segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Santo do dia 27/08/2012:Santa Mônica e Padre Helder Camara

Santa Mônica

Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 331, no seio de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres, que visitava com freqüência, levando o conforto por meio da Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer. Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento. E teria acontecido, porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas". Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica. Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual, tinha se tornado freqüentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas. Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de agosto de 387 e ela tinha cinqüenta e seis anos. O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu. O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho.

Padre Helder Camara

Helder Pessoa Camara nasceu na cidade de Fortaleza, Brasil, no dia 7 de fevereiro de 1909. A sua família era simples e católica, seus pais tiveram treze filhos e ele era o décimo primeiro. Sua vocação religiosa despontou na tenra idade, por influência da Escola dos Padres Lazaristas de Fortaleza, também conhecida como Seminário da Prainha de São José. Aos quatorze anos de idade, ingressou naquele seminário, onde estudou filosofia e teologia. Foi tão brilhante que a Santa Sé autorizou sua ordenação sacerdotal em 1931. No dia da Assunção de Nossa Senhora, Helder foi consagrado sacerdote e celebrou sua primeira missa no dia seguinte, com apenas vinte e dois anos de idade. Logo foi nomeado diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará. Cinco anos depois, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde morou e trabalhou por vinte e oito anos. Em 1952, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB elegeu-o bispo auxiliar do Rio de Janeiro. Exerceu o cargo de secretário-geral da CNBB, implantou os ideais da organização, promoveu a interação entre os bispos do Brasil, participou de congressos para atualização e adaptação da Igreja Católica aos tempos modernos, sobretudo integrando a Igreja na luta em defesa da justiça e da cidadania. Dom Helder Camara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 1964, cargo em que ficou por vinte anos. Nessa época, o Brasil vivia em plena ditadura militar. Como sacerdote representante da Igreja Católica, dom Helder pôde levantar a sua voz em defesa da comunidade sem vez e sem voz na escala social. Teve como ideário, nas suas pregações, a luta pela fé cristã e a caridade aos pobres e oprimidos. Passou a sofrer retaliações e perseguições, ficando sem ter acesso à mídia e impedido de divulgar suas mensagens durante todo o período ditatorial. Apesar de tudo, a personalidade de dom Helder ganhava, cada vez mais, dimensão no Brasil e no exterior. Ele criou projetos e organizações pastorais destinadas a atender as comunidades do Nordeste, que viviam em situação de miséria. No final do século XX, com o apoio de instituições filantrópicas, lançou, oficialmente, a campanha "Ano 2000 sem Miséria". Para dom Helder, era constrangedor que, às vésperas do segundo milênio do nascimento de Jesus Cristo, milhares de pessoas ainda vivessem na total miséria. Dom Helder escreveu diversos livros, que foram traduzidos em mais de trinta idiomas. Recebeu cerca de seiscentas condecorações e trinta e dois títulos de doutor honoris causa. Diversas cidades brasileiras concederam-lhe o título de cidadão honorário. No dia 27 de agosto de 1999, o arcebispo dom Helder Camara morreu. Ele será lembrado, na história da Igreja Católica, como um apóstolo que soube honrar o Brasil e usar seu carisma de defensor da paz e da justiça para os filhos de Deus.


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