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SÃO CARLO DE SEZZE |
SÃO
CARLO DE SEZZE
Curiosamente, no Convento Franciscano de Lazio, chegavam
leigos e personalidades da Igreja a fim de confidenciarem seus problemas ao
cozinheiro. Aliás, esse cozinheiro era também o jardineiro e o porteiro do
convento, e seu nome era Carlo. Nascido em 22 de outubro de 1613, em Sezze,
Itália, Carlo era um irmão leigo, pessoa humilde, submissa e sempre muito
contente. Descontentes estavam seus familiares, os Melchiori ou Marchionne,
cujas propriedades rurais se perdiam de vista. Seus familiares tinham outros
planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e fizesse carreira. Porém,
poucos anos depois, Carlo era garçom numa cantina de fazenda, em fuga dos
estudos por causa de um professor severo. Mas Carlo lia por conta própria,
levando uma vida de ermitão e de santo. Depois, já aos 22 anos, estava entre os
franciscanos. A essa altura, os familiares o queriam sacerdote, mas ele seria
sempre frei Carlo, mais nada, sem graduação alguma. Carlo passou por inúmeros
conventos franciscanos, sempre trabalhando, recolhendo esmolas, socorrendo
doentes e moribundos em suas casas. Com o transcorrer dos anos, desponta nele o
explorador de consciências, o modificador de atitudes e comportamentos, e essa
fama corre por toda Igreja. Embora Carlo cuidasse apenas da horta e da cozinha
do convento, sempre acontecia ser enviado para outras cidades para que pudesse
aconselhar bispos e cardeais. Um dia recebe uma incumbência, diretamente do
Papa Clemente IX (1667-69): "Frei Carlo, dizem que na cidade de Perúgia há
uma madre santa, vá lá e verifique pessoalmente a veracidade da situação".
Uma grande responsabilidade para um simples cozinheiro.Frei Carlo tinha pouca instrução, mas escrevia
belíssimas páginas espirituais e autobiográficas, numa gramática acidentada,
porém, eficiente. Também não lhe faltaria sua porção de Calvário, com acusações
de uma mulher mundana. Consideradas depois calúnias, mas que fizeram o frei
adoecer por alguns anos. Após uma viagem a Úmbria, frei Carlo falece em 6 de
janeiro de 1670, no Convento de São Francisco, na cidade de Roma. E no seu
peito se descobre um sinal estranho, como uma cicatriz. Posteriormente, uma
comissão médica declararia que esse sinal era de origem sobrenatural. Em vida,
frei Carlo falava de "um raio de luz" que o havia atingido no peito,
em 1648, numa igreja romana, durante êxtase profundo com Deus. O pedido de sua
canonização foi feito pouco tempo após sua morte, mas seria concluído somente
em 1959, pelo Papa João XXIII, que o proclamou santo. Seu corpo é conservado na
igreja do convento onde faleceu e sua festa é celebrada no dia seguinte ao da
sua morte, para não coincidir com a Epifania.
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