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Santo Aldo |
Santo
Aldo
Muito interessante a trajetória deste singelo e tradicional
santo de nome Aldo. Dele não se encontrou nada escrito no Calendário universal
da Igreja, e em nenhum Martirológio local. Apenas os jesuítas belgas, que
catalogaram a vida dos santos da Europa do Norte na obra publicada em 1.600,
citaram neste dia o nome de santo Aldo, sozinho e solitário. Sozinho, porque é
o único santo com este nome, e solitário, como foi e continua sendo difundido,
porque era um devoto ermitão. Ele se tornou monge, do mosteiro fundado pelo
irlandês são Columbano, na cidade de Bobbio, vizinha de Pavia, cidade que
guarda as suas relíquias. Aldo foi sepultado primeiro na capela de são
Columbano e depois transferido para a basílica de são Miguel, daquela cidade,
na Itália. Não sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Parece que viveu no
século VIII, mas foi num destes que a História definiu como
"obscuros". Conceito que, no caso de Aldo, se tornou verdadeiro, pois
não deixou transparecer nada sobre a sua vida e sua pessoa, deixou apenas uma
atmosfera de santidade. A tradição nos apresenta Aldo como um simples carvoeiro
de Carbonária e um ermitão. Um monge de mãos calejadas e rosto enegrecido pela
fuligem das carvoarias. Isto parece correto, porque os monges de sua comunidade
construíam uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retiravam nas
horas dedicadas à oração e à contemplação, e onde moravam. Depois saíam para o
trabalho diário, onde ganhavam o pão com o suor do rosto. Não é por acaso que
suas relíquias estão em Pávia, cidade que durante um período foi a capital do
Reino da Europa do Norte, conhecido como Lombardo. Provavelmente corria nas
veias deste santo ermitão o sangue deste povo, senão, pelo menos assim nos faz
pensar a origem do seu nome. "Ald" é uma palavra da Europa do Norte
que significa "velho", e parente do nosso Aldo "ancião", ou
melhor "homem maduro". Velhice e maturidade são, em geral, garantia
de sabedoria, portanto podemos dizer que Aldo mereceu o próprio nome, quando
escolheu a sabedoria mais sábia, a da santidade, alcançada através do caminho
mais invisível, o da solidão e do silêncio, da quietude interior e exterior, da
contemplação e da oração. Ele se afastava temporariamente das pessoas para dar
mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de
Deus. Não se evadia da comunidade mas contribuía para sua edificação com o
exemplo de uma vida santa e uma caridade ativa. Santo Aldo é considerado um
feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala
diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida
retirada do mundo e inserida em Deus. Foi canonizado e seu culto é muito
vigoroso nos países da Europa do Norte, especialmente na Irlanda. A Igreja o
declarou "Padroeiro dos Trabalhadores", e o celebra neste dia,
indicado como o da sua morte.
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