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Santo Sebastião
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São Fabiano |
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Maria Cristina (Brando)
da Imaculada Conceição |
Santo Sebastião
A reprodução do martírio de São Sebastião, amarrado a uma
árvore e atravessado por flechas é uma imagem milhares de vezes retratada em quadros,
pinturas e esculturas, por artistas de todos os tempos. Entretanto, nem todos
sabem que o destemido Santo não morreu daquela maneira. O suplício das flechas
não lhe tirou a vida, resguardada pela fé em Cristo. Vejamos como tudo
aconteceu. Sebastião nasceu em Narbônia, na Gália, atual França, mas foi criado
por sua mãe em Milão, na Itália, de acordo com os registros de Santo Ambrósio.
Pertencente a uma família cristã, foi batizado ainda pequenino. Mais tarde,
tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado
um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de
ser um cristão convicto e protetor ativo dos cristãos. Ele fazia tudo para
ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos
prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao
cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho Tibúrcio
foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois
estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve então, que comparecer
ante ao imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento. O imperador da
época era ninguém menos que o sanguinário Diocleciano, que lhe dispensara
admiração e confiara nele, esperando vê-lo em destacada posição no seu
exército, numa brilhante carreira e por isso considerou-se traído. Levado à sua
presença, Sebastião não negou sua fé. O imperador lhe deu ainda uma chance para
que escolhesse entre sua fé em Cristo e o seu posto no exército romano. Ele não
titubeou, ficou mesmo com Cristo. A sentença foi imediata: deveria ser amarrado
a uma árvore e executado a flechadas. Após a ordem ser executada, Sebastião foi
dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda pretoriana que antes
chefiara. Entretanto, quando uma senhora cristã foi até o local à noite,
pretendendo dar-lhe um túmulo digno encontrou-o vivo! Levou-o para casa e
tratou de suas feridas até vê-lo curado. Depois, cumprindo o que lhe vinha da
alma, ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder de Nosso
Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os
cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo e irado com tamanha
ousadia, o sanguinário Diocleciano o entregou à guarda pretoriana após
condena-lo, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado então com
pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro
de 288. Os algozes cumpriram a ordem e, para evitar a sua veneração, foi jogado
numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o tirou, para sepulta-lo
junto de São Pedro e São Paulo. Posteriormente, em 680, as relíquias foram
transportadas solenemente para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros,
construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião em Roma a peste vitimava
muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação.
Em outras ocasiões foi constatado o mesmo fato; em 1575 em Milão, e em 1599 em
Lisboa, ambas ficando livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São
Sebastião. No Brasil, diz a tradição, que no dia da festa do padroeiro, em
1565, ocorreu a batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade
do Rio de Janeiro, quando São Sebastião foi visto de espada na mão entre os
portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses
calvinistas. Ele é o protetor da Humanidade, contra a fome, a peste e a guerra
e é claro do cartão postal do Brasil, a cidade maravilhosa de São Sebastião do
Rio de Janeiro.
São Fabiano
Fabiano era um fazendeiro cristão nascido em Roma. Era um
laico, quer dizer, não era um sacerdote, mas mesmo assim foi escolhido pelo
povo e pelo clero, à ocupar a cátedra de São Pedro. Tudo aconteceu, devido a um
fato ocorrido, quando a assembléia cristã estava tentando escolher o novo
pastor da Igreja de Roma. Num determinado momento uma pomba, símbolo do
Espírito Santo, pousou sobre sua cabeça e eles entenderam isto como um sinal de
Deus. Foi eleito e ordenado: diácono, presbítero e bispo no mesmo dia, 10 de
janeiro de 236. Depois de ser consagrado o vigésimo sacerdote a ocupar a
Cátedra da Igreja de Roma, o então papa Fabiano se dirigiu ao túmulo de São
Pedro para rezar. Administrador nato, realizou o censo do povo de Cristo,
presente na cidade de Roma. Depois dividiu a cidade em sete distritos
eclesiásticos, ou paróquias, e delegou a cada uma os seus paroquianos, seu
clero e suas catacumbas, como eram chamados os cemitérios. O papa Fabiano que
era um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas
intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África.
