![]() |
Santa Prisca (ou Priscila)
|
![]() |
São Sulpício |
![]() |
Regina Protmann
|
Prisca, é um nome que nos soa um pouco estranho, significa:
"a primeira". Mas evoca uma grande Santa, que se impôs à admiração de
todos nos primeiros tempos do Cristianismo. Ela foi considerada a mais antiga
santa romana e se tornou uma das mulheres mais veneradas na Igreja. Segundo a
tradição, Prisca foi batizada aos treze anos de idade por São Pedro e se tornou
a primeira mulher do Ocidente a testemunhar com o martírio, sua fé em Cristo.
Ela morreu decapitada durante a perseguição do imperador Cláudio, na metade do
século I, em Roma. As "Atas de Santa Prisca" registram, de fato, que
ela foi martirizada durante o governo desse tirano e seu corpo sepultado na Via
Ostiense, nas catacumbas de Priscila, as mais antigas de Roma. Depois foi
transladado para a igreja do monte Aventino. Uma igreja construída sobre os
alicerces de uma grande casa romana do primeiro século, como atestam as mais
recentes descobertas arqueológicas, muito importante para os cristãos. Ainda
hoje, mantém uma cripta que guarda uma preciosa relíquia: a concha com que São
Pedro apóstolo batizou seus seguidores e discípulos. Mas, a partir do século
VIII, alguns dados vieram à tona dando total veracidade da existência dessa
mártir romana, como mulher evangelizadora atuante, descrita numa carta escrita
por São Paulo, em que falou: "Saúdem Prisca e Áquila, meus colaboradores
em Jesus Cristo, os quais expuseram suas cabeças para me salvar a vida. À isso
devo render graças não somente eu, mas também todas as igrejas dos
gentios" (Romanos 16,3). Desta maneira, se soube que Prisca não morreu logo
apos seu batizado, mas alguns anos depois, ainda durante aquela perseguição. No
Sínodo Romano de 499, se determinou que os dados fossem acrescentados às
"Atas de Prisca", confirmando ainda mais a sua valorosa contribuição
à Igreja dos primeiros tempos. Para homenagear e perpetuar o seu exemplo,
aquela igreja de monte Aventino foi consagrada com o nome de Santa Prisca e se
manteve no dia 18 de janeiro a sua tradicional festa litúrgica.
São Sulpício
Sulpício faz parte de um grupo seleto de santos que
alcançaram importância teológica, cultural e política na história da Igreja,
pois atuaram na formação política e religiosa de toda uma nação, no seu caso, a
França. Além de serem venerados e chamados à interceder nas aflições diárias ou
nas curas dos males físicos da população, à ele recorrem os que sofrem de males
nos pulmões. Para entender o alcance da atuação pastoral e política deste
santo, é preciso primeiro visualizar o contexto em que ela aconteceu. Era o
século VII e a França se consolidava como nação. Mas, ainda co-existiam vários
grupos étnicos que geravam muitos conflitos naqueles domínios e Sulpício, bispo
de Burges, impedia e controlava os choques, mediando e negociando entre eles as
convivências difíceis, sempre dentro dos preceitos da Igreja. Pouco se sabe de
sua vida antes de se tornar bispo, mas pode-se calcular que tenha sido exemplar
e trabalhosa, pois Burges era uma importante cidade, situada bem no centro da
França. Foi conquistada, pelo Império Romano, meio século antes de Cristo,
sendo anexada ao Império dos Francos no ano 507. O cristianismo só chegou no
século II. Como bispo, Sulpício, além de colocar a Igreja como base da
consolidação política do país, estruturou uma sólida formação religiosa e
humana do clero, através da vida monástica que implantou, para garantir a
maneira mais segura de evangelização do povo. A diocese de Burges teve a felicidade
de acrescentar seis santos ao corpo da Igreja, todos bispos. Um deles foi
Sulpício que morreu em 647. Em Paris, foi erguida a igreja de São Sulpício de
belíssima arquitetura, à esquerda do rio Sena, onde foram depositadas as suas
relíquias. Ao lado dela se estabeleceu um seminário beneditino, que adotou o
nome do santo, e se tornou, depois, no maior centro de formação do clero
francês. Esta comunidade deu origem à uma nova família de religiosos, chamada
de Ordem dos Padres Religiosos de São Sulpício. Entretanto, São Sulpício se
fixou no coração do povo antes mesmo do seu transito, e é ainda o grande
auxiliador e intercessor na cura das doenças pulmonares. Segundo uma antiga
tradição, o rei Clotário II, soberano da primeira dinastia francesa, foi curado
milagrosamente de uma severa pleurite, pelo bispo Sulpício, cuja fama de
santidade era muito grande. O rei ficou tão contente que até diminuiu os
impostos que cobrava da população de Burges.
