O seu corpo foi colocado em uma urna de
ouro e transferido para a sepultura em frente do altar maior da catedral de
Bourges. Algumas relíquias foram doadas à abadia de Chaalis e à igreja de São
Leodegário em Alvernia. Depois com a perseguição dos calvinistas elas foram
jogadas e dispersadas, mas em seguida, recolhidas pela população alverniense,
para em 1793, serem novamente dispersadas. Os ugonotas, por sua vez, haviam
queimado, aquelas remanescentes da catedral de Bourges e de Chaalis e jogado as
cinzas ao vento. São Guilherme de Bourges, como ficou conhecido, é festejado no
dia 10 de janeiro, o mesmo em que morreu.
Santa Léonie Françoise de Sales Aviat
Léonie Aviat nasceu no dia 16 de setembro de 1844 na cidade
francesa de Sézanne. Seus pais eram católicos praticantes e honestos comerciantes.
Ao completar dez anos eles a enviaram para o colégio das Madres da Visitação da
cidade de Troyes. Léonie ficou durante seis anos, onde recebeu a Primeira
Eucaristia e a Crisma e sob a sábia orientação do capelão Luiz Brisson e da
superiora, recebeu uma educação humanística, uma profunda formação religiosa e
moral e foi iniciada na doutrina salesiana de abandono à Divina Providência. Em
1866 Léonie rejeitou um vantajoso matrimonio expressando o desejo sincero de
dedicar sua vida à Jesus Cristo. Com autorização dos pais, ela foi visitar
padre Brisson a fim de se aconselhar. A cidade de Troyes nesta época tinha se
tornado um pólo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o
centro urbano. Atento a esta situação e sensível às necessidades das
adolescentes camponesas, que deixavam suas famílias em busca do trabalho
promissor, padre Brisson desde 1858 havia fundado a Obra São Francisco de
Sales; uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e educação
cristã, àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar, para esta
casa-família, uma diretora estável, padre Brisson havia decidido fundar uma
congregação religiosa. Durante a visita de Léonie, o experiente padre expôs
esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus. Colocou Léonie
na direção da casa-família. Em 1868 ele fundou a congregação para continuar de
forma organizada a sua Obra para as operárias e Léonie vestiu o véu religioso
adotando o nome de Madre Léonie Francisca de Sales Aviat. Em 1872 foi eleita a
superiora da nova Congregação colocada sob a proteção e guia do santo bispo de
Genebra de quem adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto
explica o nome adotado "Madres Oblatas de São Francisco de Sales".
Desde então, Madre Aviat se dedicou ao apostolado entre as jovens operárias,
estabilizando a congregação e as casas-famílias de Troyes. As Oblatas abrem
escolas básicas nas paróquias. Em Paris, abriram o primeiro pensionato para
moças de famílias ricas que Madre Aviat dirigiu por oito anos, assim elas
estenderam seu apostolado às diversas classes sociais. Depois retornou para a
Casa Mãe da Congregação onde residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de
superiora até sua morte. As Oblatas foram enviadas para a África, Europa e América
do Sul, abrindo pensionatos, escolas e obras assistenciais. No ano de 1903 as
leis anticlericais francesas decretam a dissolução das Congregações e o
fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. As Oblatas se
refugiam em Perúgia, mas Madre Aviat não esmoreceu e continuou a atividade da
Congregação, que recebeu a aprovação canônica em 1911 do papa Pio X. Morreu em
Perúgia, Itália no dia 10 de janeiro de 1914, onde foi sepultada. Mais tarde,
seu corpo foi transladado para a cripta da Casa Mãe da Congregação em Troyes,
França. Foi beatificada em 1992, pelo papa João Paulo II e canonizada pelo
mesmo pontífice em 2001, em Roma. Para sua homenagem litúrgica a Igreja lhe
reservou o dia 10 de janeiro.
