![]() |
Santo Raimundo de Peñafort
|
![]() |
Maria Teresa do Sagrado |
Raimundo era um fidalgo espanhol descendente dos reis de
Aragão. Nasceu em 1175, no castelo dos Peñafort, na Catalunha. Desde muito
pequeno apresentava interesse pela vida religiosa e pelos estudos. Aos vinte
anos foi professor de artes livres numa universidade em Barcelona, atraindo
muitos estudantes com suas aulas. Depois foi para Bolonha onde continuou
lecionando e estudando direito civil e eclesiástico. Ao final foi diplomado com
louvor e nomeado titular da cadeira de Direito Canônico da mesma escola. Jamais
esqueceu os pobres, deles, Raimundo cuidava pessoalmente, muito embora a fama
de seus conhecimentos já percorresse toda a Itália e Europa. Em 1220 voltou
para a Espanha e foi ordenado sacerdote e vigário geral da diocese de
Barcelona. Depois foi convocado para servir em Roma a pedido do Papa Gregório
IX, do qual foi confessor cerca de oito anos. Nesta época observou que os
pobres, quando iam ao palácio papal, não eram tratados e atendidos com o devido
direito, por isto alertou ao pontífice para que se interessasse pessoalmente
por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou a obra conhecida
como "Os Decretais de Gregório IX", muito importante para o direito
canônico até hoje. Como retribuição pela dedicação e bons trabalhos, este papa
o nomeou arcebispo de Taragona. Dentro de sua extrema humildade e se julgando
indigno pediu exoneração do cargo, chegando a ficar doente por causa desta
situação e com a licença dos superiores, voltou para a Espanha. Do amigo, Pedro
Nolasco, recebeu e aceitou o convite de redigir as Constituições da nascente
Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. Com a chegada dos dominicanos em
Barcelona, abandonou tudo para ingressar na Ordem. Quando o superior geral
morreu, em 1278, os religiosos elegeram Raimundo para ser o sucessor. Durante
dois anos percorreu todos os conventos da Ordem a pé. Depois se afastou da
direção, para se dedicar a vida solitária de orações e penitência, mas aos
pobres continuou a atender. Esta santificação lhe aprimorou ainda mais os dons
e grandes prodígios Deus executou por meio do seu servo, cuja fama de santidade
corria entre os fiéis. Por inspiração, aos setenta anos, Raimundo voltou ao
ensino. Fundou dois seminários onde o ensino era dado em hebraico e árabe, para
atrair judeus e mouros ao Cristianismo. Em pouco tempo dez mil árabes tinham
recebido o batismo. Foi confessor do rei Jaime de Aragão, ao qual repreendeu
pela vida mundana desregrada. Também o alertou sobre o perigo que o reino
corria com os albigenses, facção da seita dos cátaros, que estavam pregando uma
doutrina contrária e desta maneira conseguiu que fossem expulsos. Era um
escritor valoroso, a sua obra, "Suma de Casos", continua sendo usada
pelos confessores. Avisados de sua última enfermidade os reis de Aragão e
Castela foram ao seu encontro para receberem a derradeira benção. Raimundo de
Peñafort morreu centenário no dia 6 de janeiro de 1275. Foi canonizado e sua
festa autorizada para o dia seguinte da Epifania, em 7 de janeiro.
Maria Teresa do Sagrado Coração
O seu nome era Ioanna, para nós Joana, e foi uma das filhas
da numerosa família Haze. Pertenciam à classe média e eram católicos
fervorosos. Ela nasceu na cidade de Liegi em 27 de fevereiro de 1777. Desde o
berço apresentou uma inteligência precoce, aos quatro anos sabia ler e escrever
corretamente. Neste período a família conviveu com os perigos da Revolução
Francesa e por isto teve de fugir para o exterior, em conseqüência do avanço do
exército revolucionário que pretendia a independência da Bélgica. Foi nesta
circunstância, que em 1795 seu pai veio a falecer. Depois, algumas de suas
irmãs se casaram. Joana e a irmã Ferdinanda, ao invés do matrimonio, animavam o
desejo de seguirem a vida como religiosas, coisa impossível, por causa das leis
anticlericais da época. Entretanto, permaneceram em casa levando uma vida
religiosa missionária, dedicadas ao trabalho e as orações. Alfabetizavam,
catequizavam e atendiam os pobres, marginalizados, doentes e cuidavam da mãe,
que morreu em 1820. Quatro anos depois, foi oferecida para elas uma escola
paroquial em Liegi, tolerada pelo governo holandês, ao qual estava submetida a
população belga. Em 1830, quando a Bélgica adquiriu sua independência, Joana
decidiu fundar uma nova congregação religiosa a qual recebeu o nome de
"Filhas da Santa Cruz de Liegi". As atividades iniciaram em agosto de
1832, com a finalidade de organizar as escolas privadas, prestar assistência
aos presos, aos hospitais dos carentes e dar atendimento às missões. Joana
tomou o nome de Maria Teresa do Sagrado Coração e administrou a sua Obra até a
idade bem avançada e com muita lucidez. Uma de suas motivações espirituais, que
a acompanhou por toda vida foi: "O Senhor apresenta a Cruz com uma mão e a
consolação com a outra". Faleceu em Liegi e foi sepultada no cemitério de
Chénée, na Bélgica. A Congregação conta hoje com mais de 103 comunidades
espalhadas em quatro continentes. O processo de sua beatificação deu início em
1911, pelos vários milagres atribuídos à sua intercessão. Foi aprovado pela
Igreja em janeiro de 1991, sendo beatificada pelo papa João Paulo II em abril
de 1991. Provavelmente Santa Maria Tereza do Sagrado Coração, Ioanna Haze,
tenha se tornado a beata mais idosa da história da Igreja Católica de Roma,
pois morreu com noventa e nove anos em 7 de janeiro de 1876, em plena
atividade. A sua cerimônia litúrgica se comemora neste dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário