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Sta Maria Madalena de Pazzi
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São Gregório VII |
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Santa Madalena Sofia Barat |
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São Beda |
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São Cristóbal Magallanes Jara |
Santa Maria Madalena de Pazzi
Batizada com o nome de Catarina, ela nasceu no dia 2 de abril
de 1566, crescendo bela e inteligente em sua cidade natal, Florença, no norte
da Itália. Tinha a origem nobre da família Pazzi, com acesso tanto à luxúria
quanto às bibliotecas e benfeitorias da corte dos Médici, que governavam o
ducado de Toscana. Sua sensibilidade foi atraída pelo aprendizado intelectual e
espiritual, abrindo mão dos prazeres terrenos, o luxo e as vaidades que a
nobreza proporcionava. Recebeu a primeira comunhão aos dez anos e, contrariando
o desejo dos pais, aos dezesseis anos entregou-se à vida religiosa, ingressando
no convento das carmelitas descalças. Ali, por causa de uma grave doença, teve
de fazer os votos antes das outras noviças, vestiu o hábito e tomou o nome de
Maria Madalena. A partir daí, foi favorecida por dons especiais do Espírito
Santo, vivendo sucessivas experiências místicas impressionantes, onde eram
comuns os êxtases durante a penitência, oração e contemplação, originando
extraordinárias visões proféticas. Para que essas revelações não se perdessem,
seu superior ordenou que três irmãs anotassem fielmente as palavras que dizia
nessas ocasiões. Um volumoso livro foi escrito com essas mensagens, que depois
foi publicado com o nome de "Contemplações", um verdadeiro tratado de
teologia mística. Também ela, de próprio punho, escreveu muitas cartas
dirigidas a papas e príncipes contendo ensinamentos e orientações para a
inteira renovação da comunidade eclesiástica. Durante cinco anos foi provada na
fé, experimentando a escuridão e a aridez espiritual. Até que, no dia de
Pentecostes do ano 1690, a luz do êxtase voltou para a provação final: a da dor
física. Seu corpo ficou coberto de úlceras que provocavam dores terríveis. A
tudo suportou sem uma queixa sequer, entregando-se exclusivamente ao amor à
Paixão de Jesus. Morreu com apenas quarenta e um anos, em 25 de maio de 1607,
no convento Santa Maria dos Anjos, que hoje leva o seu nome, em Florença.
Apenas dois anos mais tarde foi canonizada pelo papa Clemente IX. O corpo
incorrupto de santa Maria Madalena de Pazzi repousa na igreja do convento onde faleceu.
Sua festa é celebrada no dia de seu trânsito.
São Gregório VII
Hildebrando nasceu numa família pobre na cidade de Soana, na
Toscana, Itália, em 1020. Desde jovem o atraía a solidão, por isso foi para o
mosteiro de Cluny e se tornou monge beneditino. Depois estudou em Laterano,
onde se destacou pela inteligência e a firmeza na fé. Galgou a hierarquia
eclesiástica e foi consagrado cardeal. Tornou-se o auxiliar direto dos papas
Leão IX e Alexandre II, alcançando respeito e enorme prestígio no colégio cardinalício.
Assim, quando faleceu o papa Alexandre II, em 1073, foi aclamado papa pelo povo
e pelo clero. Assumiu o nome de Gregório VII e deu início à luta incansável
para implantar a reforma, importantíssima para a Igreja, conhecida como
"gregoriana". Há tempos que a decadência de costumes atingia o
próprio cristianismo. A mistura do poder terreno com os cargos eclesiásticos
fazia enorme estrago no clero. Príncipes e reis movidos por interesses
políticos nomeavam bispos, vigários e abades de forma arbitrária. Desse modo,
acabavam designando pessoas despreparadas e muitas vezes indignas de ocupar
tais cargos. Reinavam as incompetências, os escândalos morais e o esbanjamento
dos bens da Igreja. Apoiado por Pedro Damião, depois santo e doutor da Igreja,
o papa Gregório VII colocou-se firme e energicamente contra a situação. Claro
que provocou choques e represálias dos poderosos, principalmente do arrogante
imperador Henrique IV, o qual continuou a conferir benefícios eclesiásticos a
candidatos indesejáveis. O papa não teve dúvidas: excomungou o imperador. Tal
foi a pressão sobre Henrique IV, que o tirano teve de humilhar-se e pedir
perdão, em 1077, para anular a excomunhão, num evento famoso que ficou
conhecido como "o episódio de Canossa". Mas o pedido de clemência era
uma bem elaborada jogada política. Pouco tempo depois, o imperador saboreou sua
vingança, depondo o papa Gregório VII e nomeando um antipapa, Clemente III.
