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Santo Teodósio
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São Higino |
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São Tomás de Cori
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Teodósio, cujo nome significa "um presente de
Deus", nasceu na Capadócia, atual Turquia, em 423, de pais ricos, nobres
cristãos. Recebeu uma boa e sólida formação desde a infância sendo educado
dentro dos preceitos da fé católica. Quando ainda muito jovem, era ele quem
fazia as leituras nas assembléias litúrgicas de sua cidade. Um dia, lendo a
história de Abraão, identificou-se com ele e descobriu que seu caminho era o mesmo
do patriarca, que deixara sua terra para se encaminhar aonde Deus lhe apontava.
Teodósio decidiu fazer o mesmo, seguindo inicialmente em peregrinação à Terra
Santa, para conhecer os caminhos trilhados por Jesus. Dotado de dons especiais
como da profecia, prodígio, cura e conselho, sentiu a confirmação do seu
chamado por Deus, ao se encontrar com Simeão, o estilista, outro Santo que
havia optado por viver acorrentado e numa torre alta construída por ele mesmo.
Simeão que nunca o tinha visto ou conhecido, o chamou pelo próprio nome e o
avisou de que Deus o havia escolhido para converter e salvar muita gente.
Teodósio entrou então para um convento próximo à Torre de Davi, onde
rapidamente foi escolhido para a provedoria de uma igreja consagrada a Nossa Senhora.
Mas sentia que aquela não era a sua obra, preferia a vida solitária da
comunidade monástica do deserto, como era usual naquela época. Depois, seguindo
a orientação de São Longuinho, que o aconselhava em sonhos, foi habitar numa
caverna, que segundo dizem fora ocupada pelos Reis Magos ao regressarem de
Belém. Alí se entregou às duras penitencias e orações, passando a pregar com um
senso de humildade que contagiava a todos que por lá passavam. Logo começou a
receber discípulos e outros monges formando uma nova comunidade religiosa
cenobítica, isto é, viviam uma vida retirada mas em comunicação servindo a
comunidade movidos pelos mesmos interesses, princípios e prerrogativas cristãs.
Numerosos discípulos, de diversas nacionalidades, foram atraídos e reunidos por
ele. Edificou três conventos, um para os que falavam grego, outro para os
eslavos e o terceiro para os de idiomas orientais como hebreu, árabe e persa.
Todos nos arredores de Belém. Construiu também três hospitais, um para anciãos,
outro para atender todos os tipos de doenças e o terceiro para os que tinham
enfermidades mentais. Aliás uma idéia muito nova para essa época e pouco
freqüente no mundo inteiro. Além disso ergueu quatro igrejas. Sua fama o levou
ao posto de arquimandrita da Palestina, isto é, superior geral de todos os
monges. Mas sua atuação contra os hereges acabou por condená-lo ao exílio, por
confrontar-se com o Imperador Anastácio. Só quando o imperador morreu é que ele
pôde voltar à Palestina reconquistando seu posto de liderança entre os monges.
Quando Teodósio morreu, com cento e cinco anos, em 529, seu corpo foi
depositado na cova feita por ele mesmo, há muitos anos, naquela gruta onde os
Reis Magos dormiram, entre Jerusalém e Belém. Seu enterro foi acompanhado pelo
Arcebispo de Jerusalém e muitos cristãos da Cidade Santa assistiram ao seu
funeral onde aconteceram inúmeras graças e prodígios, que ainda sucedem no local de
sua sepultura, embora tenha sido profanada e saqueada pelos árabes sarracenos.
Seu culto se difundiu rapidamente pelo mundo cristão e se mantém ainda hoje
muito forte.
São Higino
Higino era grego e filho de um filósofo ateniense. Governou a
Igreja por quatro anos entre 136 a 140. No segundo século, santo Irineu
voltando de uma viagem à Roma para a Ásia Menor elaborou um calendário
litúrgico do Oriente para homenagear todos os sucessores de são Pedro em Roma.
Neste elenco Higino ocupou o nono lugar. Por esta razão ficou fora do
calendário litúrgico de Roma. A sua "memória" só introduzida no
século doze, quando a Igreja uniu os dois calendários litúrgicos dos santos e
mártires. Não há dúvida alguma quanto a sua existência. Higino foi o único usar
este nome e morreu pelo testemunho da fé. O Livro dos Pontífices e o
Martirológio Romano afirmam que Higino sofreu o martírio no dia 11 de janeiro
durante a perseguição de Antonino Pio e foi sepultado junto de São Pedro no
Vaticano. Alguns estudiosos discordam que ele tenha sido mártir, mas que foi
santo por outros méritos. Seu governo foi não só perturbado pelas perseguições aos
cristãos, mas também pelos focos de heresia que começavam a nascer na Igreja
dos primeiros tempos. Contando com a ajuda de São Justino, filósofo, condenou
as heresias e os heresiarcas, e conseguiu triunfar diante desses perigos.
Valentim e Cerdon, os heresiarcas que ousaram enfrentar Roma, foram
excomungados pelo papa Higino. Ele se esmerou na preservação da integridade do
ensinamento evangélico de Cristo. Higino ousou mais, quando tomou como exemplo
o poderoso imperador Adriano. Mexeu nas estruturas hierárquicas e as tornou
mais precisas, instituindo as Ordens menores para melhorar o serviço da Igreja
e a preparação ao sacerdócio mediante uma aproximação progressiva aos Santos
Mistérios. À ele também se deve o costume de se ter padrinho e madrinha nos batismos.
Seu culto se manteve no dia 11 de janeiro conforme a tradição da Igreja, e os
fíeis o fazem ainda hoje um dos Santos mais populares e queridos de sua
devoção.
São Tomás de Cori
Francisco Antonio Placidi, assim foi batizado ao nascer em 04
de junho de 1655, na cidade de Cori, Itália. Tornou-se órfão dos pais aos
catorze anos de idade, e, assim jovem, responsável pela família. Aos vinte e
dois, com as duas irmãs bem encaminhadas e casadas dentro dos preceitos
cristãos, ele entrou para a Ordem dos Frades Menores Franciscano, no convento
de Orvieto em 1677, tomando o nome de frei Tomás. Após cinco anos foi
consagrado sacerdote, logo assumindo a condição de predicador na sua diocese em
Subiaco, onde exerceu seu apostolado. Considerado grande professor de santidade,
exímio diretor espiritual e incansável confessor, iniciava essa tarefa pela
manhã terminando só à noite. Frei Tomás de Cori, foi imagem viva do Bom Pastor.
Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados
aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano. No convento
demonstrava o seu espírito de caridade, fazendo-se disponível a qualquer
exigência, mesmo a mais humilde, sendo especialmente solicitado para atender os
que estavam enfermos nos leitos. Ele, que durante quarenta anos, conviveu com
uma ferida na perna, sem que fizesse uma única queixa ou fosse um motivo de
impedimento para o exercício de suas funções e apostolado. Como autêntico
discípulo do Pobrezinho de Assis, Tomás de Cori foi obediente a Cristo. Meditou
e encarnou na sua existência a exigência evangélica da pobreza e do dom de si a
Deus e ao próximo. Contemplado pelo Espírito Santo com muitos dons, como o do
conselho, cura, graças e prodígios, foi durante sua vida religiosa,
"visitado" muitas vezes na Santa Missa, pelo Menino Jesus, a Virgem
Maria e por São Francisco de Assis. Entretanto seu nome está ligado à grande
obra dos "Retiros" da Ordem Franciscana. Seguindo o exemplo do beato
Boaventura de Barcelona, fundou os "retiros" de sua Ordem em Civetela
e Palombara Sabina, ambos na Itália. As rígidas regras para as orações e vida
religiosa se estenderam para todos os "Retiros" da sua Ordem em 1756,
e se mantém até hoje na íntegra com a sua assinatura. Eles também serviram de
base para os "retiros" de outras Ordens religiosas. Toda a vida de
Tomas de Cori se mostrou assim como sinal do Evangelho, testemunho do amor do
Pai celeste, revelado em Cristo e operante no Espírito Santo, para a salvação
do mundo. Ele que morreu no dia 11 de janeiro de 1729, foi beatificado em 1786
e canonizado pelo papa João Paulo II em 1999.
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