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Santo Ezequiel Moreno y Diaz
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São João Eudes |
Ezequiel Moreno y Diaz nasceu no dia 09 de abril de 1848, em
Alfaro Terazona, Espanha. Seus pais, honrados e piedosos, deram aos cinco
filhos uma educação cristã. Ezequiel percebeu desde criança a chamada de Deus à
vida religiosa e missionária. Seguindo o exemplo do seu irmão mais velho
Eustáquio, em 1864 vestiu o hábito religioso no Convento dos agostinianos
recoletos de Monteagudo, em Navarra. Tomou o nome de frei Ezequiel de Nossa
Senhora do Rosário quando emitiu os votos solenes em 1866. Três anos depois ele
foi enviado para as Ilhas Filipinas, onde permaneceu por quinze anos, ganhando
notoriedade pela integridade do seu apostolado missionário. Em 1885, Ezequiel
Moreno foi nomeado superior do Convento de Monteagudo, retornando para a
Espanha. Após três anos, quando terminou o seu mandato, os irmãos da Colômbia
pediram ajuda à Espanha e ele se ofereceu como voluntário. Nomeado superior da
expedição de sete missionários, em 1888, partiu da Espanha em direção à
Colômbia. Antes de tudo restabeleceu a observância das regras religiosa nas
comunidades da ordem. Depois, trabalhou para a reativação das missões de Los
Llanos de Casanare, exercida anteriormente pelos agostinianos recoletos. Com
cartas exaltando a necessidade e o valor das missões despertava o entusiasmo do
governo e das autoridades eclesiásticas, além de estimular o ânimo dos
religiosos. Ezequiel Moreno foi consagrado Bispo de Pinara e vigário apostólico
de Casanare, em 1894. Pretendia acabar ali os seus dias, porém Deus o tinha
destinado para uma tarefa mais árdua e delicada. Um ano depois foi nomeado
Bispo de Pasto. Este novo ministério foi seu verdadeiro calvário, sendo
submetido à humilhações, menosprezo, calúnias, perseguições. Chegou, em algumas
circunstancias, a experimentar momentos de abandono por parte dos seus irmãos
do clero. Assim, para por um fim às polêmicas existentes, em 1898 foi para Roma
apresentar sua renuncia ao Papa Leão XIII, que este não aceitou. Teve então de
retornar à sua sede episcopal, onde além dos novos ataques pessoais, o
esperavam as aflições da sangrenta guerra civil que se desencadeara. Adoeceu em
1905, passando por um rápido e sofrido final. Acometido por um câncer agressivo
no nariz, depois de duas operações sem êxito, feitas na Espanha. Morreu no dia
19 de agosto de 1906, na sua cela do Convento de Monteagudo, sendo sepultado na
igreja de Nossa Senhora do Caminho, deste convento. A fama de sua santidade se
difundiu entre os cristãos, sobretudo nos da Colômbia. Muitas curas,
especialmente de câncer, foram atribuídas à sua intercessão, sendo beatificado
em 1975. O anúncio de sua canonização foi feito pelo Papa João Paulo II em
1992, na cidade de São Domingos, quando apresentou Santo Ezequiel Moreno y Diaz
ao mundo como exemplo de missionário e pastor, na festa do V Centenário da
Evangelização da América.
São João Eudes
João Eudes nasceu, em 14 de novembro de 1601, na pequena vila
de Ri, próxima de Argentan, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e
Marta, que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente
religioso. Inicialmente, estudou no Colégio Real de "Dumont", em
Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela
rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua
grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a ela. Depois, sentindo sua
vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se
sacerdote. Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde
ingressou na Congregação do Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o
cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se
integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos,
centrados no amor a Cristo, e de sua especial devoção a Maria, passou ao
ministério de pregação entre o povo. Visitou vilas e cidades de Ile de França,
Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia. Nessa última,
quando, em 1627, ocorreu a epidemia da peste, João percorreu quase todas,
principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador,
levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca
temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a
peste tinha medo. Mas temia pela integridade daqueles que viviam à sua volta,
que, ao seu contato, poderiam ser contagiados. Por isso não entrava em casa e à
noite dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol.
Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, no qual as elites
dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé, João Eudes, sabendo
interpretar esses sinais dos tempos, fundou, em 1643, a Congregação de Jesus e Maria
com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é
a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação
evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de
difundir, por meio dessas missões, a devoção aos sagrados corações de Jesus e
Maria. Seguindo esse pensamento, também fundou a Congregação Nossa Senhora da
Caridade do Refúgio, para atender às jovens que de desviavam pelos caminhos da
vida e às crianças abandonadas. A Ordem deu origem, no século XIX, à
Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs
do Bom Pastor. Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões
populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas
pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao
vendaval anti-religioso da Revolução Francesa. Coube a João Eudes a glória de
ter sido o precursor do culto da devoção dos sagrados corações de Jesus e de
Maria. Para isso, ele próprio compôs missas e ofícios, festejando, pela
primeira vez, com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração
de Jesus em 1672. Hoje, essas venerações fazem parte do calendário da Igreja.
Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra
escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado
pelo papa Pio XII em 1925. A festa de são João Eudes comemora-se no dia de sua
morte.
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