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São Segundo de Asti
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Santos Jonas e Barachiso |
Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em
Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires
cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a
visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse.
Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra
de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o
qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes. Além disso,
Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para
Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem
que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este
encontro foi decisivo para a sua conversão. Entretanto, esta só aconteceu mesmo
durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos
Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas
tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por
um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água
necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba
teria lhe trazido a Santa Comunhão. Depois disso, aconteceu o prodígio mais
fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como
ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia,
que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano,
antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas
baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e
quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e
cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália. Passado
este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da
conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o
cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e
depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano
119. No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata,
se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições,
prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de
Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito
popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29
de março.
Santos Jonas e Barachiso
A narrativa do martírio sofrido pelos irmãos cristãos, Jonas
e Barachiso, persas da cidade de Beth-Asa, em 327, é uma das páginas mais
violentas do sofrimento católico. Entretanto, a descrição das torturas
infligidas aos irmãos foi registrada por um pagão, o comandante da cavalaria do
mandante imperador sanguinário. Além do martírio, pouco se sabe da vida deles,
bem como suas origens. A biografia conhecida dos dois, começa quando visitaram
cristãos encarcerados na cidade de Hubahan. A Igreja da Pérsia sofria na época
uma das mais cruéis perseguições de que se tem notícia, decretada e comandada
pelo imperador Sapor. Jonas e Barachiso resolveram enfrentar os perigos para
consolar os cristãos que, dias depois, seriam martirizados. Só naquela prisão,
haviam nove condenados à morte. Por sua atitude, ambos, foram presos e levados
à presença do juiz. Aí começou a descrição de todo o terror. Como se negaram a
adorar o rei, o sol e a lua, falsos deuses, o juiz mandou separá-los para
tentar enganar os irmãos. Barachiso foi colocado no calabouço, enquanto Jonas
era barbaramente açoitado. Depois, teve os pés atados e foi jogado nas águas
cobertas de gelo. O juiz chamou então Barachiso e relatou as torturas de Jonas,
dizendo-lhe que seu irmão tinha sacrificado aos deuses. Barachiso não acreditou
e fez um discurso tão eloqüente em defesa do cristianismo, que o juiz ordenou
que seu processo continuasse somente à noite, longe do público, temeroso de que
suas palavras acabassem convertendo ali mesmo alguns pagãos. Como castigo,
mandou que colocassem ferros em brasa em seus braços. Os torturadores lhe
deitaram chumbo derretido pelas narinas e olhos. Foi devolvido ao calabouço,
pendurado por um dos pés. No dia seguinte, o juiz tentou a mesma tática com
Jonas, depois de mandar tirá-lo das águas geladas. Disse que Barachiso tinha
abandonado sua religião. Este também não acreditou e respondeu com outro
discurso fervoroso. Em contrapartida, os torturadores cortaram-lhe as mãos e os
pés, arrancaram-lhe a língua e o couro cabeludo, jogaram seu corpo no piche em
ebulição, depois cortaram seu corpo em pedaços e jogaram numa cisterna. Quanto
a Barachiso, bateram-lhe com ferros pontiagudos, deitaram-lhe piche e enxofre
ferventes pela boca, e o maltrataram até que não desse mais sinais de vida.
Realmente, trata-se de uma página chocante do cristianismo dos primeiros
tempos, mas importante e cujo registro se faz necessário, para que continue
preservada no conhecimento dos católicos dos nossos tempos. De maneira que se
compreenda como a fé em Cristo sobrevive a todos os suplícios psicológicos e de
sangue através dos séculos para a glória na eternidade de Jesus, o Redentor da
Humanidade.
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