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Bem-aventurado Tiago Alberione
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Santa Zita |
No dia 27 de abril de 2003 o papa João Paulo II declarou
Tiago Alberione bem-aventurado! Padre Tiago Alberione, Fundador da Família
Paulina, foi um dos mais carismáticos apóstolos do século XX. Nasceu em San
Lorenzo di Fossano (Cuneo, Itália), no dia 4 de abril de 1884. Recebeu o
batismo já no dia seguinte. A família Alberione, constituída por Miguel e
Teresa Allocco e por seis filhos, era do meio rural, profundamente cristã e
trabalhadora. O pequeno Tiago, o quarto filho, desde cedo passa pela
experiência do chamado de Deus: na primeira série do ensino primário, quando a
professora Rosa perguntou o que seria quando se tornasse adulto, ele respondeu:
Vou tornar-me padre! Os anos da infância se encaminham nessa direção. Com 16
anos, Tiago foi recebido no Seminário de Alba. Desde logo se encontrou com
aquele que para ele foi pai, guia, amigo e conselheiro por 46 anos: o cônego
Francisco Chiesa. No final do Ano Santo de 1900, já estimulado pela encíclica
de Leão XIII Tametsi futura (Ainda que se trate de coisas futuras), Tiago viveu
a experiência decisiva de sua existência. Na noite de 31 de dezembro de 1900,
noite que dividiu os dois séculos, pôs-se a rezar por quatro horas diante do
Santíssimo Sacramento e, na luz de Deus, projeta o seu futuro. Uma "luz
especial" veio ao seu encontro, desprendendo-se da Hóstia e a partir
daquele momento ele se sentiu "profundamente comprometido a fazer alguma
coisa para o Senhor e para as pessoas do novo século": "o compromisso
de servir à Igreja", valendo-se dos novos meios colocados à disposição
pelo progresso. No dia 29 de junho de 1907 foi ordenado sacerdote. Como passo
seguinte, uma breve, mas significativa experiência pastoral em Narzole (Cuneo),
na qualidade de vice-pároco. Lá encontrou o bem jovem José Giaccardo, que para
ele será o que foi Timóteo para o Apóstolo Paulo. Ainda em Narzole, Padre
Alberione amadureceu sua reflexão sobre o que pode fazer a mulher incluída no apostolado.
No Seminário de Alba desempenhou o papel de Diretor Espiritual dos seminaristas
maiores (filósofos e teólogos) e menores (estudantes do ensino médio), e foi
professor de diversas disciplinas. Dispôs-se a pregar, a catequizar, a dar
conferências nas paróquias da diocese. Dedicou também bastante tempo ao estudo
da realidade da sociedade civil e eclesial do seu tempo e às novas necessidades
que se projetavam. Concluiu que o Senhor o convocava para uma nova missão:
pregar o Evangelho a todos os povos, segundo o espírito do Apóstolo Paulo,
usando os modernos meios da comunicação. Justificam essa direção os seus dois
livros: Apontamentos de teologia pastoral (1912) e A mulher associada ao zelo
sacerdotal (1911-1915). Essa missão, para ser desenvolvida com carisma e
continuidade, devia ser assumida por pessoas consagradas, considerando-se que
"as obras de Deus se edificam por meio das pessoas que são de Deus".
Desse modo, no dia 20 de agosto de 1914, quando, em Roma morria o sumo
pontífice, Pio X, em Alba, o Padre Alberione dava início à "Família
Paulina" com a fundação da Pia Sociedade São Paulo. O começo foi marcado
pela extrema pobreza, em conformidade com a pedagogia divina: "inicia-se
sempre no presépio". A família humana - na qual o Padre Alberione se
inspira - é constituída por irmãos e irmãs. A primeira mulher a seguir o Padre
Alberione foi uma jovem de vinte anos, de Castagnito (Cuneo): Teresa Merlo. Com
o apoio dela, Alberione deu início à congregação das Filhas de São Paulo (1915)
- Irmãs Paulinas. Pouco a pouco, a "Família" cresceu, as vocações
masculinas e femininas aumentaram, o apostolado tomou seu curso e assumiu sua
forma. Em 1918 (dezembro) registrou-se o primeiro envio das "filhas"
para Susa: iniciou-se uma história muito corajosa de fé e de empreendimento,
que gerou também um estilo característico, denominado (estilo)
"paulino". Em 1923, quando o Padre Alberione adoeceu gravemente e o
diagnóstico médico não sugeriu um quadro de esperanças, o Fundador,
milagrosamente, retomou o caminho com saúde e afirmou: "Foi São Paulo quem
me curou". A partir daquele período apareceu nas capelas paulinas a
inscrição que em sonho ou em revelação o Divino Mestre Jesus Cristo dirigiu ao
Fundador: Não temam - Eu estou com vocês - Daqui quero iluminar - Arrependam-se
dos pecados. Em 1924, veio à luz a segunda congregação feminina: as Pias
Discípulas do Divino Mestre, para o apostolado eucarístico, sacerdotal e
litúrgico. Para orientá-las na nova vocação, Padre Alberione chamou a jovem
Úrsula - Irmã M. Escolástica Rivata.
