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SÃO SILVESTRE |
SÃO SILVESTRE
Quando a Igreja saiu do período das sanguinárias perseguições
e emergiu da clandestinidade, no século IV, expandindo-se livremente sob a
colaboração do imperador Constantino, encontrou no papa Silvestre I o
comandante à altura para se transformar numa organização eclesiástica que
duraria por vários séculos e sobreviveria a muitas outras turbulências para
chegar a este século XXI. Seu pontificado não só foi longo como produziu muitos
frutos. Embora Constantino tenha deixado florescer a semente plantada pelos
apóstolos de Jesus durante tantos anos regados pelo sangue do martírio, nem por
isso o cristianismo vivia em completa paz. Mesmo condescendente, Constantino
não abandonou o hábito pagão de se utodenominar pontífice máximo, portanto
capacitado para controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa.
Não matava, mas não deixava de sufocar os cristãos. Tanto que exigiu para si a
autoridade para convocar um sínodo para sanar um cisma irrompido na África.
Também passou para a história como o autor da convocação do primeiro concílio
ecumênico do planeta, no ano 325. A tudo isso São Silvestre assistia, mas nada
passivo. Avançado na idade, não pôde comparecer ao concílio famoso, mas mandou
representantes à altura do que a Igreja Católica necessitava para se firmar no
encontro: o bispo Ósio de Córdoba e mais dois sacerdotes assessores. Como havia
harmonia entre papa e imperador, foi possível ao cristianismo tirar bons frutos
do sínodo, além de um importante apoio financeiro por parte do império para a
construção de valiosos edifícios eclesiásticos que marcaram o pontificado de
Silvestre I. Não é pouco, pois um deles é justamente a basílica em honra de São
Pedro, no monte Vaticano, em Roma. Foi propositadamente construída sobre um
cemitério pagão, o que fez o templo crescer muito em importância e significado.
Quem descobriu isso foi o papa Pio XII, comandando escavações no local em 1939.
Outro monumento é a basílica de São Paulo, na Via Ostiense. Temos também a
basílica de São João, igualmente em Roma. Também por causa de Silvestre,
Constantino legou à Igreja outro evento histórico de muita importância para a
humanidade e para o catolicismo: cedeu seu próprio palácio, o Lateralense, para
servir de moradia para os papas durante os séculos futuros. Mas, para
mostrarmos que seus atos não eram politicagem ou simples propaganda utilizando
a Igreja como veículo, e sim fruto do trabalho de Silvestre, basta dizer que
Constantino nunca se deixou batizar pelo papa. Aliás, só na hora da morte
aceitou receber o batismo. Quanto ao papa São Silvestre I, morreu em 335,
depois de ter assumido o Trono de Pedro no ano 314. Para a época, um verdadeiro
recorde.
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