Santo Aldo
Muito interessante a trajetória deste singelo e tradicional
santo de nome Aldo. Dele não se encontrou nada escrito no Calendário universal
da Igreja, e em nenhum Martirológio local. Apenas os jesuítas belgas, que
catalogaram a vida dos santos da Europa do Norte na obra publicada em 1.600,
citaram neste dia o nome de santo Aldo, sozinho e solitário. Sozinho, porque é
o único santo com este nome, e solitário, como foi e continua sendo difundido,
porque era um devoto ermitão. Ele se tornou monge, do mosteiro fundado pelo
irlandês são Columbano, na cidade de Bobbio, vizinha de Pavia, cidade que
guarda as suas relíquias. Aldo foi sepultado primeiro na capela de são
Columbano e depois transferido para a basílica de são Miguel, daquela cidade,
na Itália. Não sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Parece que viveu no
século VIII, mas foi num destes que a História definiu como
"obscuros". Conceito que, no caso de Aldo, se tornou verdadeiro, pois
não deixou transparecer nada sobre a sua vida e sua pessoa, deixou apenas uma
atmosfera de santidade. A tradição nos apresenta Aldo como um simples carvoeiro
de Carbonária e um ermitão. Um monge de mãos calejadas e rosto enegrecido pela
fuligem das carvoarias. Isto parece correto, porque os monges de sua comunidade
construíam uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retiravam nas
horas dedicadas à oração e à contemplação, e onde moravam. Depois saíam para o
trabalho diário, onde ganhavam o pão com o suor do rosto. Não é por acaso que
suas relíquias estão em Pávia, cidade que durante um período foi a capital do
Reino da Europa do Norte, conhecido como Lombardo. Provavelmente corria nas
veias deste santo ermitão o sangue deste povo, senão, pelo menos assim nos faz
pensar a origem do seu nome. "Ald" é uma palavra da Europa do Norte que
significa "velho", e parente do nosso Aldo "ancião", ou
melhor "homem maduro". Velhice e maturidade são, em geral, garantia
de sabedoria, portanto podemos dizer que Aldo mereceu o próprio nome, quando
escolheu a sabedoria mais sábia, a da santidade, alcançada através do caminho
mais invisível, o da solidão e do silêncio, da quietude interior e exterior, da
contemplação e da oração. Ele se afastava temporariamente das pessoas para dar
mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de
Deus. Não se evadia da comunidade mas contribuía para sua edificação com o
exemplo de uma vida santa e uma caridade ativa. Santo Aldo é considerado um
feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala
diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida
retirada do mundo e inserida em Deus. Foi canonizado e seu culto é muito
vigoroso nos países da Europa do Norte, especialmente na Irlanda. A Igreja o
declarou "Padroeiro dos Trabalhadores", e o celebra neste dia,
indicado como o da sua morte.
Oração do dia 10/01/2013
Senhor, já percebi que sempre fracassei quando quis decidir
sozinho os rumos de minha vida. Vinde, pois, e que o vosso Espírito tome conta
de mim, ilumine minha razão e guie meu coração. Acompanhai-me na ação, para que
não me deixe levar por motivos falhos, fazei-me prudente e firme sem dureza na
busca do objetivo. Entrego em vossas mãos mais sábias a direção de minha vida.
Amém.
Deus nos fala dia 10/01/2013
A Palavra desperta-nos para o amor a Deus e ao
próximo, pois não há amor a Deus separado do amor ao irmão e à irmã. E a
verdade do Reino é para salvar a pessoa inteira, livrando-a de tudo que fere a
dignidade dos filhos de Deus!
Leitura do dia 10/01/2013
1 São João 4,19–5,4
Leitura da Primeira Carta de São João: Caríssimos, 19quanto a nós, amamos a Deus porque
ele nos amou primeiro. 20Se
alguém disser: “Amo a Deus”, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso;
pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não
vê. 21E este é o
mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 5,1Todo o que crê que Jesus é o
Cristo nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém amará também aquele
que dele nasceu. 2Podemos
saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus
mandamentos. 3Pois
isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são
pesados, 4pois todo o que
nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa
fé. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 10/01/2013
Lucas 4,14-22a
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Lucas: Naquele tempo, 14Jesus
voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por
toda a redondeza. 15Ele
ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E
veio à cidade de Nazaré onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na
sinagoga no sábado e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe
o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está
escrito: 18“O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa
Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos
a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e
para proclamar um ano da graça do Senhor”. 20Depois
fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na
sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então
começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes
de ouvir”. 22aTodos
davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto
que saíam da sua boca. Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Santo do dia 09/01/2013: Santo Adriano
![]() |
Santo Adriano
|
Santo Adriano
Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado
com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família
imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes.
Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.
Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de
grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua
capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II que em 663 o fez
seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois,
este papa o nomeou como um dos seus conselheiros. Quando morreu o bispo da
Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele
cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente
competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém
mais competente, pois ele mesmo não conhecia. Nesta ocasião Adriano havia se
encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de
Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado,
Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse
em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de
imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu
assistente e conselheiro, em 668. Ele chegou na Inglaterra um ano depois, pois
foi detido durante a viagem, na França sob suspeita que tinha uma missão
secreta do imperador Constantino II, para os reis ingleses, mas foi solto ao
atestarem a sua integridade de sacerdote. Adriano e Teodoro foram
evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era
pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino
de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua
liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de
clérigos para a Igreja dos povos anglicanos. Adriano viveu neste país durante
trinta e nove anos, totalmente dedicados ao serviço da Igreja. Nele os ingleses
encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e
instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida
profundamente evangélica. Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no
cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar
de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado
incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi
proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.
Oração do dia 09/01/2013
Senhor, creio que viestes para mudar nosso coração,
libertando-o para a verdade e o amor, para que assim pudéssemos mudar também a
realidade humana. Não permitais que eu me apegue só à realidade espiritual, ou
só à realidade social e política. Fazei-me homem novo, capaz de apontar rumos
para meus irmãos, e homem de ação corajosa para a transformação deste mundo.
Amém.
Deus nos fala dia 09/01/2013
A Palavra de Deus faz-nos tomar consciência de
nossas responsabilidades humanas e mergulhar na eternidade do amor. Por isso,
Jesus subiu ao monte para rezar, para entrar na intimidade do Pai. Nós sentimos
essa necessidade? Acolhamos o que o Senhor nos diz!
Leitura do dia 09/01/2013
1 São João 4,11-18
Leitura da Primeira Carta de São João: 11Caríssimos: se Deus nos amou
assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém
jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor
é plenamente realizado em nós. 13A
prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu
Espírito. 14E nós vimos
e damos testemunho, que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus
é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus
tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor,
permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 17Nisto
se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no
dia do julgamento, porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo. 18No amor não há temor. Ao
contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e
aquele que teme não chegou à perfeição do amor. Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 09/01/2013
Marcos 6,45-52
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Marcos: Depois de saciar os cinco mil homens, 45Jesus
obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na
outra margem, enquanto ele despedia a multidão. 46Logo
depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. 47Ao
anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. 48Ele viu os discípulos cansados de
remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi
até eles andando sobre as águas, e queria passar na frente deles. 49Quando os discípulos o viram
andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. 50Com efeito, todos o tinham visto e
ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo!” 51Então subiu com eles na barca, e o
vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, 52porque não tinham compreendido
nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido. Palavra da
Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Santo do dia 08/01/2013: Santo Severino
![]() |
Santo Severino |
Santo Severino
Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era
acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos,
vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam
dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra
deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais
valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam
abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino
como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes. É muito fácil
seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos
confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na
Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto
estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em
Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar
também à penitência. Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em
várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da
profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura
destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos
habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei
dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos
considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter
deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes
assassinados. Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a
vida, chegou até Comagene, já dominada pelos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os
aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos
chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e
graças operadas na humildade e na pobreza constantes. Severino predisse até a
data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua
Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a
última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): "Todo ser que tem vida,
a deve ao Senhor". Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo
Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na
cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino
trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e
caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais
garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e
preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos
votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal. Especialmente venerado na Áustria
e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos
beneditinos em Nápoles, na Itália.
