Nossa Senhora das Dores |
Nossa
Senhora das Dores
Nossa Igreja celebra hoje a festa que tem uma antiga tradição
cristã. A sensibilidade de piedosa compaixão do povo cristão está
eloquentemente expressa no quadro da Pietá. Nossa Senhora das Dores recebe no
colo o filho morto apenas tirado da cruz. É o momento que se reveste da
incomensurável dor uma paixão humana e espiritual única: a conclusão do
sacrifício de Cristo, cuja morte na cruz é o ponto culminante da Redenção. Em
1667 a Ordem dos Servitas, inteiramente dedicada à devoção de Nossa Senhora (os
sete santos Fundadores no século XIII instituíram a "Companhia de Maria
Dolorosa") obteve a aprovação da celebração litúrgica das sete Dores da
Virgem, esta festa foi celebrada também com o título de Nossa Senhora da
Piedade e A compaixão de Nossa Senhora, tendo sido promulgada por Bento XIII
(1724-1730) a festa com o título de Nossa Senhora das Dores, e que durante o
pontificado de Pio VII foi acolhida no calendário romano e lembrada no terceiro
domingo de setembro. Foi o Papa Pio X que fixou a data definitiva de 15 de
Setembro, conservada no novo calendário litúrgico, que mudou o título da festa,
reduzida a simples memória: não mais Sete Dores de Maria, mas menos
especificadamente e mais oportunamente: Virgem Maria Dolorosa. Com este título
nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz
que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do corpo místico nascido da Cruz,
isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e
sofredor de Jesus e Maria. Eis porque hoje se oferece à nossa devota e afetuosa
meditação a dor de Maria. Mãe de Deus e nossa. A devoção, que precede a
celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores da Co-redentora,
correspondentes a outros tantos episódios narrados pelo Evangelho: a profecia
do velho Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus aos doze anos durante a
peregrinação à Cidade Santa, o caminho de Jesus para o Gólgata, a crucificação,
a Deposição da cruz, a sepultura, portanto, somos convidados hoje a meditar
estes episódios mais importantes que os evangelhos nos apresentam sobre a
participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus.
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