Mesmo assim o papa Gregório VII continuou com as reformas, enfrentando a ira do
governante. Foi então exilado em Salerno, onde morreu mártir de suas reformas
no dia 25 de maio de 1085, com sessenta e cinco anos. Passou para a história
como o papa da independência da Igreja contra a interferência dos poderosos
políticos. Sua última frase, à beira da morte, sem dúvida retrata a síntese de
sua existência: "Amei a justiça, odiei a iniqüidade e, por isso, morro no
exílio". Muitos milagres foram atribuídos à intercessão de papa Gregório
VII, que teve seu culto autorizado pelo papa Paulo V em 1606.
Santa Madalena Sofia Barat
Madalena Sofia nasceu prematura em Ivigny, na Borgonha,
França, devido a um incêndio assustador que arrasou a casa vizinha àquela em
que moravam seus pais, na madrugada de 13 de dezembro de 1779. Se um incêndio
marcou seu nascimento, o fogo da fé, presente em sua alma, contagiou muitas
outras durante toda a sua existência, que abrangeu o período da sangrenta e
anticristã Revolução Francesa. Com o imprevisto do nascimento prematuro, sua
mãe quase perdeu a vida, e Madalena, devido ao risco de morte que corria, foi
batizada no mesmo dia, tendo como padrinho o irmão Luís, de doze anos,
profundamente ligado aos ensinamentos cristãos. Madalena Sofia cresceu fraca
fisicamente, mas com uma força interior marcante desde a infância. Desde pequena
aprendia as orações com facilidade e era sempre a primeira nas aulas de
catecismo. Seu irmão e padrinho, estudante de teologia, foi promovido a
subdiácono e nomeado professor do ginásio de Ivigny, levando consigo sua irmã e
afilhada, para melhor prepará-la para a vida. Percebendo que Madalena aprendia
com rapidez as matérias próprias do ginásio, Luís passou a lhe ensinar também
latim, grego, italiano e espanhol. Porém chegou a Revolução Francesa. Igrejas e
conventos eram fechados. Os cárceres ficaram lotados de sacerdotes e
religiosos, incluindo Luís. Quando foi libertado, em 1795, ele se ordenou
sacerdote e foi para Paris, acompanhado da irmã. Trabalhando na reconstrução da
Igreja aniquilada pela revolução, Madalena confiou sua orientação religiosa ao sábio
e famoso padre Varin. Percebendo as necessidades da época e seguindo sua forte
inspiração, Madalena fundou, com a ajuda do padre, a Congregação do Sagrado
Coração de Jesus, para o ensino gratuito de meninas pobres, em 1800. Junto com
outras companheiras religiosas, vestiu o hábito da ordem e, embora fosse a mais
jovem da nova congregação, foi nomeada superiora. A ordem passou a ter cada vez
mais seguidoras e enfrentou muitas dificuldades até obter a aprovação canônica.
Para manter as escolas gratuitas, Madalena as criava aos pares: uma para as
meninas pobres e outra para as de classe rica, que custeava a primeira. Assim
espalhou o carisma da congregação, com suas missionárias sendo enviadas pelo
mundo. Durante sessenta e três anos ela fundou cento e vinte e duas escolas, em
dezesseis países. Até que pressentiu, três dias antes, sua própria morte.
Pediu, então, exoneração do cargo para esperá-la, despediu-se das religiosas e
nomeou sua substituta. Morreu no dia 25 de maio de 1865, em Paris.
Imediatamente, vários milagres aconteceram e muitas conversões se sucederam,
conforme os dos registros que regeram sua canonização, proclamada em 1925.
Santa Madalena Sofia Barat é festejada no dia de seu trânsito nos cinco
continentes, onde a congregação atua em quarenta e quatro países, no Brasil
inclusive.
São Beda
Todas as informações que temos sobre o extraordinário Beda
foram escritas por ele mesmo no livro "História da Inglaterra", um
dos mais raros e completos registros da formação do povo inglês antes do século
VIII, narradas assim: "Eu, Beda, servo de Cristo e sacerdote, e monge do
mosteiro de São Pedro e São Paulo, da Inglaterra, nasci neste país. Aos sete
anos, fui levado ao mosteiro para ser educado pelos monges. Desde então, passei
toda a minha vida no mosteiro, e me dediquei sobretudo ao estudo da Sagrada
Escritura. Além de cantar e rezar na Igreja, minha maior alegria foi poder
dedicar-me a aprender, a ensinar e a escrever. Aos dezenove anos, recebi o
diaconato e aos trinta, o sacerdócio. Todos os momentos livres eu os dediquei a
buscar explicações da Sagrada Escritura, especialmente extraídas dos escritos
dos santos Padres". Além desses dados, podemos acrescentar ainda, com
segurança, que Beda nasceu no ano 672, tendo sido educado e orientado espiritualmente
pelo próprio são Bento Biscop, abade do mosteiro, que, impressionado com seus
dons e inteligência, o tratava como próprio filho, na cidade de Wearmouth.
