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SÃO FRANCISCO SOLANO |
SÃO
FRANCISCO SOLANO
Apesar de ter estudado durante toda a infância e juventude
num colégio jesuíta, era para missionário mesmo que Francisco sentia que
nascera. Assim, formou-se frei franciscano por inspiração e dom. Mesmo
percorrendo terras e mais terras em missões de evangelização, jamais abandonou
a caridade e o cuidado com os doentes, características típicas de um frade. Francisco
nasceu em Montilla, na Andaluzia, em 1549. Seus pais eram profundamente cristãos
e por isso muito cedo o encaminharam ao colégio jesuíta que formaria seu
caráter. Tornou-se franciscano aos vinte anos e sua conduta exemplar logo lhe
angariou cargos importantes dentro da ordem. Mas Francisco queria viajar e
pregar, pois, apesar de não ser um colosso em retórica, arrebatava seus
ouvintes por causa da convicção na fé que professava. Só adiou por uns tempos a
execução desses planos porque, antes disso, teve de ajudar sua própria terra.
Uma devastadora peste atacou seu país e ele logo pediu para ser aceito como
enfermeiro. Tratando dos doentes, principalmente dos mais pobres, acabou
contraindo a doença. Mas isso não o abateu. Assim que se recuperou voltou a
cuidar dos enfermos. Enfim, sua primeira viagem foi marcada. Francisco foi
enviado ao Peru e, já no caminho, começaram a despontar os dons que marcariam
toda sua existência. Conta a tradição que o navio em que viajava foi assolado
por uma violenta tempestade e acabou encalhando num banco de areia, o que
poderia ser fatal para todos. Só que a presença de Francisco acalmou as
pessoas. Em vez de pânico, o que se viu foi confiança no Criador. Solano acabou
batizando não só muitos passageiros como também os escravos negros que com eles
viajavam. Como prometeu, logo todos foram salvos por um navio que os levou
finalmente a Lima. Dali ele foi para Tucumán e nos quinze anos seguintes foi um
viajante incansável no auxílio e na pregação. Os escritos registram várias
passagens que ele protagonizou e que marcariam não só sua história, como a
história da própria Igreja. Tinha uma facilidade milagrosa para o aprendizado
de novas línguas e a cada tribo pregava em seu próprio linguajar, conquistando
os nativos de maneira fácil e tranqüila. Além disso, curou muitos doentes com o
simples toque de seu cordão de franciscano. Ressuscitou um menino e livrou toda
uma vasta região da praga dos gafanhotos. Também descobriu água num lugar seco
e deserto, onde muitos doentes se curaram só com bebê-la. Enfim, percorreu os
três mil quilômetros entre Lima e Tucumán, na Argentina, deixando um rastro de
pagãos convertidos e feitos fantásticos. Passou os últimos cinco anos de sua
vida em Lima, reformando os conventos de sua ordem e restaurando ali a
disciplina perdida. Pela graça de seus dons, conheceu com antecedência a hora
de sua morte aos sessenta e quatro anos. Preparou-se, assim, para sua chegada
em 14 de julho de 1631. São Francisco Solano foi canonizado em 1726.
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