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SÃO CARLOS BORROMEU |
SÃO CARLOS BORROMEU
A obra de São Borromeu, um dos santos mais importantes e mais
queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e
trabalho. Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos que acrescentar
mais uma, talvez a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza, Carlos
Borromeu utilizou a cultura e o acesso às altas rodas de Roma para
posicionar-se à frente, ao lado e até abaixo dos pobres, doentes e,
principalmente, das crianças. Nasceu em Arona, a 2 de outubro de 1538, no seio
de uma família cujo cotidiano era conviver com os poderes espiritual e secular
da Igreja. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e quatro anos era sacerdote e bispo.
Morreu jovem, aos quarenta e seis anos, vítima de uma febre à qual não dava
importância, pois achava que o sofrimento do próximo era sempre maior. Foi
canonizado em 1610 por Paulo V. Sua trajetória foi guiada pela fé, mas atuou
tanto na burocracia interna da Igreja quanto na evangelização, sem fazer distinção
entre uma e outra. Foi talvez o primeiro secretário de estado no sentido
moderno da expressão. Estudou na universidade de Pavia e liderou uma reforma
radical na parte administrativa da Igreja que atravessava um período calcado no
nepotismo, abusos e sintomas de decadência. Para isso, conquistou a colaboração
de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros.
Criou ordens, seminários e vários institutos de utilidade pública para dar
atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe angariou o título de
"pai dos pobres". Contudo, encontrou enorme resistência de ordens
conservadoras e foi vítima de um covarde atentado enquanto rezava na capela.
Saiu ileso e perdoou seu agressor. Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente
assolada e mais de cem padres pagaram com a vida as lágrimas que enxugaram de
casa em casa. Um dos mais ativos, São Borromeu, visitava os contaminados,
levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem precauções, numa lida
incansável que consumiu suas energias. Chegou a flagelar-se em procissões
públicas, pedindo perdão a Deus em nome de seu povo. Até que um dia foi
apanhado finalmente pela febre. Morreu dizendo-se feliz por ter seguido a
orientação de Cristo e poder se encontrar com ele de coração puro.
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