Oração do dia 08/01/2013
Senhor, vós me chamastes e atraístes para vós. Quero ser
vosso discípulo, seguindo vossas ideias e vivendo do vosso jeito. Para isso
preciso de vossa ajuda. Livrai-me da inconstância, e dai-me firmeza para vos
continuar fiel mesmo quando forem difíceis as situações. Dai-me o bom senso,
para saber o que falar e o que fazer para concretizar na prática o que nos
ensinastes. Amém.
Deus nos fala dia 08/01/2013
Jesus revela-nos o amor do Pai. Deus é o amor que
se dá, e é somente o amor que o move e leva ao perdão. Outras escolhas não
geram vida nem libertam. Jesus matou a fome de verdade de toda a multidão,
multiplicou os pães. Hoje são os cristãos que devem multiplicar o amor e saciar
a fome de uma multidão de irmãos!
Leitura do dia 08/01/2013
1 São João 4,7-10
Leitura da Primeira Carta de São João: Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o
amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer
Deus, pois Deus é amor. 9Foi
assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único
ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto
consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e
enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. Palavra do
Senhor.
— Graças a Deus!
Evangelho do dia 08/01/2013
Marcos 6,34-44
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Marcos: Naquele tempo, 34Jesus
viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem
pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando
estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este
lugar é deserto e já é tarde. 36Despede
o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa
para comer”. 37Mas
Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram:
“Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães
tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se
sentassem na grama verde, formando grupos. 40E
todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e
dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e
ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também
os dois peixes. 42Todos
comeram, ficaram satisfeitos, 43e
recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães
era de cinco mil homens. Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Santo do dia 07/01/2013: Santo Luciano da Antioquia, Santo Raimundo de Peñafort e Maria Teresa do Sagrado Coração
![]() |
Santo Luciano da Antioquia
|
![]() |
Santo Raimundo de Peñafort |
![]() |
Maria Teresa do Sagrado Coração
|
Luciano chamado da Antioquia nasceu em 235 e deve seu grande
renome ao fato de ter sido o iniciador da doutrina herética conhecida como
arianismo, que tão profundamente abalou toda a cristandade dos primeiros
séculos. Aliás, diga-se que os arianos se chamaram inicialmente de
"lucianistas". Doutrina a qual Luciano se retratou lavando com o
sangue do seu próprio martírio o inicial equívoco, levado às últimas
conseqüências pelo herege Ário, que lhe doou o nome definitivo. Assim temos em
Santo Luciano um sacerdote sírio que foi martirizado no século IV, mais
precisamente no ano 312, na Nicomedia, Turquia. Nascido em Samósata, cidade do
norte da Síria que serve de passagem para Jerusalém, de pais cristãos, ficou
órfão aos doze anos de idade. Para conservar e reforçar a fé recebida da
família na infância se retirou para a cidade de Edessa, também na Síria, aonde
vivia em grande austeridade, dedicando-se aos estudos teológicos das Sagradas
Escrituras, tendo o famoso mestre Macário como diretor. Uma vez formado,
ordenou-se sacerdote exercendo todo o seu apostolado na Antioquia, Turquia.
Luciano era muito apegado aos estudos e tinha grande formação literária
ocupando o posto de um dos homens mais versados da Igreja. Ele fundou uma
escola de catequese que, na época, só encontrava equivalente na respeitadíssima
escola egípcia de Alexandria, que já comemorava meio século de implantação.
