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São Heriberto
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Santo Abraão Kidunaia |
Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito
moço, pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que,
no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms,
notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno
teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que
caminhou reto para o caminho da santidade. Como desde pequeno mostrava vocação
para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali,
Heriberto descobriu para si e para o mundo que era extremamente talentoso, mas
decidiu-se pela ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do
tempo cursou diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de
seu tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler,
seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só
devido à sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com
todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999. Quando Oton III morreu, o
imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou tornando-se admirador de
Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no início. Uma vez que o bispo
Heriberto o consagrou rei sem nenhuma contestação. E por fim o novo rei
Henrique II o chamou para ser seu conselheiro. Então, a obra caridosa do bispo
pôde então continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital
para os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles
pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca,
ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e,
finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim
choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo, culpando-se pela
seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de fazer misericórdia. Mas, um
fato prodigioso aconteceu nesse momento, imediatamente o céu escureceu e uma
forte chuva caiu sobre a cidade, durando alguns dias e pondo fim à estiagem.
Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de
março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu
uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral
dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou junto com o
mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos. Amado pelos fiéis a
peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se tornou vigoroso em toda
a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha, país de sua origem. Foi
canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que autorizou o culto à Santo
Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos devotos no dia 16 de março.
Santo Abraão Kidunaia
Abraão nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era
filho de pais religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade
de se casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz recusou. A
vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se somente à Deus,
pela oração, contemplação e penitência. Porém, a pressão da família foi tão
grande que o jovem não teve como escapar. Mas no dia do casamento abandonou
tudo. Foi encontrado, dezessete dias depois, pela família, numa cela isolada,
que construíra numa caverna do deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais
que seus pais pedissem que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia.
Viveu naquele mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte dos
pais. O outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão:
herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu ao bispo
de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte da herança entre
os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens materiais. Entretanto,
aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair do seu isolamento. O bispo,
que precisava de um bom sacerdote para uma missão muito especial, aproveitou
para efetuar a ordenação de Abraão. E o enviou como padre missionário para a
vila de Beth-Kiduna, onde todos os habitantes eram pagãos e praticavam a
idolatria. O trabalho de evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma
igreja com a ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao
cristianismo e destruído as imagens dos falsos deuses. Certo do dever cumprido,
Abraão rezou muito à Deus, para que fosse enviado outro padre, melhor do que
ele, para atender esse rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou para a solidão
de sua cela no deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso de sua missão em
Kiduna, que se tornou conhecido como Abraão Kidunaia. Deixou sua cela só mais
duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem chamada Maria, que ficou órfã
de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava de acolhida. Ele a recebeu e a
educou, ensinando-lhe tudo que sabia sobre a Palavra de Cristo e também sobre
as ciências. Mas, a jovem preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo
para uma cidade próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se
disfarçou de soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a
converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos, reclusa,
fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa, sendo canonizada,
mais tarde. A tradição diz que ela operou vária graças em vida. Muitos
peregrinos cristãos iam ao deserto para ver, conversar e aprender sobre os
mistérios de Cristo, com aquele padre que norteara sua vida para a santidade.
Abraão morreu, aos setenta anos de idade, no ano 366, cinco anos após a
discípula Maria. E foi essa a última vez que deixou sua cela. O lugar do seu
túmulo se tornou local de peregrinação, de prodígios e de graças. Esses dados
foram extraídos dos escritos deixados por Santo Efrém, que escreveu a biografia
de Santo Abraão Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.
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