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Anunciação do Anjo à Virgem Maria
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São Dimas |
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Santo Irêneo de Sírmium
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A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se
encontrava em Nazaré, cidade da Galiléia, marca o início de toda uma trajetória
que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo
caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir
daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os
católicos: a Ave Maria. Maria era uma jovem simples, noiva de José, um
carpinteiro descendente direto da linhagem da casa de Davi. A cerimônia do
matrimônio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o
contato carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era
virgem. Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para
dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era
enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que
na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu
depender da palavra de um frágil ser humana, a Virgem Maria, para poder
realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade. Ela aceitou sua parte na
missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus
desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a
escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o
destino da Humanidade. Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia
homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo
Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua
vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua
vontade". Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a
dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os
sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a
cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e
de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e
das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa
de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si
toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos. Por isso a data de
hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes
e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada
séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias
passagens importantes do Novo Testamento. A festa da Anunciação do Anjo à
Virgem Maria, Lucas 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a
partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida
quando coincide com a Semana Santa.
São Dimas
O Evangelho fala pouco deste Santo. Nem mesmo o nome, os
evangelistas fixaram. O que sabemos foi trazido pela tradição que são os nomes:
Dimas, o Bom Ladrão e Simas, o mau ladrão. Sem dúvida alguma, se trata de um
santo original, único, privilegiado, que mereceu a honra de ser canonizado em
vida por Jesus Cristo, na hora solene de nossa Redenção. Os outros santos só
foram solenemente reconhecidos, no outro milênio, a partir do ano 999. A Igreja
comemorava os mártires e confessores, mas sem uma declaração oficial e formal.
Enquanto que, a de São Dimas quem proclamou foi o próprio Fundador da Igreja.
Dimas foi o operário da última hora, o que nos fez ver o mistério da graça
derradeira. O mau ladrão resistiu, explodiu em blasfêmias. Rejeitou a graça,
visivelmente dada pelo Redentor. O Bom Ladrão, depois de vacilar (Mateus 27,44
-Marcos 15,32), confessou a própria culpa, reclamou da injustiça contra Aquele
que só fez o bem, reconheceu-O como Rei e lhe pediu que se lembrasse dele,
quando estivesse no seu Reino. Segundo a tradição, Dimas não era judeu, mas sim
egípcio de nascimento. Dimas e Simas praticavam o banditismo nos desertos de
passagem para o Egito. Lá a Sagrada Família, que fugia da perseguição do rei
Herodes, foi assaltada por dois ladrões e um deles a protegeu. Era Dimas.
Naquela época, entre os bandidos havia o costume de nunca roubar, nem matar,
crianças, velhos e mulheres. Assim, Dimas deu abrigo ao Menino Jesus protegendo
a Virgem Maria e São José. Dimas foi um bandido muito perigoso da Palestina. E
isso, realmente pode ser afirmado pelo suplício da cruz que mereceu. Essa
condenação horrível era reservada somente aos grandes criminosos e aos
escravos. O Martirológio Romano diz apenas no dia 25 de Março: "Em
Jerusalém comemoração do Bom Ladrão que na cruz professou a fé de Jesus
Cristo". E no mundo todo São Dimas passou a ser festejado neste dia. O Bom
Ladrão ou São Dimas foi o primeiro que entrou no céu: "Ainda hoje estarás
comigo no Paraíso". (Lucas 23,43). Ele passou a ser popularmente
considerado o "Padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira,
dos agonizantes, da boa morte". Morreu sacramentado pela absolvição do
próprio Cristo, e por Ele conduzido ao Paraíso.
Santo Irêneo de Sírmium
Irêneo foi martirizado no século IV, sob a perseguição
sangrenta e implacável do imperador Diocleciano. Era bispo de Sírmium, na
Panônia. Atualmente Mitrovica, na Hungria. Não há muitos dados sobre sua vida,
até ser condenado por ser cristão e levado à presença do governador da Hungria,
Probo. Fora casado, mas ao assumir o sacerdócio se tornou celibatário, como era
necessário naqueles tempos. Além destas informações, temos sobre ele o relato
do processo e do seu julgamento. Probo, o próprio governador que o interrogou,
não se conformava com o fato de o bispo não exprimir vontade alguma de salvar
sua vida, sacrificando aos deuses pagãos, como dizia o decreto do imperador
romano. Assim, fez de tudo para que ele mudasse de idéia. Depois que Irêneo se
recusou ao sacrifício ordenado, foi amarrado a um cavalete e torturado. Como
nem ao menos reclamasse, Probo mandou buscar todos os membros de sua família.
Vieram mãe, esposa e filhos e todos passaram a chorar por ele, ao redor do
instrumento de tortura, pedindo que ele abrisse mão de sua condição de cristão.
Igualmente, de nada adiantou. Não renegou a fé em Cristo. Irêneo foi levado
então de volta ao cárcere, onde durante dias permaneceu sendo espancado
continuamente. Mais uma vez levado à presença do governador, o bispo novamente
se negou a obedecer às ordens do imperador. Probo mandou então que ele fosse
jogado no rio. Só então o bispo Irêneo reclamou: não admitia que tivessem dó
dele por ser cristão, já que não tiveram do Cristo. Exigia ser passado a fio de
espada. Irado com a insolência do religioso, Probo mandou então que fosse
decapitado. Era o dia 25 de março de 304. A Igreja celebra a festa litúrgica de
Irêneo de Sírmium, no dia de sua morte.
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