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São Teófilo
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São João José da Cruz
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Para chegar a data padrão da comemoração da Ressurreição do
Senhor, foram necessários muitos estudos. Um dos responsáveis para que a data
não se confundisse com comemorações de outras religiões foi Teófilo, o bispo da
Cesaréia, na Palestina. Essa informação nos foi passada através de outro bispo
da Cesaréia, Eusébio, que relatou na sua História Eclesiástica, no século V,
ter sido Teófilo um dos mais influentes e importantes representante daquela
diocese cristã oriental. Nessa época, primeiros tempos do cristianismo, eram
muitas as igrejas antigas da Ásia que ainda comemoravam a Páscoa como os
judeus, onde no primeiro dia da primeira lua cheia de março imolavam seus
cordeiros, para ofertarem à Deus. Contudo, para o catolicismo, a Páscoa deveria
marcar apenas o mistério da Ressurreição do Senhor. Foi aí que o bispo Teófilo
interferiu com toda a força e autoridade, pois tinha sido contemporâneo dos
primeiros Apóstolos e deles recebera a indicação da data correta. Mantendo sua
fidelidade ao Papa Vitor I, organizou um sínodo na Palestina, com os mais
respeitados bispos e cléricos, para tratarem a delicada e importante questão.
Todos ouviram suas explicações e sua posição foi aceita e oficializada num
documento chamado: carta sinodal. Em seguida, a carta foi enviada para todas as
dioceses, especialmente as orientais, que ainda não cumpriam a determinação da
Igreja de Roma. Essa atitude possibilitou a uniformidade da festa da Páscoa da
Ressurreição em todo o mundo cristão, colocando um ponto final nessa questão
doutrinal, conforme a Igreja pretendia. Concluímos que de fato sua intervenção
foi grande e decisiva, pois até os nossos dias a Festa Pascal em nada foi
alterada. Depois disso, Teófilo retornou à sua diocese, para continuar sua
missão pastoral. Trabalhou com igual zelo junto aos ricos e pobres, mantendo
firme autoridade contra os hereges da genuína doutrina de Cristo e total
fidelidade à Igreja de Roma. A comunidade o amava mais como um pai, amigo e
conselheiro, do que uma autoridade eclesiástica. Por sua sabedoria, integridade
de vida e contribuição à Igreja sua festa litúrgica foi introduzida no
Martirológio Romano no dia de sua morte, em 05 de março.
São João José da Cruz
Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano
Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre
José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos
freqüentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha. Aos quinze
anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na
Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara,
conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa
comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápoles. Tomou o nome de
João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José
Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais
jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das
dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas
próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces.
Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele
era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo
que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz
ordenou-se sacerdote em 1677. Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado
mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento.
Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na
encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda
hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando
de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici,
também em Nápoles. João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez
ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para
agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade
e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação
aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria
personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida. Em 1702 foi
nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália.
Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem
espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos
dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres
italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na
santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando
prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março
1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.
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