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Santo Isidoro de Sevilha
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Francisco Marto |
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São Caetano Catanoso
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Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em 560, em
Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito cristã. Seu
pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade dentro dos
mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos os filhos
igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria de ter
quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração
dos altares da Igreja. Isidoro começou a estudar a religião desde muito
pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo.
Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas
dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores,
mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em
Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se
sacerdote. Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos
visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável
pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão
Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu
bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são
considerados os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi
muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas
bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres
ao estudo e às boas leituras. Depois, retirou-se para um convento, onde poderia
praticar suas obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos
estudos. Por seus profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha,
em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito
importantes para a Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por
isso foi chamado de "Pai dos Concílios" e "mestre da
Igreja" da Idade Média. Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa
vivia cheia de mendigos e necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril
de 636, sentindo que a morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os
pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez
a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu. Ele nos deixou uma obra
escrita sobre cultura, filosofia e teologia considerada a mais valorosa do
século VII. Nada menos que uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada
Etimologias, considerada o primeiro dicionário escrito, um livro com a
biografia dos principais homens e mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e
conventos, além de muitos comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo
que mais lhe agradava. Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A
divina comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito
ardente" nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro
de Sevilha doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua
morte.
Francisco Marto
Francisco Marto nasceu em Aljustrel, aldeia de Fátima, na
diocese de Leiria-Fátima, Portugal, no dia 11 de junho de 1908. Ainda pequeno
acompanhou, com sua irmã Jacinta e sua prima Lúcia, também crianças, as
aparições de Fátima, onde aprendeu a conhecer e a louvar a Deus e à Virgem
Maria. Em 13 de maio de 1917, enquanto pastoreavam o rebanho, eles tiveram a
graça singular de ver a Santíssima Mãe de Deus, que, por desígnio divino, veio
à procura dos pequeninos privilegiados do Pai na Cova da Iria. Fala-lhes com
voz e coração de mãe e convida-os a rezarem pelos pecadores e pela conversão da
humanidade. Foi então que das suas mãos maternas saiu uma luz que os penetrou
intimamente, sentindo-se imersos em Deus. Mais tarde, Francisco, um dos três
privilegiados, exclamava: "Nós estávamos a arder naquela luz que é Deus e
não nos queimávamos". A Francisco, o que mais o impressionava e absorvia
era Deus naquela luz imensa que penetrara no íntimo dos três. Só a ele, porém,
Deus se dera a conhecer, tão triste, como Francisco dizia. A vida de Francisco
e das meninas sofre uma transformação radical; certamente não comum para suas
idades. Entregam-se a uma vida espiritual intensa, em oração assídua e fervorosa,
chegando a uma verdadeira comunhão com o Senhor. Caminham para uma progressiva
purificação do espírito através da renúncia aos próprios gostos e até às
brincadeiras inocentes de criança. Mas os dois irmãos, Jacinta e Francisco,
contraem pneumonia e são obrigados a permanecer de cama. Nessa ocasião,
receberam, novamente, a visita da Virgem Maria, que avisa Jacinta que virá
buscar Francisco muito em breve. Ele, não suportando os grandes sofrimentos da
doença, morreu no dia 4 de abril de 1919. Tudo lhe parecia pouco para consolar
Jesus, por isso morreu com um sorriso nos lábios. Francisco tinha um profundo
desejo de reparar as ofensas dos pecadores, esforçando-se por ser bom e
oferecendo sacrifícios e oração. Ele foi enterrado no cemitério de Fátima e, em
1952, foi transferido para a basílica do santuário. No dia 13 de maio de 2001,
dia em que se comemora o dia de Nossa Senhora de Fátima, o papa João Paulo II,
em visita a Portugal, esteve no Santuário de Fátima para beatificar Francisco
Marto, cuja festa determinou para o dia de sua morte. Na cerimônia estava
presente irmã Lúcia de Jesus, a prima vidente, morta 13 de fevereiro de 2005.
São Caetano Catanoso
Caetano nasceu em Chorio de San Lorenzo, Itália, no dia 14 de
fevereiro de 1879, numa família profundamente cristã. Com a idade de 10 anos,
sentindo a vocação ao sacerdócio, entrou no Seminário Arquiepiscopal de Régio.
Foi ordenado sacerdote em 20 de setembro de 1902. Naquele momento, manifestou
publicamente o seu desejo de ser um ministro de Cristo digno, fervoroso e
incansável. Em 1904, foi nomeado pároco de Pentidattilo, uma vila onde existia
somente a pobreza, o analfabetismo e a ignorância religiosa, e as pessoas
viviam no silêncio o drama da marginalização e da prepotência. Dedicou-se
inteiramente à missão de pastor, compartilhando com todos as privações, as
angústias, as alegrias e as dores do seu povo. O povo identificou nele o
carisma da paternidade e espontaneamente começaram a chamá-lo de
"pai", o que qualificava a sua personalidade sacerdotal e pastoral.
Foi apaixonado pela devoção à Sagrada Face sofredora do Senhor e abraçou a
missão de defender o culto da mesma entre seu povo. Foi diretor espiritual do
seminário diocesano, capelão dos hospitais reunidos e confessor em vários
institutos religiosos. Em 1934, fundou a Congregação das Irmãs Verônicas da
Sagrada Face, aprovada canonicamente em 1953. Morreu santamente em 4 de abril
de 1963, em Régio Calábria, na Casa Matriz da Congregação que ele tinha
fundado. Hoje, a sua vida doada produz muitos frutos. Foi proclamado santo pelo
papa Bento XVI no dia 23 de outubro de 2005.
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