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Santo Onésimo
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José Allamano |
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Felipa Mareri
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Onésimo era o nome do escravo de um importante e rico cidadão
chamado Filemon que viveu na Frígia, atual Turquia, na Ásia Menor. Filemon, sua
esposa e filho, em certa ocasião ouvindo o apóstolo Paulo se converteram,
tocados pela palavra de Cristo. Paulo batizou a toda a família e os dois se
tornaram amigos. Este escravo, cujo nome em grego significa útil, roubou
dinheiro de seu amo. Assim, temendo ser castigado resolveu fugir. O castigo
para os escravos recapturados era ter a letra "F" marcada em brasa na
testa e para os ladrões era a morte. Por isto foi para Roma onde deve ter
cometido alguma infração, pois foi preso e algum tempo depois libertado. No
cárcere conheceu o apóstolo Paulo que mais uma vez era prisioneiro dos romanos.
Ouvindo sua palavra, o escravo foi tocado pela Paixão de Cristo e se
arrependeu. Procurando o apostolo, confessou sua culpa e foi perdoado. Assim,
Onésimo se converteu e recebeu o batismo do próprio Paulo, que o enviou de
volta para o também amigo Filemon com uma carta. Nela, o santo apóstolo
explicou que estaria disposto a pagar em dinheiro pelo erro do escravo, caso
Filemon não o perdoasse, pois estava convencido de que Onésimo estava mudado e
se emendara completamente. Narrou a sua conversão e, inspirado pelo Espírito
Santo escreveu: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na
prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil,
tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio
coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim
próprio". (Fm 18 e 19) Sabedor da sinceridade e do poder que Paulo tinha
para fazer pessoas se converterem à vida cristã, para dali em diante viverem na
honestidade e na caridade, Filemon perdoou Onésimo. Depois, deu total apoio ao
seu ex-escravo que passou a trabalhar com a palavra e também com seu próprio
exemplo. Onésimo ficou muito ligado ao apóstolo Paulo, que o enviou à cidade de
Colossos como evangelizador. Depois foi consagrado bispo de Efeso, onde
substituiu Timóteo. Durante sua missão episcopal, a fama de suas virtudes
ultrapassou os limites de sua diocese. Segundo uma tradição antiga, na época do
imperador Domiciano foi preso e levado a Roma, onde morreu apedrejado, como
mártir cristão. Embora este acontecimento não tenha total comprovação, a Igreja
incluiu Santo Onésimo entre seus santos, porque são fortes os indícios de que
seja realmente um mártir do cristianismo dos primeiros tempos.
José Allamano
Ele nasceu em Castelnuovo d'Asti, Itália, em 21 de janeiro de
1851. Também a cidade natal de São João Bosco, "o apóstolo da
juventude"; e de seu tio São José Cafasso, irmão de sua mãe. Ambos foram
seus orientadores e educadores desde a infância. Assim, José Allamano viveu no
seio de uma família extremamente cristã. Com vontade própria e decidido,
ingressou no Oratório do Seminário Diocesano de Turim, onde recebeu a ordenação
sacerdotal aos 22 anos e se formou em teologia um ano depois. Com 25 anos, foi
convocado para continuar no mesmo seminário, como Diretor espiritual,
demonstrando ter, apesar de jovem, excelentes qualidades de formador. Repetiu e
inculcou, biblicamente aos noviços, a seguinte frase: "Fazer bem o
Bem". Quando padre Allamano foi nomeado Reitor do conceituado Santuário
Mariano da "Consolata", tinha apenas 29 anos e permaneceu na função
durante quarenta e seis anos, quando faleceu. A "Consolata" se tornou
o campo de ação para todas as suas atividades sacerdotais. Muito atento, e com
a mente aberta às necessidades e exigências pastorais do seu tempo, direcionou
todas as iniciativas da diocese em favor da promoção da ação social da Igreja,
da imprensa católica, da defesa e assistência ao clero, das associações
operárias. Também foi o Cônego da catedral, Superior de comunidades religiosas,
membro de comissões e comitês diocesanos. Fundou em 1901 o Instituto Missões
Consolata, composto de sacerdotes e de irmãos leigos. Em 1910 iniciou o
Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata. Padre José Allamano tinha uma
saúde frágil, mas este servo de Deus era de uma fortaleza heróica. Sem
abandonar as atividades da diocese, priorizou e se ocupou da formação do clero,
dos missionários e missionárias. O ideal que propunha era de servir as missões
com dedicação total de mente, palavra e coração. Este mestre e benfeitor do
clero morreu serenamente na sua residência, junto ao Santuário da Consolata, a
16 de fevereiro de 1926. Seu corpo repousa em paz na Capela da Casa Mãe dos
Missionários da Consolata, em Turim, Itália. Em Roma, no dia 7 de outubro de
1990, o papa João Paulo II beatificou José Allamano. Nesta ocasião os dois
Institutos missionários da "Consolata", fundados por ele, contavam
com mais de dois mil membros espalhados em vinte e cinco países. Beato José
Allamano foi um visionário de pensamento avançado para seu tempo, sua
beatificação teve um significado de especial reconhecimento, não apenas pelo
exemplo de sua vida santificada, mas por ter antecipado que era obrigação de
cada Igreja local se abrir à missão universal.
