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Santo Ildefonso
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São João Esmoler |
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Nicolau Gross
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Segundo os escritos foi por intercessão de Nossa Senhora, a
pedido de seus pais, que Ildefonso nasceu. Assim, o culto mariano tomou grande
parte de sua vida religiosa, ponteada por aparições e outras experiências de
religiosidade. Ildefonso veio ao mundo no dia 08 de dezembro de 607, em Toledo,
na Espanha. De família real, que resistiu aos romanos, mas, que se renderam
politicamente aos visigodos, foi preparado muito bem para o futuro. Estudou com
Santo Isidoro em Sevilha. Depois de fugir para o mosteiro de São Damião nos
arredores de Toledo, Ildefonso conseguiu dos pais aprovação para se tornar
monge, o que aconteceu no mosteiro próximo de sua cidade natal. Pouco depois de
tornar-se diácono, herdou enorme fortuna devido à morte dos pais. Empregou
todas as posses em favor dos pobres e fundou um mosteiro para religiosas. Seu
trabalho era tão reconhecido que após a morte do abade de seu mosteiro, foi
eleito por unanimidade para sucedê-lo. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo,
sendo o responsável pela unificação da liturgia espanhola. Mais tarde, quando
da morte de seu tio e bispo de Toledo, Eugênio II, contra sua vontade foi
eleito para o cargo. Chegou a se esconder para não ter que aceitá-lo, sendo
convencido pelo rei dos visigodos que o procurou pessoalmente. Depois disso,
Ildefonso desempenhou a função com reconhecida e admirada disciplina nos
preceitos do cristianismo, a mesma que exigia e obtinha de seus comandados. Nessa
época Ildefonso escreveu uma obra famosa contra os hereges que negavam a
virgindade de Maria Santíssima, sustentando que a Mãe de Deus foi Virgem antes,
durante e depois do Parto. Exerceu importante influência na Idade Média com
seus livros exegéticos, dogmáticos, monásticos e litúrgicos. Entre suas
experiências de religiosidade constam várias aparições. Além de ter visto Nossa
Senhora rodeada de virgens, entoando hinos religiosos, recebeu também a
"visita" de Santa Leocádia, no dia de sua festa, 09 de dezembro.
Ildefonso tentava localizar as relíquias da Santa e esta lhe indicou exatamente
o lugar onde seu corpo fora sepultado. O sábio bispo morreu em 23 de janeiro de
667, sendo enterrado na igreja de Santa Leocádia. Mas, anos depois, com receio
da influência que a presença de seus restos mortais representava, os mouros
pagãos os transferiram para Zamora, onde ficaram até 888. Somente em 1400 seus
despojos foram encontrados sob as ruínas do local e expostos à veneração
novamente. Santo Ildefonso recebeu o título de doutor da Igreja e é tido pela
Igreja como o último Padre do Ocidente. Dessa maneira são chamados os grandes
homens da Igreja que entre os séculos dois e sete eram considerados como
"Pais" tanto no Oriente como no Ocidente, porque foram eles que
firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentando as heresias com o seu saber,
carisma e iluminação. São aos responsáveis pela fixação das Tradições e Ritos
da Igreja.
São João Esmoler
Este santo dava tanta importância à esmola, que não só dela
vivia como com ela provia uma grande quantidade de famílias, e até cidades
inteiras. Assim foi o apostolado do bispo João, chamado de "Esmoler".
O século sete é tido, para a Humanidade, como uma época de opulência para os
poderosos e de miséria para o povo, mas o bispo João nunca deixou de atender a
quem quer que o tenha procurado. Os registros e a tradição mostram que a
Providência Divina sempre vinha à sua ajuda e, de uma forma ou de outra, os
mantimentos de que precisava acabavam chegando às suas mãos. Certamente Deus
queria fazer dele um exemplo. João pertencia a uma família cristã e nasceu no
ano 556, na Ilha de Chipre, numa cidade chamada Amatunte, onde seu pai além de
muito rico era o governador. João sentia-se chamado para a vida religiosa desde
pequeno, alimentando esse desejo até a idade adulta. Como os pais o impediram
de se tornar um sacerdote, com a humildade que lhe era peculiar, João obedeceu
às suas ordens e se casou. Mas seu caminho já estava traçado por Deus. Pouco
tempo depois do casamento a esposa faleceu. Embora, o sofrimento fosse muito
grande com a perda, ele decidiu seguir seu chamado e se tornou um sacerdote.
