terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Santo do dia 07/01/2014: Santo Raimundo de Peñafort e Maria Teresa do Sagrado Coração

Santo Raimundo de Peñafort
Maria Teresa do Sagrado 
 Santo Raimundo de Peñafort
Raimundo era um fidalgo espanhol descendente dos reis de Aragão. Nasceu em 1175, no castelo dos Peñafort, na Catalunha. Desde muito pequeno apresentava interesse pela vida religiosa e pelos estudos. Aos vinte anos foi professor de artes livres numa universidade em Barcelona, atraindo muitos estudantes com suas aulas. Depois foi para Bolonha onde continuou lecionando e estudando direito civil e eclesiástico. Ao final foi diplomado com louvor e nomeado titular da cadeira de Direito Canônico da mesma escola. Jamais esqueceu os pobres, deles, Raimundo cuidava pessoalmente, muito embora a fama de seus conhecimentos já percorresse toda a Itália e Europa. Em 1220 voltou para a Espanha e foi ordenado sacerdote e vigário geral da diocese de Barcelona. Depois foi convocado para servir em Roma a pedido do Papa Gregório IX, do qual foi confessor cerca de oito anos. Nesta época observou que os pobres, quando iam ao palácio papal, não eram tratados e atendidos com o devido direito, por isto alertou ao pontífice para que se interessasse pessoalmente por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou a obra conhecida como "Os Decretais de Gregório IX", muito importante para o direito canônico até hoje. Como retribuição pela dedicação e bons trabalhos, este papa o nomeou arcebispo de Taragona. Dentro de sua extrema humildade e se julgando indigno pediu exoneração do cargo, chegando a ficar doente por causa desta situação e com a licença dos superiores, voltou para a Espanha. Do amigo, Pedro Nolasco, recebeu e aceitou o convite de redigir as Constituições da nascente Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. Com a chegada dos dominicanos em Barcelona, abandonou tudo para ingressar na Ordem. Quando o superior geral morreu, em 1278, os religiosos elegeram Raimundo para ser o sucessor. Durante dois anos percorreu todos os conventos da Ordem a pé. Depois se afastou da direção, para se dedicar a vida solitária de orações e penitência, mas aos pobres continuou a atender. Esta santificação lhe aprimorou ainda mais os dons e grandes prodígios Deus executou por meio do seu servo, cuja fama de santidade corria entre os fiéis. Por inspiração, aos setenta anos, Raimundo voltou ao ensino. Fundou dois seminários onde o ensino era dado em hebraico e árabe, para atrair judeus e mouros ao Cristianismo. Em pouco tempo dez mil árabes tinham recebido o batismo. Foi confessor do rei Jaime de Aragão, ao qual repreendeu pela vida mundana desregrada. Também o alertou sobre o perigo que o reino corria com os albigenses, facção da seita dos cátaros, que estavam pregando uma doutrina contrária e desta maneira conseguiu que fossem expulsos. Era um escritor valoroso, a sua obra, "Suma de Casos", continua sendo usada pelos confessores. Avisados de sua última enfermidade os reis de Aragão e Castela foram ao seu encontro para receberem a derradeira benção. Raimundo de Peñafort morreu centenário no dia 6 de janeiro de 1275. Foi canonizado e sua festa autorizada para o dia seguinte da Epifania, em 7 de janeiro.
Maria Teresa do Sagrado Coração
O seu nome era Ioanna, para nós Joana, e foi uma das filhas da numerosa família Haze. Pertenciam à classe média e eram católicos fervorosos. Ela nasceu na cidade de Liegi em 27 de fevereiro de 1777. Desde o berço apresentou uma inteligência precoce, aos quatro anos sabia ler e escrever corretamente. Neste período a família conviveu com os perigos da Revolução Francesa e por isto teve de fugir para o exterior, em conseqüência do avanço do exército revolucionário que pretendia a independência da Bélgica. Foi nesta circunstância, que em 1795 seu pai veio a falecer. Depois, algumas de suas irmãs se casaram. Joana e a irmã Ferdinanda, ao invés do matrimonio, animavam o desejo de seguirem a vida como religiosas, coisa impossível, por causa das leis anticlericais da época. Entretanto, permaneceram em casa levando uma vida religiosa missionária, dedicadas ao trabalho e as orações. Alfabetizavam, catequizavam e atendiam os pobres, marginalizados, doentes e cuidavam da mãe, que morreu em 1820. Quatro anos depois, foi oferecida para elas uma escola paroquial em Liegi, tolerada pelo governo holandês, ao qual estava submetida a população belga. Em 1830, quando a Bélgica adquiriu sua independência, Joana decidiu fundar uma nova congregação religiosa a qual recebeu o nome de "Filhas da Santa Cruz de Liegi". As atividades iniciaram em agosto de 1832, com a finalidade de organizar as escolas privadas, prestar assistência aos presos, aos hospitais dos carentes e dar atendimento às missões. Joana tomou o nome de Maria Teresa do Sagrado Coração e administrou a sua Obra até a idade bem avançada e com muita lucidez. Uma de suas motivações espirituais, que a acompanhou por toda vida foi: "O Senhor apresenta a Cruz com uma mão e a consolação com a outra". Faleceu em Liegi e foi sepultada no cemitério de Chénée, na Bélgica. A Congregação conta hoje com mais de 103 comunidades espalhadas em quatro continentes. O processo de sua beatificação deu início em 1911, pelos vários milagres atribuídos à sua intercessão. Foi aprovado pela Igreja em janeiro de 1991, sendo beatificada pelo papa João Paulo II em abril de 1991. Provavelmente Santa Maria Tereza do Sagrado Coração, Ioanna Haze, tenha se tornado a beata mais idosa da história da Igreja Católica de Roma, pois morreu com noventa e nove anos em 7 de janeiro de 1876, em plena atividade. A sua cerimônia litúrgica se comemora neste dia.

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