Regina Protmann
Regina era filha de Peter Protmann e Regina Tingels, ambos
descendentes de famílias ricas e cristãs. Nascida em 1552, em Braunsberg, hoje
Braniewo, Polônia, tornou-se uma fantástica personalidade religiosa do seu
tempo, do seu povo e da Igreja Católica. No século em que viveu, a Europa
passou por intensas e tumultuadas mudanças sociais. No campo religioso e
político aconteceram os movimentos da Reforma e da Contra Reforma da Igreja de
Roma. Foi o grande cisma, que incluiu luta armada e dividiu a cristandade entre
católicos e protestantes. Nesse clima Regina cresceu, bonita, vaidosa e
inteligente, apreciando as roupas elegantes, as diversões e festas, como todas
as jovens de sua condição social. Tinha espírito de liderança, por isso se
sobressaia às demais amigas. Era uma filha amorosa e obediente. Os pais lhe
proporcionaram uma boa educação intelectual, moral e religiosa. Era hábito da
família se reunir à noite em volta da lareira, onde o pai narrava sobre a
história dos povos, a vida dos Santos e ensinava a Palavra de Cristo aos
filhos. Ela vivia no amor e no segmento de Jesus. Da vida dos Santos, a que
Regina mais gostava era a de Santa Catarina de Alexandria, rainha, virgem e
mártir dos primeiros tempos. Talvez porque a Santa era a padroeira de sua
cidade e, também, por ter sido batizada na Igreja dedicada à ela. Assim, no seu
íntimo, havia decidido imitar a Santa em sua total adesão a Jesus. O forte
chamado ocorreu aos dezenove anos de idade. Regina deixou o conforto da casa
paterna e renunciou a um vantajoso casamento. Junto com duas companheiras, foi
morar numa casa humilde, para viver na oração, na penitência, na pobreza, para
servir a Deus no amor ao próximo. Por sua coerência de vida no ideal de seguir
a Jesus Cristo, fez sua opção às pessoas sofredoras e marginalizadas de sua
cidade. Foi uma escolha consciente e decidida: pelos doentes, pelos pobres e
pelas meninas abandonadas e carentes de instrução, o que atraiu muitas jovens
desejosas de seguir a vida religiosa, como ela. Regina criou escolas e, com
suas companheiras, começou a tratar dos doentes em seus domicílios e em
hospitais. Assim, fortalecida pela graça, ela fundou em 1583 uma nova família
religiosa feminina, contemplativa e ativa, carisma inédito para aquele tempo.
Colocada sob a proteção de Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir, que
depois passou a chamar-se Congregação das Irmãs de Santa Catarina V.M., obtendo
aprovação canônica em 1603. A fundadora foi eleita a Madre Superiora e depois
de trinta anos trabalhando para a expansão da sua Obra, faleceu em 18 de
janeiro de 1613. Hoje a sua Congregação está fixada em muitos países dos cinco
continentes, inclusive no Brasil. O Papa João Paulo II a beatificou durante sua
visita à Polônia, em 1999, na cidade de Varsóvia. A Beata Madre Regina Protmann
é festejada por toda a cristandade no dia de sua morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário