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Santo Paulo - o ermitão
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Santo
Paulo - o ermitão
São Jerônimo escreveu em 400, um livro rico em detalhes sobre
a vida de Paulo, a quem chamou de "príncipe da vida eremita". Ele a
conheceu narrada pelo amigo são Atanásio, discípulo de santo Antonio do
Deserto. Paulo nasceu no ano 228, em Tebaia, uma região próxima do rio Nilo, no
Egito, cuja capital era Tebas. Foi educado pelos pais que eram da nobreza e
cristãos. Porém aos catorze anos ficou órfão. Era bondoso, piedoso e amava a sua
fé. Em 250 começou a perseguição do imperador Décio. Foi uma perseguição curta,
mas dura e contundente, porque ordenava aos cristãos que renegassem a fé e
participassem dos ritos pagãos, como sinal de lealdade ao Estado. Quem
aceitasse podia viver tranqüilo. Muitos aceitavam, para salvar a vida. Paulo
não rendeu homenagens aos deuses, preferiu se esconder, mostrando prudência.
Porém, foi denunciado e fugiu para o deserto. Lá, encontrou umas cavernas onde,
séculos atrás, os escravos da rainha Cleópatra fabricavam moedas. Escolheu uma,
perto de uma fonte de água e de umas palmeiras, para ser sua moradia. Com as
folhas da palmeira fazia a roupa. Os frutos eram seu alimento. E a água da
fonte sua bebida. Em 251 o imperador Décio morreu num combate e a perseguição
cessou. Mas, Paulo nunca mais voltou. O deserto, a solidão e a proximidade com
Deus o haviam conquistado. Sentiu que sua missão era ajudar o mundo não com
negócios e palavras, mas com penitências e orações, para a conversão dos
pecadores. Disse são Jerônimo que quando a palmeira não tinha frutos, vinha um
corvo trazendo meio pão no bico e com isso vivia o santo monge. Depois de
muitos anos, foi descoberto por Antonio do Deserto, ou Antão, o qual foi
avisado em sonho, que no deserto existia um monge mais velho do que ele. Paulo
estava na caverna, quando se encontraram. Conversavam sobre assuntos
espirituais, quando um corvo pousou carregando no bico a ração dobrada: um pão
inteiro. Paulo, então, contou a ele sua vida e a experiência dos noventa anos
de solidão no deserto. Depois rezaram a noite toda. Pela manhã, Paulo pediu que
Antonio fosse buscar o manto que recebera de Atanásio, pois pressentiu que seu
fim estava próximo. Antonio ficou emocionado, porque nada havia contado sobre o
manto, que ganhara do discípulo. Partiu e quando voltou, não o encontrou mais.
Envolto em mistério e encantamento, ao que tudo indica, Paulo morreu com cento
e doze anos em 340, sozinho e em lugar ignorado. Foi um santo singular: não
deixou escritos ou palavras memoráveis. Segundo a tradição, no século VI, foi
erguido no Egito um mosteiro, em frente ao Monte Sinai, que conserva a sua
antiga morada na caverna. Nada mais temos que se ligue, materialmente, a este
monge do silêncio, também conhecido como: Paulo de Tebas. Cerca de oito séculos
depois de sua morte, nasceu uma comunidade religiosa com o nome de "Ordem
de São Paulo Primeiro Eremita" ou "Eremitas de São Paulo". Uma
comunidade que, no início do terceiro milênio, ainda permanece viva e
conhecida, tendo sua Casa Mãe, perto do Santuário Mariano de Czestochowa, na
Polônia. A Igreja o celebra em 15 de janeiro, data indicada no livro de são
Jerônimo.
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