São Camilo de Léllis, nasceu em Bucchiánico de Chieti, seu
pai era marquês, homem de armas e herdou do pai a coragem e a espada. Sempre
ficava internado no hospital de São Thiago em Roma, buscando tratamento para um
tumor, pagava a diária do hospital trabalhando de servente, pois o vício do
jogo fê-lo perder todo o dinheiro que tinha. Colocou-se então a serviço dos
capuchinhos e nesse período teve a graça da conversão e decidiu mudar de vida.
Ficou então como ajudante no hospital, servindo principalmente aos doentes mais
repugnantes, ausentando-se apenas nos domingos de folga, que passava ao lado de
São Felipe Néri, pelo qual foi influenciado na determinação da obra que estava
para empreender. No final do ano Santo de 1575, quando os poucos hospitais
romanos mostravam-se insuficientes para atender todos os peregrinos
necessitados de assistência que São Camilo de Léllis fundou a Congregação dos
Ministros, ou seja, servidores dos enfermos que deveriam cuidar espiritualmente
e corporalmente dos doentes. Passado dois anos, São Camilo foi ordenado
sacerdote e continuou dirigindo por vinte anos seus religiosos. Sua dedicação
aos doentes era tanta, que sempre repetia quando alguém queria tirá-lo do leito
dos enfermos: "estou ocupado com nosso Senhor Jesus Cristo." Seu
exemplo é uma inspiração para nós no cuidado dos doentes e sofredores, num
mundo cada vez mais tecnicizado e sem alma. Ficou célebre seu grito, junto aos
profissionais da saúde de então, e que não perdeu sua atualidade após quase 4
séculos: " mais coração nas mãos, irmão". Ou seja, a competência
profissional (mãos) tem que estar junto com a competência humana (coração). O
amor busca a técnica e a ciência para melhor servir. Isto é humanizar! Para São
Camilo o cuidado tem como medida a sensibilidade feminina quando diz:
"Desejamos, com a graça de Deus, servir a todos os enfermos com aquele
amor que uma mãe amorosa cuida de único filho enfermo". O coração é o
símbolo da sensibilidade e do amor humano. O coração de São Camilo que foi
extraído do seu corpo na noite de sua passagem desta vida para a vida eterna
(14 de julho de 1614) está preservado como relíquia, na Casa Geral dos
Camilianos em Roma, no quarto em que São Camilo morreu e que posteriormente foi
transformado num pequeno oratório. Foi canonizado em 1746, em 1886 foi
declarado patrono dos enfermos e dos hospitais.
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