Sob seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e
externo da Igreja. Segundo são Cipriano, bispo de Cartago, capital romana da
África do norte, o próprio imperador Décio, admitia a sua competência e teria
dito que preferia um rival no Império a um bispo como Fabiano em Roma. O
soberano estava com problemas no seu governo, os domínios romanos diminuíam
devido às constantes rebeliões, por isto definiu os cristãos como culpados e
desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja. Ocorreu um grande
êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das
comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições.
Este foi o início para a vida eremita, com os "anacoretas", mais
conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no
seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250.
Assim escreveu sobre ele são Cipriano na Carta que enviou ao clero romano:
"Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo,
meu companheiro no episcopado.. a carta que me enviastes... por ela fiquei... a
par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu
governo foi coroada com um fim tão nobre." Depois do seu martírio, a
Cátedra de Pedro ficou desocupada por mais de um ano, até que o clero e o povo
de Roma pudessem eleger um novo bispo, devido à intensa perseguição ao
catolicismo.
Maria Cristina (Brando) da Imaculada Conceição
Adelaide Brando nasceu no dia primeiro de maio de 1856, numa
família com boa situação financeira. O pai, João homem muito respeitado,
ocupava um importante cargo num Banco da cidade. Aos doze anos, na noite de
Natal, ajoelhada diante do Menino Jesus, ela se consagrou a Deus com um voto de
perpétua virgindade. Quando desejou ser uma Sacramentina encontrou oposição do
seu pai, que depois a abençoou e permitiu que se juntasse à sua irmã Maria Pia,
uma clarissa do mosteiro das Fiorentinas, em Nápolis. Mas uma grave doença a
fez regressar para casa duas vezes. Uma vez curada, em 1875, ingressou na
congregação das Sacramentinas, e depois de um ano tomou o hábito e mudou o nome
para o de Maria Cristina da Imaculada Conceição. Porém tornou a adoeceu e foi
forçada a deixar o caminho que havia iniciado com tanto fervor. A esta altura
pôde perceber que tinha chegado o momento de criar uma família religiosa.
Assim, no ano de 1878, enquanto morava no pensionato junto às Teresianas de Torre
del Greco, lançou os fundamentos da Congregação das Irmãs Vítimas Expiadoras de
Jesus Sacramentado que cresceu rapidamente, apesar das escassas economias e das
oposições, sem falar da precária saúde da Fundadora. Depois de ter passado por
várias sedes, a comunidade, seguindo os conselhos dos seus diretores
espirituais: padre Michelangelo de Marigliano e beato Ludovico de Casoria, se
transferiu para Casoria, não muito distante de Nápolis. A nova congregação
encontrou muitas dificuldades mas conseguiu se manter com a ajuda da Divina
Providência e de muitos benfeitores e sacerdotes, dentre os quais se sobressai
o padre Domenico Maglione. A congregação se enriqueceu com novos membros e
casas; sempre testemunhou uma grande devoção para com a Eucaristia; e primou
pelo constante empenho e cuidado na educação de meninos e meninas; carisma
desta família de religiosas. No ano de 1897, Maria Cristina emitiu os votos
temporários; no dia 20 de julho de 1903 a congregação obteve a aprovação
canônica da Santa Sé; e, no dia 2 de novembro do mesmo ano, a Fundadora, junto
com muitas irmãs, emitiu a profissão perpétua. Ela viveu com generosidade, com
perseverança e alegria espiritual a sua consagração e assumiu o encargo de
superiora geral com humildade, prudência e amabilidade, dando exemplos
contínuos de fidelidade a Deus e à vocação, trilhando o caminho da santidade.
No dia 20 de janeiro de 1906, entrou na vida eterna que sempre desejou, no
Reino de Deus. Assim como viveu, morreu, sem marcas de prodígios, mas com um
semblante sereno que significava a vontade de Jesus Cristo totalmente cumprida.
A congregação por ela fundada em Nápolis se espalhou pela Itália e muitos
outros países, com suas filhas empenhadas hoje como ontem no árduo caminho da
virtude, sendo guiadas na luminosidade do seu exemplo. O papa João Paulo II a
beatificou no ano 2003, em Roma, indicando sua festa para o dia de sua morte.
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