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Santos Inocentes
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Santa Catarina Volpicelli
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Somente a monstruosidade de uma mente assassina, cruel e
desumana, poderia conceber o plano executado pelo sanguinário rei Herodes:
eliminar todas os meninos nascidos no mesmo período do nascimento de Jesus para
evitar que vivesse o rei dos judeus. Pois foi isso que esse tirano arquitetou e
fez. Impossível calcular o número de crianças arrancadas dos braços maternos e
depois trucidadas. Todos esses pequeninos se tornaram os "santos
inocentes", cultuados e venerados pelo Povo de Deus. Eles tiveram seu
sangue derramado em nome de Cristo, sem nem mesmo poderem "confessar"
sua crença. Quem narrou para a história foi o apóstolo Mateus, em seu
Evangelho. Os reis magos procuraram Herodes, perguntando onde poderiam
encontrar o recém-nascido rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou, então,
os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que ele teria nascido em
Belém de Judá, Palestina. Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão,
pediu-lhes que, depois de encontrarem o "tal rei dos judeus",
voltassem e lhe dessem notícias confirmando o fato e o local onde poderia ser
encontrado, pois "também queria adorá-lo". Claro que os reis do
Oriente não traíram Jesus. Depois de visitá-lo na manjedoura, um anjo os
visitou em sonho avisando que o Menino-Deus corria perigo de vida e que
deveriam voltar para suas terras por outro caminho. O encontro com o rei
Herodes devia ser evitado. Eles ouviram e obedeceram. Mas o tirano, ao perceber
que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois
anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos
soldados do seu exército. A festa aos Santos Inocentes acontece desde o século
IV. O culto foi confirmado pelo papa Pio V, agora santo, para marcar o
cumprimento de uma das mais antigas profecias, revelada pelo profeta Jeremias:
a de que "Raquel choraria a morte de seus filhos" quando o Messias
chegasse. Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a
primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória
eterna, segundo a promessa de Jesus. A Igreja preferiu indicar a festa dos
Santos Inocentes para o dia 28 de dezembro por ser uma data próxima à
Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após a visita dos reis magos. A
escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem, com
sua presença, a manjedoura do Menino Jesus.
Santa Catarina Volpicelli
Caterina Volpicelli, para nós Catarina, nasceu em Nápoles no
dia 21 de janeiro de 1839, no seio de uma família da alta burguesia, da qual
recebeu sólida formação humana e religiosa. Estudou letras, línguas e música,
coisa não freqüente para as mulheres do seu tempo. Guiada pelo Espírito Santo e
através dos diretores espirituais, Catarina renunciou à vida social que
apreciava para atender uma voz interior, o chamado de Deus à vida religiosa.
Foi em 1854 que ocorreu o seu encontro casual com o futuro bem-aventurado
Ludovico da Casoria na sua cidade. Encontro depois considerado por ela uma
graça providencial de Deus, porque por suas mãos se associou à Ordem
Franciscana Secular. Padre Ludovico foi enfático quando lhe indicou como único
objetivo de sua vida o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Apesar disso, cinco
anos depois, orientada por seu confessor, ingressou em uma Congregação
religiosa, saindo, logo em seguida, por graves motivos de saúde. O plano de
Deus sobre Catarina era outro, havia bem entendido o padre Ludovico, que muitas
vezes dizia: "O Coração de Jesus é a tua obra, Catarina!" Novamente,
com a indicação do seu confessor, tornou-se a primeira a receber, na Itália, o
diploma de zeladora da Associação do Apostolado da Oração da França. Em 1867,
estabeleceu a sua Sede em Nápoles mesmo, onde se dedicou às atividades
apostólicas. O apostolado da oração passou a ser o ponto central da
espiritualidade de Catarina. Na sua vida, totalmente consagrada ao Coração de
Jesus, distinguem-se três aspectos: a profunda espiritualidade eucarística, a
integral fidelidade à Igreja e a imensa generosidade apostólica. Com as suas
primeiras zeladoras, em 1874 Catarina fundou o novo Instituto das Servas do
Sagrado Coração de Jesus, aprovado, antes, pelo seu arcebispo, e depois, em
1890, pelo Vaticano. Preocupada com o futuro da juventude, abriu o orfanato,
fundou uma biblioteca circulante e instituiu a Associação da Filhas de Maria.
Em pouco tempo, abriu outras Casas na Itália. E as servas muito se distinguiram
na assistência às vítimas da cólera em 1884, em várias localidades italianas. A
participação de Catarina no primeiro Congresso Eucarístico Nacional, celebrado
em Nápoles em 1891, foi um ato culminante do apostolado da fundadora e das
Servas do Sagrado Coração de Jesus. Catarina morreu no dia 28 de dezembro de 1894,
em Nápoles. O papa João Paulo II beatificou-a em 1999. A data de sua festa
ocorre no dia de sua morte, mas o culto já era freqüente na comunidade cristã
onde as servas atuam mantendo o carisma da bem-aventurada Catarina Volpicelli.
Catarina Volpicelli foi canonizada pelo Papa Bento XVI no dia 26 de Abril de
2009.
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