segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Santo do dia 17/11/2014: SANTA ISABEL DA HUNGRIA

SANTA ISABEL DA HUNGRIA
SANTA ISABEL DA HUNGRIA

Santa Isabel da Hungria passou pela Terra como um raio divino e fulminante que desceu dos céus, brilhou, acendeu a chama da fé no coração do povo e se extinguiu, mas nunca será esquecido. Ao morrer, em 1231, tinha apenas vinte quatro anos, mas já escrevera toda uma história de vida exemplar. Ficou noiva aos quatro, casou-se com quatorze, foi mãe aos quinze e ficou viúva com apenas vinte anos. Isabel nasceu princesa da Hungria e duquesa da Turíngia, em Pressburg, filha do rei André II e de Gertrudes, duquesa da Caríntia. Nasceu já prometida em casamento ao nobre Luís da Turíngia. Cresceu, portanto, cercada de todas as riquezas e rodeada de criados e amas dispostos a fazer-lhe as mínimas vontades. Mas nunca mostrou queda para a vaidade, as festas deslumbrantes da corte ou as distrações e fofocas da moda. Ao contrário, suas preocupações eram as orações e o estado lastimável dos pobres. Ainda menina, transferiu-se para a corte dos futuros parentes, para crescer e ser educada ao lado do noivo, como era costume na época. Lá, também, sua forma de viver chamou a atenção. Já casada, provocou revolta em outras mulheres da família, pois se recusava a ostentar as riquíssimas jóias quando ia à igreja, enquanto a sogra e a cunhada faziam questão desta ostentação. Mas o marido, influenciado pela convivência com Isabel, fazia com que a corte seguisse o caminho apontado pela esposa, baseando seu governo em três lemas propostos por ela: "Piedade, pureza e justiça". Santa Isabel encarnava o lema como ninguém, pois visitava pessoalmente os pobres em suas choupanas, distribuía alimentos e roupas que costurava com as próprias mãos. Com eles rezava e tratava dos doentes. Diz a lenda que, quando a pressão dos familiares era demais, Deus corria em seu auxílio e ela se salvava por milagre. Como era acusada de ser caridosa demais com os bens da corte, certa vez o marido a foi revistar e os alimentos que levava escondidos na bolsa e sob o manto se transformaram em rosas. Em outra ocasião, a sogra chamou Luís para comprovar que ela colocara um leproso em seu próprio quarto, mas tudo que encontraram foi um Cristo crucificado sobre a cama. Isabel perdeu o marido muito cedo e passou a sofrer terrivelmente nas mãos dos parentes do falecido. Luís partira com as cruzadas à Terra Santa e morreu antes de lá chegar, vítima da peste que assolava a Europa medieval. Ao mesmo tempo o reino enfrentava tremenda escassez de alimentos. Foi quando Isabel decidiu usar o dinheiro público para sustentar centenas de leprosos pobres e miseráveis. Por isso, foi expulsa da corte, sob a alegação de que esbanjava os bens da família, quando na verdade estava apenas socorrendo os necessitados. Tomou os três filhos ainda pequenos e, acompanhada somente de algumas aias fiéis, começou uma sofrida peregrinação por várias cidades. Terminou refugiando-se num convento de Marburgo e lá entrou para a Ordem Terceira Franciscana. Por coincidência era justamente no ano em que São Francisco morria, 1226. Com os bens que lhe restaram da espoliação promovida pela família da sogra construiu um hospital para os pobres. Embora o pai a quisesse de volta à corte da Hungria, Isabel preferiu continuar ali e dedicou os anos seguintes a cuidar dos filhos e dos desvalidos da região. Mas a vida de esforço e dedicação aos doentes tinha minado suas forças. Morreu muito jovem e os milagres que se sucederam em seu túmulo foram a prova plena da santidade que alcançou em vida. Estes milagres apressaram seu processo de canonização, que se deu apenas quatro anos após sua morte.

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