São Maximiliano Maria Kolbe |
São
Maximiliano Maria Kolbe
Raimundo Kolbe nasceu no dia 8 de janeiro de 1894, em Zdunska
Wola, na Polônia, numa família de operários profundamente religiosos, que lhe
deram pouco conforto material, mas proporcionaram-lhe um ambiente de fé e
acolhida da vontade de Deus. Por volta dos nove anos, ajoelhado diante do
oratório na modesta casa de seus pais, apareceu-lhe a Virgem Maria, segurando
uma flor branca – representando a virgindade – e uma vermelha – simbolizando o
martírio – e perguntou-lhe qual preferia; ele, angustiado pela difícil escolha,
respondeu: “As duas”. Aos 13 anos, entrou no seminário dos Frades Menores
Conventuais e, emitindo sua profissão religiosa, recebeu o nome de Maximiliano
Maria. Concluindo os estudos preliminares, foi enviado a Roma para obter
doutorado em filosofia e teologia. Em 1917, movido por um incondicional amor a
Maria, fundou o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada”. A
milícia seria uma ferramenta nas mãos da Medianeira Imaculada para a conversão
e santificação de muitos. No ano seguinte, 1918, foi ordenado sacerdote e
voltou à sua pátria, onde foi designado para lecionar no Seminário Franciscano,
em Cracóvia. Então, organizou o primeiro grupo da milícia fora da Itália.
Recebendo a permissão de seus superiores para dedicar-se mais à promoção da
milícia e desejoso de que muitas almas conhecessem a Deus e amassem a Nossa
Senhora, começou a evangelizar através da imprensa escrita. Em 1922, mesmo sem
dispor de recursos financeiros, fundou uma revista mensal intitulada “Cavaleiro
da Imaculada”, que poucos anos depois chegava à elevada tiragem de um milhão de
exemplares. A esta revista seguiram-se outras iniciativas editoriais: uma
revista para crianças, “Pequeno Cavaleiro da Imaculada”; uma revista latina
para sacerdotes, “Miles Immaculatae”, e um diário que chamou de “Pequeno
Jornal”, com 200 mil exemplares. O apostolado da imprensa era seu carisma. Em
1929, fundou o convento chamado “Niepokalanow”, que significa cidade de Maria.
Era um verdadeiro recanto de oração e caloroso posto de trabalho para aqueles
franciscanos engajados na evangelização através da imprensa. Dois anos depois,
atendendo ao pedido do Santo Padre aos religiosos para auxiliar os esforços
missionários da Igreja, foi para o Japão e fundou outra cidade da Imaculada, a
“Mugenzai no Sono”. Em Nagasaki fundou também a revista “Cavaleiro da
Imaculada”, que, apesar do restrito meio católico, alcançou a tiragem de 50 mil
exemplares. Desejava ir para a Índia e para os países árabes e, também lá,
fundar revistas e jornais que propagassem a devoção à Imaculada, como
instrumento de divulgação do Reino. No entanto, teve de retornar à Polônia,
como diretor espiritual de Niepokalanow, em 1936. De 1936 a 1939, início da
Segunda Grande Guerra, Maximiliano Kolbe redobrou seu zelo no apostolado da
imprensa, enquanto se ocupava também da direção do convento e da formação de
200 jovens. No dia 1º de setembro de 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia
de surpresa, destruindo qualquer resistência. Os frades foram dispersos e
Niepokalanow foi saqueada. Frei Maximiliano e cerca de 40 outros frades foram
levados para os campos de concentração. Na celebração da Imaculada Conceição do
mesmo ano foram libertos. Para incriminar Frei Maximiliano Maria Kolbe, a
Gestapo permitiu uma impressão final do “Cavaleiro da Imaculada”, em dezembro
de 1940. No dia 17 de fevereiro de 1941, foi preso e levado à prisão Pawiak, na
Varsóvia, e, ao fim de maio do mesmo ano, foi transferido para o campo de
extermínio de Auschwitz, perto de Cracóvia. Era um campo de horrores. Lá foram
mortos, depois de incríveis sofrimentos, quatro milhões de seres humanos. Os
judeus e os padres eram os mais perseguidos. Os judeus tinham o direito de
viver duas semanas, e os padres católicos, um mês. Em resposta ao ódio dos
guardas da prisão, Frei Maximiliano era obediente e sempre pronto a perdoar. E
aconselhava os colegas prisioneiros a confiar na Imaculada, a perdoar, a amar
os inimigos e orar pelos perseguidores: “O ódio não é a força criativa; a força
criativa é o amor”. Era notado pela generosidade em dar o seu alimento aos
outros, apesar dos prejuízos da desnutrição que sofria, e por ir sempre ao fim
da fila da enfermaria, apesar da tuberculose aguda que o afligia. Na noite de 3
de agosto de 1941, um prisioneiro escapou com sucesso da mesma seção onde Frei
Maximiliano estava detido. Em represália, o comandante ordenou a morte por
inanição de 10 prisioneiros, escolhidos aleatoriamente. O sargento Franciszek
Gajowniczek, que fora escolhido para morrer, gritou lamentando que nunca mais
veria a esposa e os filhos. Então, saiu da fila o prisioneiro nº 16670, pedindo
ao comandante o favor de poder substituir aquele pai de família. O comandante
perguntou, aos berros, quem era aquele “louco”, e, ao ouvir ser um padre
católico, aquiesceu ao pedido. Os 10 prisioneiros, despidos, foram empurrados
numa pequena, úmida e totalmente escura cela dos subterrâneos, para morrer de
fome. Durante 10 dias Frei Maximiliano conduziu os outros prisioneiros com
cânticos e orações, e os consolou um a um na hora da morte. Após esses dias,
como ainda estava vivo, recebeu uma injeção letal e partiu para o paraíso. Era
o dia 14 de agosto de 1941. O corpo de Maximiliano Kolbe foi cremado e suas cinzas
atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, escrevera: “Quero ser
reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”. Ao final da
Guerra, começou um movimento pela beatificação do Frei Maximiliano Maria Kolbe,
que ocorreu em 17 de outubro de 1971, pelo Papa Paulo VI. Em 1982, na presença
de Franciszek Gajowniczek, que sobreviveu aos horrores do campo de
concentração, São Maximiliano foi canonizado pelo Papa João Paulo II, como
mártir da caridade. Por seu intenso apostolado, é considerado o patrono da
imprensa.
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