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| SÃO GODOFREDO |
SÃO GODOFREDO
Os pais de Godofredo rezaram muito para que Deus lhes desse
um herdeiro. Queriam que herdasse sua nobreza, para cuidar dos negócios e bens
da família. Mas, quando ele nasceu o batizaram com um nome que já parecia
apontar em outra direção. Godofredo quer dizer paz de Deus, e foi o que o
francês espalhou por onde passou durante toda a vida, que se conciliou em 1118.
Com cinco anos foi entregue para ser educado por monges e do convívio com a
religiosidade nunca mais se afastou. Quando a educação se completou, nem quis
mais voltar para casa, permanecendo no convento e ordenando-se sacerdote aos
vinte e cinco anos de idade. Suas habilidades nos assuntos da fé, bem como a
visão social que demonstrava, logo chamaram a atenção dos superiores. Tanto que
o arcebispo cedo o incumbiu de uma delicada missão: endireitar um convento
grande e conhecido, cujos monges estavam longe de viver a disciplina exigida
pela ordem. Em poucos anos a instituição mudou completamente, tornando-se um
centro que atraía até membros de outras comunidades que ali passavam uma
temporada para desfrutar dos conselhos do diretor. Certa vez lhe ofereceram uma
abadia rica e poderosa, mas ele recusou dizendo que jamais abandonaria
"uma esposa pobre por uma rica". O que o atraía era a fé e o
trabalho, a proteção aos pobres e doentes e não o poder ou a ostentação.
Convidava mendigos e leprosos para sua mesa, acolhia todos os necessitados com
abrigo e esmolas fartas. Suas virtudes levaram o povo e o clero a eleger
Godofredo arcebispo de Amíens, mas ele só aceitou o cargo depois de receber
ordem por escrito do próprio papa. Mas esta missão o frustrou. Godofredo, que
se anunciava inimigo do pecado, não se conformava ao ver que sua pregação não
atingia os ricos e poderosos que continuavam levando vida de muitos vícios e
nenhuma virtude. Sua pregação contra eles e as denúncias que fazia do púlpito
quase lhe causaram a morte num atentado encomendado. Colocaram veneno em seu
vinho, mas o plano foi descoberto. Considerando-se inapto para o cargo, pois
não convertia os milionários devassos, pediu demissão e se retirou para um
local ermo. Só que nem os superiores nem o povo aceitaram a demissão e
Godofredo foi reconduzido ao cargo. Com o apoio recebido conseguiu então
inúmeras conversões, fazendo com que os poderosos vivessem, pelo menos por um
curto período de tempo, segundo as orientações de piedade e penitência. São
Godofredo morreu no Mosteiro de São Crispim, em Soissons, onde também foi
enterrado.
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