Em 1226, quando São Francisco de Assis morreu, Clara pediu
que levassem o corpo do seu mestre espiritual na clausura, onde as monjas
poderiam contemplar o seu rosto. Foi quando Clara teve visões projetadas na
parede da pequena cela. Ali via São Francisco e os ritos das solenes funções
que se desenvolviam na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, como
se fossem filmes projetados numa tela, Santa Clara é considerada padroeira da televisão
e de todos seus profissionais. Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de
uma família rica, onde tinha de tudo. Porém, o que a menina mais queria era
seguir os ensinamentos de São Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira
mulher da Igreja a se entusiasmar com o ideal do santo. Sua família foi
contrária à resolução da filha, mas nada a demoveu do seu propósito. Aos
dezenove anos fugiu de casa e, a 18 de março de 1212, apresentou-se na humilde
igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus
frades. O santo então lhe cortou o cabelo, pediu-lhe que vestisse um modesto
hábito de lã e pronunciou os votos de pobreza, castidade e obediência. Depois
disso, Clara foi primeiro mandada para um mosteiro beneditino, do qual foi tirada
por Francisco e levada ao paupérrimo convento de São Damião, destinado às
monjas da Ordem Segunda Franciscana. O testemunho de fé de Santa Clara foi tão
grande que sua mãe e as duas irmãs, Ortolona e Beatriz, abandonaram suas ricas
moradas e foram viver ao seu lado, ingressando no convento e também entregando
suas vidas à caridade. Depois da morte de São Francisco, Clara viveu mais vinte
e sete anos dando continuidade à obra que aprendera com ele. Hoje em dia
existem mais de dezenove mil religiosas clarissas, ou seja, aquelas que seguem
a orientação de Santa Clara. No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes
de morrer, Clara recebeu da mão de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada
bula de aprovação de sua ordem. Dois anos após sua morte, foi canonizada.
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