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Santo Isidoro de Sevilha |
Santo Isidoro de Sevilha
Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em 560, em
Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito cristã. Seu
pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade dentro dos
mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos os filhos
igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria de ter
quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração
dos altares da Igreja. Isidoro começou a estudar a religião desde muito
pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo.
Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas
dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores,
mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em
Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se
sacerdote. Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos
visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável
pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão
Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu bispado,
Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são considerados
os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi muito grande,
era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas bibliotecas e seu
exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres ao estudo e às boas
leituras. Depois, retirou-se para um convento, onde poderia praticar suas
obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos estudos. Por seus
profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV
Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importantes para a
Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por isso foi chamado
de "Pai dos Concílios" e "mestre da Igreja" da Idade Média.
Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa vivia cheia de mendigos e
necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril de 636, sentindo que a
morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os pobres, publicamente
pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez a eucaristia e,
orando aos pés do altar, ali morreu. Ele nos deixou uma obra escrita sobre
cultura, filosofia e teologia considerada a mais valorosa do século VII. Nada
menos que uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada Etimologias, considerada
o primeiro dicionário escrito, um livro com a biografia dos principais homens e
mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e conventos, além de muitos
comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo que mais lhe
agradava. Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A divina
comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito ardente"
nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro de Sevilha
doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua morte.
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