Felipa Mareri
Felipa pertenceu à nobre família dos Mareri. Nasceu em 1200,
no castelo situado no povoado de São Pedro do Molito, nos arredores de Rieti,
em Nápolis, Itália. Este pequeno burgo, no período medieval, foi passagem
obrigatória da estrada que de Assis levava a Roma. Certo dia, neste castelo, a
baronesa Felipa Mareri se encontrou com Francisco de Assis, que com o ardor da
sua palavra a convenceu, como tinha acontecido algum tempo antes com Clara de
Assis, a abandonar as riquezas da casa de sua família, para se dedicar
inteiramente ao Senhor. Durante quatro anos, Felipa fez do iluminado irmão
Francisco o seu orientador espiritual. Depois deste período, tomou a resolução
de se consagrar a Deus, com tanta determinação que nem as pressões dos
parentes, nem as ameaças do irmão Tomás, nem os pedidos dos pretendentes, a
fizeram mudar de idéia. Inclusive, teve de seguir o exemplo de Clara de Assis e
fugiu de casa. Com algumas companheiras se refugiou numa gruta nas proximidades
da propriedade dos Mareri, hoje chamada "Gruta de Santa Felipa". Após
três anos, esta pequena comunidade de "religiosas da gruta" ganhou
fama devido a dedicação e seriedade das religiosas, que além da atividade
espiritual se dedicavam ao atendimento dos doentes pobres, que lhes pediam
auxílio. Nesta ocasião, seus dois irmãos, Tomás e Gentil, foram ao seu encontro
e lhe doaram o castelo de São Pedro de Molito e as terras onde estava
construída a pequena igreja do povoado. Felipa foi para lá com suas seguidoras,
criando assim uma nova ordem religiosa, que ficou sob sua direção. A vida da
nova Ordem foi organizada segundo o programa traçado por São Francisco para as
Clarissas de São Damião. A observância espiritual do mosteiro foi confiada ao
beato Rugero de Todi, pelo próprio São Francisco. Sob esta direção o mosteiro
se tornou uma escola de santidade e a fundadora o exemplo da vida espiritual. A
ocupação principal da comunidade era o culto e o louvor a Deus, a vida
litúrgica, a literatura e o estudo da Bíblia. Mas ao lado destas atividades
espirituais, o trabalho de assistência aos doentes foi assumido como meta do
apostolado comunitário. No mosteiro eram feitos os medicamentos para serem
distribuídos gratuitamente aos pobres. Felipa com o seu estilo de vida, fez
reviver algumas páginas do Evangelho, num mundo que as tinha esquecido. Ela
morreu com fama de santidade no dia 16 de fevereiro de 1236. A sua sepultura se
tornou meta de peregrinação e logo começou a registrar graças e favores
celestiais, concedidos por Deus, pela intercessão desta sua serva. O Papa
Inocêncio IV, em 1247, beatificou a irmã Felipa Mareri, que se tornou a
primeira religiosa da Segunda Ordem Franciscana, sendo festejada no dia de sua
morte. Em 1706, os seus restos mortais foram trasladados para a Cripta da
capela da igreja do mosteiro e o seu coração que estava incorrupto, colocado
num relicário de prata, onde se mantém até hoje.
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