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São Dionísio Areopagita |
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Columba José Marmion |
São Dionísio Areopagita
Os cristãos sempre sofreram intensas perseguições, chacinas e
saques durante o transcorrer dos séculos, principalmente no início da formação
da Igreja. Tanto que muitos dos escritos foram queimados ou destruídos de outra
forma. Por isso a memória da Igreja, às vezes, tem dados insuficientes sobre a
vida e a obra de santos e mártires do seu passado mais remoto. Para que essas
poucas evidências não se perdessem, ela se valeu das fontes mais fiéis da
literatura mundial, que nada mais são do que as próprias narrações das antigas
tradições orais cristãs preservadas pela humanidade. Interessante é o caso dos
dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje
é consagrada ao Areopagita, sendo o outro santo, o primeiro bispo de Paris,
festejado no dia 9 deste mês. O Dionísio homenageado foi convertido pelo
apóstolo Paulo (Atos dos Apóstolos 17,34) durante a sua pregação aos gregos no
Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Areopagita. O Areópago
era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e
regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na
cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses
areopagitas. Nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou
filosofia e astronomia em Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os
estudos da matemática. Ao regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou
o apóstolo Paulo, quando acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.
Dionísio, ao assistir à eloqüente pregação de Paulo, foi o primeiro a
converter-se. Por isso conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã
que comandava a cidade. Foi então que são Paulo acolheu o areopagita entre seus
primeiros discípulos. Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio
apóstolo como bispo de Atenas. Nessa condição, ele fez muitas viagens a terras
estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se
narra, nessas jornadas teria conhecido pessoalmente são Pedro, são Tiago, são
Lucas e outros apóstolos. Além de os registros antigos fazerem referência sobre
ele na dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus. Em Atenas,
seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas
ele se salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos
a informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita
morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.
Columba José Marmion
José Aloísio Marmion nasceu na cidade de Dublin, na Irlanda,
no dia 1º de abril de 1858. Seu pai, William, era irlandês e sua mãe, Ermínia,
era francesa. O casal muito piedoso teve a graça de ver as três filhas se
consagrarem a Deus, na Congregação das Irmãs da Misericórdia. Mais tarde,
também o filho José, que ingressou no seminário diocesano da sua cidade natal,
aos dezesseis anos de idade. Ele terminou os estudos de teologia no Colégio de
Propaganda Fide, em Roma, onde foi ordenado sacerdote em 1881. No inicio, seu
sonho era ser monge missionário na Austrália, mas foi cativado pela atmosfera
litúrgica da nova Abadia de Maredsous, fundada na Bélgica em 1872, a qual
visitara pouco antes de regressar à Irlanda. Imediatamente, pediu ao seu bispo
para ingressar nesse mosteiro, mas foi-lhe dito que esperasse mais algum tempo.
No seu ministério sacerdotal, de 1881 a 1886, conservou o zelo pastoral de
missionário desempenhando várias funções: vigário em Dundrun, professor no
Seminário Maior de Clonliffe, capelão de um convento de monjas redentoristas e
de um cárcere feminino. Só então obteve permissão para realizar o seu grande
desejo de tornar-se monge beneditino. Ingressou na Abadia de Maredsous, na
diocese de Namur, Bélgica, e, tomando o nome Columba, iniciou o seu noviciado.
Foi um período difícil entre monges mais jovens, pois teve de mudar de
costumes, cultura e língua; entretanto esforçou-se na formação da disciplina
monástica e assim pôde emitir os votos solenes em 1891. A partir desse momento,
viveu intensamente o espírito monástico beneditino. A sua influência espiritual
atingiu sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, os quais orientava para
uma vivência fervorosa cristã através dos seus livros, traduzidos em mais de
quinze idiomas: "Cristo, vida da alma", "Cristo nos seus
mistérios" e "Cristo, ideal do monge", dos retiros e da sua
direção espiritual. Foi ele que, em 1914, quando rebentou a Primeira Guerra
Mundial, levou alguns dos seus monges mais novos para a Irlanda. Mas dois anos
depois, ele, sozinho, voltou para a Bélgica. Ali, quando a guerra terminou,
constatou que o clima político do país não permitia uma ligação permanente com
a Congregação alemã. Foi então que recebeu o pedido para começar a constituir
uma nova, e somente belga. Assim, em 1920, fundou a "Congregação belga da
Anunciação". Columba Marmion exerceu cargos importantes, como diretor
espiritual, professor e prior da Abadia de Mont-César, em Louvain, e terceiro
abade de Maredsous. Ele faleceu em 30 de janeiro de 1923, vítima de uma
epidemia de gripe. Na ocasião, a fama de sua santidade e mestre de vida
espiritual se fazia presente em todo o mundo católico. O papa João Paulo II
declarou bem-aventurado Columba Marmion no Ano Santo do Jubileu de 2000. Sua
festa litúrgica foi incluída no calendário para ser celebrada no dia 3 de
outubro.
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