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Damião de Molokai
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Santo Antonino de Florença
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Josef de Veuster-Wouters nasceu no dia 3 de janeiro de 1840,
numa pequena cidade ao norte de Bruxelas, na Bélgica. Aos dezenove anos de
idade, entra para a Ordem dos Padres do Sagrado Coração e toma o nome de
Damião. Em seguida, é enviado para terminar seus estudos num colégio teológico
em Paris. A vida de Damião começou a mudar quando completou vinte e um anos de
idade. Um bispo do Havaí, arquipélago do Pacífico, estava em Paris, onde
ministrava algumas palestras e pretendia conseguir missionários para o local.
Ele expunha os problemas daquela região e, especialmente, dos doentes de lepra,
que eram exilados e abandonados numa ilha chamada Molokai, por determinação do
governo. Damião logo se interessou e se colocou à disposição para ir como
missionário à ilha. Alguns fatos antecederam a sua ida. Uma epidemia de febre
tifóide atingiu o colégio e seu irmão caiu doente. Damião ainda não era
sacerdote, mas estava disposto a insistir que o aceitassem na missão rumo a
Molokai. Escreveu uma carta ao superior da Ordem do Sagrado Coração, que,
inspirado por Deus, permitiu a sua partida. Assim, em 1863 Damião embarcava
para o Havaí, após ser ordenado sacerdote. Chegando ao arquipélago, Damião logo
se colocou a par da situação. A região recebera imigrantes chineses e com eles
a lepra. Em 1865, temendo a disseminação da doença, o governo local decidiu
isolar os doentes na ilha de Molokai. Nessa ilha existia uma península cujo
acesso era impossível, exceto pelo mar. Assim, aquela península, chamada
Kalauapa, tornou-se a prisão dos leprosos. Para lá se dirigiu Damião, junto de
três missionários que iriam revezar os cuidados com os leprosos. Os leprosos
não tinham como trabalhar, roubavam-se entre si e matavam-se por um punhado de
arroz. Damião sabia que ficaria ali para sempre, pois grande era o seu coração.
Naquele local abandonado, o padre começou a trabalhar. O primeiro passo foi
recuperar o cemitério e enterrar os mortos. Com freqüência ia à capital,
comprar faixas, remédios, lençóis e roupas para todos. Nesse meio tempo,
escrevia para o jornal local, contando os terrores da ilha de Molokai. Essas
notícias se espalharam e abalaram o mundo, todo tipo de ajuda humanitária
começou a surgir. Um médico que contraíra a lepra ao cuidar dos doentes ouviu
falar de Damião e viajou para a ilha a fim de ajudar. No tempo que passou na
ilha, Damião construiu uma igrejinha de alvenaria, onde passou a celebrar as
missas. Também construiu um pequeno hospital, onde, ele e o médico, cuidavam
dos doentes mais graves. Dois aquedutos completavam a estrutura sanitária tão
necessária à vida daquele povoado. Porém a obra de Damião abrangeu algo mais do
que a melhoria física do local, ele trouxe nova esperança e alívio para os
doentes. Já era chamado apóstolo dos leprosos. Numa noite de 1885, Damião
colocou o pé esquerdo numa bacia com água muito quente. Percebeu que tinha
contraído a lepra, pois não sentiu dor alguma. Havia passado cerca de dez anos
desde que ele chegou à ilha e, milagrosamente, não havia contraído a doença até
então. Com o passar do tempo, a doença o tomou por inteiro. O doutor já havia
morrido, assim como muitos dos amigos, quando, em 15 de abril de 1889, padre
Damião de Veuster morreu. Em 1936, seu corpo foi transladado para a Bélgica,
onde recebeu os solenes funerais de Estado. Em 1995, padre Damião de Molokai
foi beatificado pelo papa João Paulo II e sua festa, designada para o dia 10 de
maio.
Santo Antonino de Florença
Antonino Pierozzi nasceu em Florença, na Itália, em 1389. Seu
pai era tabelião e sua mãe dona de casa, ambos muito religiosos. Sendo filho
único e obedecendo ao desejo dos pais, fez o curso de direito e se tornou um
perito na matéria. Mas, seu sonho era entregar-se à vida religiosa e, para
tanto, Antonino procurou ingressar na Ordem Dominicana. Foi recusado, pois o
superior não confiou em seu corpo pequeno e magro, aparentemente fraco. Disse a
Antonino que só seria aceito se ele decorasse completamente todo o Código de
Direito Canônico, coisa julgada impossível e que ninguém fizera até então. Mas
Antonino não se deu por vencido e, poucos meses depois, procurou novamente o
superior e provou que cumprira a tarefa. Foi admitido de imediato e se fez um
modelo de religioso, apesar de poucos acreditarem que ele pudesse resistir à
disciplina e aos rígidos deveres físicos que a Ordem exigia. Ordenado
sacerdote, ocupou cargos muito importantes. Foi superior em várias casas,
provincial e vigário-geral da Ordem. Deixou escritos teológicos de grande
valor. Entretanto, mais do que seus discursos, seu exemplo diário é que
angariava o respeito de todos, que acabavam por naturalmente imitá-lo numa
dedicada obediência às regras da Ordem. Quando ficou vaga a Sé Episcopal de
Florença, o papa Eugênio IV decidiu nomear Antonino para o cargo. Entretanto
ele fugiu para não ter de assumir o posto, mas afinal foi encontrado pelo amigo
beato Frà Angélico e teve, por força, de aceitá-lo. A Igreja, até hoje,
comemora o quanto a fé ganhou com isso. Antonino de Florença, em todos os
registros, é descrito como pastor sábio, prudente, enérgico e, sobretudo,
santo. Combateu o neopaganismo renascentista e defendeu o papado no Concílio de
Basiléia. Conseguiu tanto apoio popular que acabou com o jogo de azar na diocese.
No palácio episcopal, todos os que o procuravam encontravam as portas abertas,
principalmente os pobres e necessitados. Havia ordem expressa sua para que
nenhum mendigo fosse afastado dali antes de ser atendido. A fama de sua
santidade era tanta que, certa vez, o papa Nicolau V declarou em público que o
julgava tão digno de ser canonizado ainda em vida quanto Bernardino de Sena,
que acabava de ser inscrito no livro dos santos da Igreja. Antonino resistiu
até os setenta anos, quando o trabalho ininterrupto o derrotou. Morreu no dia 2
de maio de 1459. O papa Adriano VI canonizou santo Antonino de Florença em 1523
Seu corpo incorrupto é venerado na basílica dominicana de São Marco, em
Florença. A Ordem Dominicana o celebra no dia 10 de maio.
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