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Santa Catarina de Gênova |
Santa
Catarina de Gênova
No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os
dominantes em Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas
sangrentas. Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da
nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz, que era
mantida pelos casamentos acordados entre si. Ela também teve de submeter-se a
essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos dos guelfi, a deram
em casamento ao jovem Juliano, da aristocrata família Adorno, dos ghibellini. A
união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas irresponsável,
desregrado, jogador e de caráter duvidoso, enquanto Catarina, com apenas
dezesseis anos, era religiosa, sensível e muito caridosa, que, em vez de casar,
desejava poder ter seguido a vida religiosa como sua irmã Limbânia o fizera.
Ela viveu sob a influencia negativa do marido, dividida entre as futilidades da
corte e as obras de caridade. Um verdadeiro conflito entre os pecados e o
remorso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de visitar a irmã Limbânia no
mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido, sem solução e salvação, Catarina
resolveu viver no seguimento de Jesus, para dedicar-se aos pobres e aos
doentes. Sua conversão foi tão sincera, radical e transparente que Juliano se
converteu também. Colocando todo o seu patrimônio à disposição dos necessitados
e deixando os palácios suntuosos, os dois ingressaram na Ordem Terceira
Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa época, devido às
freqüentes invasões de conquistadores, os soldados haviam trazido a sífilis e a
peste, que se tornaram epidemias crônicas, atingindo toda a população, rica e
pobre. Catarina e Juliano passaram a cuidar desses doentes. Catarina realizou o
seu desejo de renovação espiritual praticando a caridade entre os mais
contaminados e desenganados. Juliano, depois de alguns anos morreu, em 1497.
Ela continuou cada vez mais despojada de tudo, servindo a Deus na total entrega
aos pobres mais doentes e abandonados. Ao seu redor se juntou um grupo de
seguidores, entre os quais o humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos
dizia: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro
para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade".
Enquanto isso, a fama de sua santidade corria entre os fiéis. Catarina, nessa
íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons especiais da profecia, conselho
e cura. Em 1507, com o físico enfraquecido e por causa do constante contato com
os mais contaminados, adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de
setembro de 1510. Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa
Clemente XII em 1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais
conhecida como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova
no dia 12 de setembro. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de maio.
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