Seu trabalho junto aos pobres deu tantos frutos que foi eleito bispo de
Alexandria e, nesta posição de destaque, pôde fazer mais ainda pelos
necessitados. Prontamente mandou cadastrar todos os pobres da cidade, onde se
catalogaram mais de sete mil e quinhentos. Às quartas e sextas-feiras eram
recebidos e auxiliados em tudo que estivesse ao seu alcance. Quando a população
católica da Pérsia se viu perseguida por causa de sua fé, foi no Egito do bispo
João Esmoler, que encontrou alimento e abrigo. Na época em que Jerusalém foi
arrasada pelos pagãos, também foi o bispo João quem para lá mandou comida e até
recursos para a reconstrução das igrejas. Entretanto, consigo mesmo era o
desapego em pessoa. Tinha uma única coberta, velha e maltrapilha. Quando um
amigo de posses lhe deu um cobertor novinho e felpudo, jogando a velha coberta
fora, João dormiu apenas uma noite com ele, em sinal de agradecimento, e no dia
seguinte o colocou à venda. Sabedor do gesto do bispo, o doador comprou o
cobertor e lhe deu de presente outra vez. Como seu admirador, lhe propôs um
jogo: quantas vezes ele o colocasse à venda, tantas vezes o compraria para lhe
dar de presente novamente. Assim, o lucro para os pobres foi grande. Já
sexagenário, em 619, decidiu viajar para Constantinopla aceitando o convite do
imperador, que desejava vê-lo. Porém, ao chegar à cidade de Rhodes, recebeu uma
mensagem profética, de que a sua morte estava bem próxima. João Esmoler chamou
o discípulo que o acompanhava, disse-lhe que ia cancelar a visita ao imperador,
"pois o Rei dos reis também o chamava" e Ele tinha prioridade. Assim,
foi para sua Ilha de Chipre onde morreu serenamente no dia 23 de janeiro desse
mesmo ano. Em 1974, o cardeal de Veneza, Albino Luciani, que depois se tornaria
o Papa João Paulo I, teve a honra de hospedar na Igreja Matriz de Casarano as
relíquias do corpo de Santo João Esmoler e seu chapéu de bispo, este que
continua guardado nessa igreja e localidade. Desse modo percebemos que o seu
culto se mantém cada vez mais forte e vigoroso.
Nicolau Gross
Nicolaus Gross nasceu a 30 de setembro de 1898, nos arredores
da cidade de Essen, na Alemanha. Ainda adolescente, começou a trabalhar como
mineiro, aproveitando o tempo livre para estudar. Afiliando-se à associação
sindical dos mineiros cristãos, foi depois eleito seu secretário para a secção
juvenil. Em seguida, casou-se com Elisabeth Koch, com quem teve sete filhos.
Amava a sua família mais do que qualquer outra coisa e foi um pai exemplar,
distinguindo-se por um profundo sentido de responsabilidade em todos os âmbitos
da vida. Em 1927, começou a colaborar com um jornal do sindicato, do qual se
tornou redator-chefe. Aplicando a doutrina social da Igreja, ajudava os
operários a resolver os problemas que atingiam a sociedade dessa época. Assim,
desde o início do nazismo opôs-se à sua ideologia política e criticou os seus
princípios e atividades, o que provocou o encerramento do seu jornal por parte
das autoridades do governo. Entre muitas outras coisas, escreveu: "É
preciso obedecer a Deus mais do que aos homens. Se nos pedem algo que é
contrário a Deus ou à fé, temos o dever moral e absoluto de não obedecer".
Alguns dos seus escritos caíram nas mãos da Gestapo, que o condenou. No dia 12
de agosto de 1944 foi preso com a falsa acusação de ter participado num
atentado falido contra a vida de Adolfo Hitler. Torturado, encontrava a fonte
da sua força na oração. Em 15 de janeiro de 1945 o tribunal pronunciou a sua
sentença à morte, com a seguinte justificação: "Nadava... na corrente da
traição e por isso, nela deve morrer". No dia 23 de janeiro foi enforcado
na prisão de Berlin-Plotizense, como os nazistas não desejavam mártires, queimaram
os seus restos mortais e espalharam as suas cinzas. O Capelão do cárcere, que o
abençoou na sua última viagem, disse que o rosto de Nicolaus "parecia
iluminado com o esplendor d'Aquele por quem estava prestes a ser
recebido". O Papa João Paulo II, declarou Beato Nicolaus Gross no ano
2001, designando o dia de sua morte para as homenagens litúrgicas.
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