Cedo, Beda percebeu que um sermão podia ser ouvido por apenas algumas pessoas,
mas podia ser lido por milhares delas e por muitos séculos. Por isso ele
desejou escrever, e escreveu muito, sem se cansar, com cuidado e esmero no
conteúdo e estilo, resultando em livros agradáveis de ler, verdadeiras obras
literárias, sobre os mais variados temas, indo do teológico ao intelectual. Ao
todo, foram sessenta obras sobre teologia, filosofia, cronologia, aritmética,
gramática, astronomia, música e até medicina. Beda gostava de aprender, por
isso pesquisava e estudava; e também de ensinar, por isso escrevia e dava aulas.
Ajudou a formar várias gerações de monges, que, atraídos pela linguagem
simples, encantadora e acessível, eram dirigidos, por meio dessas matérias,
para os ensinamentos de Deus. O papa Gregório II chamou-o a Roma, para tê-lo
como seu auxiliar, mas Beda implorou para permanecer na solidão do mosteiro,
onde ficou até seus últimos momentos de vida. Só saiu por poucos dias para
estabelecer as bases da Escola de York, na qual, depois, estudou e se formou o
famoso mestre Alcuíno, fundador da primeira universidade de Paris. Ainda em
vida, era chamado de "venerável Beda", ou "Beda, o
Venerável". Morreu com sessenta e três anos, na paz do seu mosteiro, em
Jarrow, Inglaterra, no dia 25 de maio de 735. Muitos séculos depois, pelo
imensurável serviço prestado à Igreja, o papa Leão XIII, em 1899, proclamou-o
santo e doutor da Igreja. São Beda, único santo inglês que possui o título de
doutor da Igreja, é celebrado no dia 25 de maio.
São Cristóbal Magallanes Jara
Cristóbal nasceu em um pequeno rancho do município de Totaltiche,
Jalisco, arquidiocese de Guadalajara, México, em 30 de julho de 1869. Até os
dezenove anos de idade ali permaneceu, estudando e trabalhando nos mais
diversos serviços. Em 1888, matriculou-se no seminário em Guadalajara,
realizando o seu sonho de ser sacerdote ao ser designado para a paróquia de sua
cidade natal. De temperamento sereno, tranqüilo e persistente, Cristóbal se
tornou um sacerdote de fé ardente, prudente diretor de seus irmãos sacerdotes e
pastor zeloso que se entregou à promoção humana e cristã de seus fiéis.
Missionário entre os indígenas huicholes e fervoroso propagador do Rosário à
Santíssima Virgem Maria. Mas os acontecimentos políticos de 1917 alteraram o
destino do país. Nesse ano foi promulgada a constituição anticlerical do México,
assinada pelo então presidente Venusiano Carranza, dando início às perseguições
religiosas e outras arbitrariedades contra a população no país. Apesar da
Igreja, por seu episcopado, expressar seu desagravo às novas leis, nada pôde
fazer, ao contrário, foi vitimada pelo endurecimento nas perseguições. Isso
gerou a reação da sociedade e os leigos se organizaram formando a Liga em
Defesa da Liberdade Religiosa, entrando em confronto, até mesmo armado, com os
integrantes do governo. Dez anos depois, em 1926, a situação só tinha piorado.
O então presidente, Plutarco Elias Calles, tornou a perseguição ainda mais
violenta, expulsando os sacerdotes estrangeiros, fechando escolas privadas e
obras assistenciais de organizações religiosas. Os integrantes da Liga reagiram
com vigor. Como esse movimento da Liga não foi coordenado pela Igreja, muitos
sacerdotes preferiam não aderir, deixando o país ou mesmo abandonando suas
atividades por um tempo. Porém, outros decidiram ficar firmes em seus postos,
para atender os fiéis, mesmo arriscando as próprias vidas. E assim fez
Cristóbal, que tinha para as vocações sacerdotais um cuidado extremado e um
lugar especial no seu ministério. Quando os perseguidores da Igreja fecharam o
seminário de Guadalajara, ele se ofereceu para fundar em sua paróquia um
seminário com a finalidade de proteger, orientar e formar os futuros
sacerdotes. Perseguido, em 25 de maio de 1927 foi fuzilado em Colotlán,
Jalisco, diocese de Zacatecas. Antes, ainda confortou seu companheiro de
martírio, padre Agustín Caloca, que tremia diante do carrasco, dizendo-lhe:
"Fique tranqüilo filho, é apenas um momento e depois virá o céu". À
sua hora, dirigindo-se a tropa, exclamou: "Eu morro inocente, e peço a
Deus que meu sangue sirva para a união de meus irmãos mexicanos". O papa
João Paulo II, em 2000, canonizou vários mártires mexicanos desse período,
entre eles são Cristóbal Magallanes Jara, que é celebrado neste dia.
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