Filho de pais nobres e ricos, descendente de família
tradicional da cidade de Clermont, Galo estava predestinado a se casar com uma
jovem donzela de nobre estirpe. Galo nascera em 489, tempo em que eram comuns
os casamentos combinados. Mas o jovem já tinha dedicado sua alma à vida
espiritual e, para não ter de obedecer à tradição social, fugiu de casa,
abrigando-se no convento de Cournou. Após intensas negociações, seu pai acabou
permitindo que pedisse admissão entre os monges. Ali se iniciava uma carreira
totalmente voltada para a fé e para os atos litúrgicos. Galo era tão dedicado
às cerimônias religiosas que se especializou nos cânticos. Relatam os escritos
que, além do talento para o canto, era também dotado de uma voz maravilhosa que
encantava e atraía fiéis para ouvi-lo no coro do convento. Mas, suas virtudes
cristãs não se limitavam às liturgias. Sua atuação religiosa logo lhe angariou
prestígio e, em pouco tempo, foi designado para atuar na corte de Teodorico,
rei da Austrásia. Em 527, quando morreu o bispo Quinciano, Galo era tão querido
e admirado que o povo o elegeu para o cargo. Se não bastasse sua humildade e
disposição para atender às necessidades da comunidade, São Galo protagonizou
ainda vários milagres enquanto bispo. Um dos mais citados, seja realidade ou
lenda, foi ter salvo a cidade de um pavoroso incêndio que ameaçava transformar
em cinzas todas as construções locais. As orações de Galo teriam aplacado as
chamas que se apagavam na medida em que ele rezava. Outro muito conhecido é o
milagre que livrou os moradores da cidade de fazer parte da extensa lista de
vítimas de uma peste que assolava a região. Diante da bênção do bispo, o fiel
ficava imune à doença. São Galo morreu em 1° de julho de 553, deixando saudade
na população que logo começou a invocá-lo como santo nas horas de dor e
necessidade, antes mesmo que sua canonização fosse decretada.
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