Essa escola formou dezenas de personagens famosos na História da Igreja, entre
eles vários bispos, teólogos e escritores católicos. Foi nesta época que suas
obras teóricas começaram a despertar a ira do bispo Paulo de Samosata, dando
início à intensa polêmica que mexeu com a Igreja. O tal bispo ainda sustentava
a heresia ariana a qual afirmava ser Cristo "inferior a Deus" e não
consubstancial a Ele. Era a doutrina que Luciano iniciara, mas, ao se perceber
errado, a combatia com intensidade, veemência e vigor. Conseguiu vencer o bispo
Paulo que foi destituído e afastado do Cristianismo, passando-se para o lado do
herege Ário. Luciano continuou cada vez com mais vigor sua obra evangelizadora,
tendo também que enfrentar as perseguições impostas contra os cristãos, pelo
imperador Maximiano. O tirano decidira liquidar primeiro com Luciano, por
entende-lo como uma fonte de liderança poderosa de manutenção da fé cristã,
daquela época. Ele acabou preso permanecendo algemado durante sete anos. Mesmo
nessa condição, para confortar os companheiros de prisão, celebrava a Santa
Missa deitado no chão usando o próprio peito como altar. Depois, o então
imperador, Maximino Daia, percebeu que não conseguiria fazê-lo renegar sua fé,
por isso mandou que fosse submetido a uma série de bárbaros suplícios. Chegou a
ficar quinze dias sem alimento algum e, mesmo assim, se recusou a ingerir carne
de animais imolados em nome dos deuses pagãos. Finalmente, foi executado a fio
de espada, tendo sido seu corpo lançado ao mar. A tradição diz que ele foi
recuperado graças a um golfinho que o transportou do local do martírio para
Helenópolis, na Ásia Menor. Mas a verdade é que Santa Helena, mãe do rei
Constantino era muito devota de Santo Luciano, o qual citava com freqüência ao
filho, que ainda não havia se convertido. Constantino que a amava muito,
durante o seu reinado, mandou que as relíquias do Santo fossem transladadas
para Helenópolis, cidade natal de sua querida mãe. Depois ele mesmo, em 337,
escolheu a sepultura do Santo para ser o local do seu batizado, oficializando
sua conversão e de todo o seu reino. Esse ato propagou ainda mais o culto de
Santo Luciano, tanto no Oriente como no Ocidente. Santo Luciano entretanto teve
um outro precedente importante, conhecido como Luciano de Somosata, que viveu
entre 125 e 192, sendo um importante filósofo e jurista grego, também fundador
de uma escola, só que em Atenas, falecendo como funcionário no Egito. Por essas
semelhanças ele e sua exuberante obra filosófica e literária, notadamente
satírica, foram confundidos com a trajetória do Santo oriundo dessa localidade,
principalmente nos primeiros séculos. Este é o motivo pelo qual Santo Luciano é
chamada da Antioquia.
Santo Raimundo de Peñafort
Raimundo era um fidalgo espanhol descendente dos reis de
Aragão. Nasceu em 1175, no castelo dos Peñafort, na Catalunha. Desde muito
pequeno apresentava interesse pela vida religiosa e pelos estudos. Aos vinte
anos foi professor de artes livres numa universidade em Barcelona, atraindo
muitos estudantes com suas aulas. Depois foi para Bolonha onde continuou
lecionando e estudando direito civil e eclesiástico. Ao final foi diplomado com
louvor e nomeado titular da cadeira de Direito Canônico da mesma escola. Jamais
esqueceu os pobres, deles, Raimundo cuidava pessoalmente, muito embora a fama
de seus conhecimentos já percorresse toda a Itália e Europa. Em 1220 voltou
para a Espanha e foi ordenado sacerdote e vigário geral da diocese de
Barcelona. Depois foi convocado para servir em Roma a pedido do Papa Gregório
IX, do qual foi confessor cerca de oito anos. Nesta época observou que os
pobres, quando iam ao palácio papal, não eram tratados e atendidos com o devido
direito, por isto alertou ao pontífice para que se interessasse pessoalmente
por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou a obra conhecida
como "Os Decretais de Gregório IX", muito importante para o direito
canônico até hoje. Como retribuição pela dedicação e bons trabalhos, este papa
o nomeou arcebispo de Taragona. Dentro de sua extrema humildade e se julgando
indigno pediu exoneração do cargo, chegando a ficar doente por causa desta
situação e com a licença dos superiores, voltou para a Espanha. Do amigo, Pedro
Nolasco, recebeu e aceitou o convite de redigir as Constituições da nascente
Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. Com a chegada dos dominicanos em
Barcelona, abandonou tudo para ingressar na Ordem. Quando o superior geral
morreu, em 1278, os religiosos elegeram Raimundo para ser o sucessor. Durante
dois anos percorreu todos os conventos da Ordem a pé. Depois se afastou da
direção, para se dedicar a vida solitária de orações e penitência, mas aos
pobres continuou a atender. Esta santificação lhe aprimorou ainda mais os dons
e grandes prodígios Deus executou por meio do seu servo, cuja fama de santidade
corria entre os fiéis. Por inspiração, aos setenta anos, Raimundo voltou ao
ensino. Fundou dois seminários onde o ensino era dado em hebraico e árabe, para
atrair judeus e mouros ao Cristianismo. Em pouco tempo dez mil árabes tinham
recebido o batismo. Foi confessor do rei Jaime de Aragão, ao qual repreendeu
pela vida mundana desregrada. Também o alertou sobre o perigo que o reino
corria com os albigenses, facção da seita dos cátaros, que estavam pregando uma
doutrina contrária e desta maneira conseguiu que fossem expulsos. Era um
escritor valoroso, a sua obra, "Suma de Casos", continua sendo usada
pelos confessores. Avisados de sua última enfermidade os reis de Aragão e
Castela foram ao seu encontro para receberem a derradeira benção. Raimundo de
Peñafort morreu centenário no dia 6 de janeiro de 1275. Foi canonizado e sua
festa autorizada para o dia seguinte da Epifania, em 7 de janeiro.
Maria Teresa do Sagrado Coração
O seu nome era Ioanna, para nós Joana, e foi uma das filhas
da numerosa família Haze. Pertenciam à classe média e eram católicos
fervorosos. Ela nasceu na cidade de Liegi em 27 de fevereiro de 1777. Desde o
berço apresentou uma inteligência precoce, aos quatro anos sabia ler e escrever
corretamente. Neste período a família conviveu com os perigos da Revolução
Francesa e por isto teve de fugir para o exterior, em conseqüência do avanço do
exército revolucionário que pretendia a independência da Bélgica. Foi nesta
circunstância, que em 1795 seu pai veio a falecer. Depois, algumas de suas
irmãs se casaram. Joana e a irmã Ferdinanda, ao invés do matrimonio, animavam o
desejo de seguirem a vida como religiosas, coisa impossível, por causa das leis
anticlericais da época. Entretanto, permaneceram em casa levando uma vida religiosa
missionária, dedicadas ao trabalho e as orações. Alfabetizavam, catequizavam e
atendiam os pobres, marginalizados, doentes e cuidavam da mãe, que morreu em
1820. Quatro anos depois, foi oferecida para elas uma escola paroquial em
Liegi, tolerada pelo governo holandês, ao qual estava submetida a população
belga. Em 1830, quando a Bélgica adquiriu sua independência, Joana decidiu
fundar uma nova congregação religiosa a qual recebeu o nome de "Filhas da
Santa Cruz de Liegi". As atividades iniciaram em agosto de 1832, com a
finalidade de organizar as escolas privadas, prestar assistência aos presos,
aos hospitais dos carentes e dar atendimento às missões. Joana tomou o nome de
Maria Teresa do Sagrado Coração e administrou a sua Obra até a idade bem
avançada e com muita lucidez. Uma de suas motivações espirituais, que a
acompanhou por toda vida foi: "O Senhor apresenta a Cruz com uma mão e a
consolação com a outra". Faleceu em Liegi e foi sepultada no cemitério de
Chénée, na Bélgica. A Congregação conta hoje com mais de 103 comunidades
espalhadas em quatro continentes. O processo de sua beatificação deu início em
1911, pelos vários milagres atribuídos à sua intercessão. Foi aprovado pela
Igreja em janeiro de 1991, sendo beatificada pelo papa João Paulo II em abril
de 1991. Provavelmente Santa Maria Tereza do Sagrado Coração, Ioanna Haze,
tenha se tornado a beata mais idosa da história da Igreja Católica de Roma,
pois morreu com noventa e nove anos em 7 de janeiro de 1876, em plena
atividade. A sua cerimônia litúrgica se comemora neste dia.
Assinar:
Postagens (Atom)