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SANTA ISABEL DA HUNGRIA |
SANTA ISABEL DA HUNGRIA
Santa Isabel da Hungria passou pela Terra como um raio divino
e fulminante que desceu dos céus, brilhou, acendeu a chama da fé no coração do
povo e se extinguiu, mas nunca será esquecido. Ao morrer, em 1231, tinha apenas
vinte quatro anos, mas já escrevera toda uma história de vida exemplar. Ficou
noiva aos quatro, casou-se com quatorze, foi mãe aos quinze e ficou viúva com
apenas vinte anos. Isabel nasceu princesa da Hungria e duquesa da Turíngia, em
Pressburg, filha do rei André II e de Gertrudes, duquesa da Caríntia. Nasceu já
prometida em casamento ao nobre Luís da Turíngia. Cresceu, portanto, cercada de
todas as riquezas e rodeada de criados e amas dispostos a fazer-lhe as mínimas vontades.
Mas nunca mostrou queda para a vaidade, as festas deslumbrantes da corte ou as
distrações e fofocas da moda. Ao contrário, suas preocupações eram as orações e
o estado lastimável dos pobres. Ainda menina, transferiu-se para a corte dos
futuros parentes, para crescer e ser educada ao lado do noivo, como era costume
na época. Lá, também, sua forma de viver chamou a atenção. Já casada, provocou
revolta em outras mulheres da família, pois se recusava a ostentar as
riquíssimas jóias quando ia à igreja, enquanto a sogra e a cunhada faziam
questão desta ostentação. Mas o marido, influenciado pela convivência com
Isabel, fazia com que a corte seguisse o caminho apontado pela esposa, baseando
seu governo em três lemas propostos por ela: "Piedade, pureza e justiça".
Santa Isabel encarnava o lema como ninguém, pois visitava pessoalmente os
pobres em suas choupanas, distribuía alimentos e roupas que costurava com as
próprias mãos. Com eles rezava e tratava dos doentes. Diz a lenda que, quando a
pressão dos familiares era demais, Deus corria em seu auxílio e ela se salvava
por milagre. Como era acusada de ser caridosa demais com os bens da corte,
certa vez o marido a foi revistar e os alimentos que levava escondidos na bolsa
e sob o manto se transformaram em rosas. Em outra ocasião, a sogra chamou Luís
para comprovar que ela colocara um leproso em seu próprio quarto, mas tudo que
encontraram foi um Cristo crucificado sobre a cama. Isabel perdeu o marido
muito cedo e passou a sofrer terrivelmente nas mãos dos parentes do falecido.
Luís partira com as cruzadas à Terra Santa e morreu antes de lá chegar, vítima
da peste que assolava a Europa medieval. Ao mesmo tempo o reino enfrentava
tremenda escassez de alimentos. Foi quando Isabel decidiu usar o dinheiro
público para sustentar centenas de leprosos pobres e miseráveis. Por isso, foi
expulsa da corte, sob a alegação de que esbanjava os bens da família, quando na
verdade estava apenas socorrendo os necessitados. Tomou os três filhos ainda
pequenos e, acompanhada somente de algumas aias fiéis, começou uma sofrida
peregrinação por várias cidades. Terminou refugiando-se num convento de
Marburgo e lá entrou para a Ordem Terceira Franciscana. Por coincidência era
justamente no ano em que São Francisco morria, 1226. Com os bens que lhe
restaram da espoliação promovida pela família da sogra construiu um hospital
para os pobres. Embora o pai a quisesse de volta à corte da Hungria, Isabel
preferiu continuar ali e dedicou os anos seguintes a cuidar dos filhos e dos
desvalidos da região. Mas a vida de esforço e dedicação aos doentes tinha
minado suas forças. Morreu muito jovem e os milagres que se sucederam em seu
túmulo foram a prova plena da santidade que alcançou em vida. Estes milagres
apressaram seu processo de canonização, que se deu apenas quatro anos após sua
morte.
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