Espiritualidade
Ao mesmo tempo cresceu o edifício espiritual: o Fundador
inculcou o espírito de dedicação por meio de "devoções" de grande
expressão apostólica: a Jesus Mestre e Pastor "Verdade, Caminho e
Vida"; a Maria Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos; a São Paulo apóstolo.
Foi exatamente a referência ao Apóstolo que caracterizou na Igreja as novas
instituições como "Família Paulina". A meta a que o Fundador queria
que fosse assumida como desafio primordial, é a conformidade plena com Cristo:
abraçar por inteiro o Cristo Verdade Caminho e Vida em toda a pessoa, mente,
vontade, coração e forças físicas. Diretriz sintetizada em um pequeno volume:
Donec formetur Christus in vobis (1932). Em outubro de 1938, Padre Alberione
fundou a terceira congregação feminina: as Irmãs de Jesus Bom Pastor ou
"Pastorinhas", que se dedicam ao apostolado pastoral destinado a
auxiliar os Pastores. O empenho do Fundador foi sempre o mesmo: queria que
todos entendessem que "o primeiro cuidado da Família Paulina deve ser a
santidade de vida, o segundo a pureza de doutrina". Sob essa luz devia ser
entendido o seu projeto de uma enciclopédia sobre Jesus Mestre (1959). O
pequeno volume Abundantes divitiae gratiae suae (As abundantes riquezas da sua
graça), é considerado como a "história carismática da Família
Paulina". A Família que foi se completando em 1954, com a fundação da
quarta congregação feminina, o Instituto Rainha dos Apóstolos para as Vocações
(Irmãs Apostolinas) e, em 1960, dos Institutos de vida secular consagrada: São
Gabriel Arcanjo, Nossa Senhora da Anunciação, Jesus Sacerdote e Sagrada
Família. Dez Instituições (inclusive os Cooperadores Paulinos) unidas entre si
pelo mesmo ideal de santidade e de apostolado: viver e anunciar Jesus Cristo
Caminho, Verdade e Vida. Nos anos de 1962-1965, o Padre Alberione foi
protagonista silencioso, mas atento do Concílio Vaticano II, de cujas sessões
ele participou, diariamente. Padre Alberione viveu 87 anos. No dia 26 de
novembro de 1971 deixou a terra para assumir o seu lugar na Casa do Pai. As
suas últimas horas tiveram o conforto da visita e da bênção do papa Paulo VI,
que jamais ocultou a sua admiração e veneração pelo Padre Alberione. Foi
comovente o testemunho que deu na Audiência concedida à Família Paulina em 28
de junho de 1969 (o Fundador tinha 85 anos). Disse o papa Paulo VI: «Aí está
ele: humilde, silencioso, incansável, sempre vigilante, sempre entretido com os
seus pensamentos, que se mobilizam entre a oração e a ação, sempre atento para
perscrutar os "sinais dos tempos". Em 25 de junho de 1996 o papa João
Paulo II assinou o Decreto por meio do qual eram reconhecidas as virtudes
heróicas de Alberione. Foi beatificado por João Paulo II, no dia 27 de Abril de
2003, na Praça de S. Pedro, em Roma. Fonte: www.vatican.va
Oração
Senhor, glorificai na
vossa Igreja o bem-aventurado Tiago Alberione.
Que ele seja para nós
exemplo e intercessor no caminho
de nossa santificação e de
nosso apostolado.
Ajudai-nos em nosso
trabalho de evangelização,
a fim de que a presença de
Jesus Mestre,
se irradie no mundo por
meio de Maria, Mãe e Rainha dos Apóstolos.
Concedei-me a graças que
agora vos peço...
Pai-nosso. Ave Maria,
Glória ao Pai...
Santa Zita
Zita foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na
Itália. Hoje em dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça
social, principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas
no século XIII as coisas eram bem piores. Zita nasceu em 1218, no povoado de
Monsagrati, próximo a Luca, e, como tantas outras meninas, ela foi colocada
para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se
tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário,
trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem
sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse
acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada. Zita tinha
apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para quem foi servir não
costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito, principalmente nos
primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém
agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade.
Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo
que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava
aos necessitados. A conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a
casa e comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos
patrões e a inveja de outros criados. Certa vez, Zita foi acusada de estar
dando pertences da despensa da casa para os mendigos, por uma das criadas que
invejavam sua posição junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas
dificilmente a moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca
da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são
flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é
uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos. A sua
vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua
morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua interferência a favor deles não
terminou nesse dia. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até
hoje o seu corpo, que repousa intacto, como foi constatado na sua última
exumação, em 1652, e se tornou um lugar de graças e de muitos milagres
comprovados e aceitos. Acontecimentos que serviram para confirmar sua
canonização em 1696, pelo papa Inocêncio XII. Apesar da condição social humilde
e desrespeitada, a vida de santa Zita marcou de tal forma a história da cidade
que ela foi elevada à condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar
que até Dante Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a
padroeira das empregadas domésticas.
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