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São Justino |
São
Justino
Justino nasceu na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria,
Palestina, no ano 103, início do século II, quando o cristianismo ainda se
estruturava como religião católica. Tinha origem latina e seu pai se chamava
Prisco. Ele foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando
filosofia e especializando-se nas teorias de Platão. Tinha alma de eremita e
abandonou a civilização para viver na solidão. Diz a tradição que foi nessa
fase de isolamento que recebeu a visita de um misterioso ancião, que lhe falou
sobre o Evangelho, as profecias e seu cumprimento com a Paixão de Jesus,
abalando suas convicções e depois desaparecendo misteriosamente. Anos mais
tarde, acompanhou uma sangrenta perseguição aos cristãos, conversou com outros
deles e acabou convertendo-se, mesmo tendo conhecimento das penas e execuções
impostas aos seguidores da religião cristã. Foi batizado no ano 130 na cidade
de Efeso, instante em que substituiu a filosofia de Platão pela verdade de
Cristo, tornando-se, historicamente, o primeiro dos Padres da Igreja que
sucederam os Padres apostólicos dos primeiros tempos. No ano seguinte estava em
Roma, onde passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão
do Evangelho. Muito culto, era assim que evangelizava entre os letrados, pois
esse era o mundo onde melhor transitava. Era um missionário filósofo, que, além
de falar, escrevia. Deixou muitos livros importantes, cujos ensinamentos
influenciaram e ainda estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da
Igreja. Embora tenham alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a
mais célebre delas é o Diálogo com Trifão. Seus registros abriram caminhos à
polêmica antijudaica na literatura cristã, além de fornecerem-nos importantes
informações sobre ritos e administração dos sacramentos na Igreja primitiva.
Bem-sucedido em todas as discussões filosóficas, conseguiu converter muitas
pessoas influentes, ganhando com isso muitos inimigos também. Principalmente a
ira dos filósofos pagãos Trifão e Crescêncio. Este último, após ter sido
humilhado pelos argumentos de Justino, prometeu vingança e o denunciou como
cristão ao imperador Marco Aurélio. Justino foi levado a julgamento e, como não
se dobrou às ameaças, acabou flagelado e decapitado com outros companheiros,
que como ele testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.
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