![]() |
SÃO MARTINIANO |
SÃO
MARTINIANO
São Martiniano foi eremita, mas acabou por tornar-se
andarilho para que o pecado nunca o achasse "em endereço fixo". Seu
argumento é justificável, já que ele pôde comprovar pessoalmente como a carne é
fraca e a vigilância tem que ser constante, principalmente para quem escolhe
uma vida santa e sacrificada. Ele havia sucumbido ao prazer da carne, mas
encontrou força na fé para se recuperar. Esse é seu exemplo maior. Martiniano
era natural da Cesaréia, na Palestina, e ali viveu no século IV. Muito jovem,
entregou-se à vida reclusa e passou a viver como eremita numa montanha próxima
à sua cidade natal, onde permaneceu por vinte e cinco anos. Sua fama percorreu
a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país que
lhe pedia conselhos, orientação espiritual e até a cura de doenças e expulsão
de maus espíritos. Ganhou fama de santo e essa fama atraiu Cloé. Cloé era
milionária e conhecida como uma mulher de maus costumes. Fez uma espécie de
aposta em seu círculo de amizades e afirmou que faria o santo se perder. Trocou
suas roupas luxuosas por andrajos e procurou Martiniano, pedindo abrigo. Ele
deixou que entrasse, mas tratou de dormir longe dali. Mesmo assim, ao voltar
pela manhã, Cloé trocara os farrapos por uma roupa muito sensual. Com
argumentos espertos seduziu Martiniano, que só ao sair da caverna para atender
discípulos, muitas horas depois, é que percebeu o que fizera. Arrependeu-se e
converteu Cloé que, a partir de então, recolheu-se ao convento de Santa Paula,
em Belém, passando ali o resto de seus dias. Santificou-se como consagrada. São
Martiniano mudou-se dali para uma ilha. Mas, certa vez, nas águas que rodeavam
a ilha, naufragou um navio e uma passageira donzela lhe pediu abrigo. Ele
consentiu que ficasse, mas abandonou o lugar a nado, apesar de o continente
ficar muito distante. Conta a lenda que Deus mandou dois delfins para apanhá-lo
e levá-lo à terra firme. O fato é que, ao chegar, tomou outra decisão radical.
Tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar ninguém e acabar abordado
pelo pecado. Passou a viver da caridade alheia e morreu em Atenas, no ano 400,
depois de parar a caminhada numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara,
recebeu os sacramentos e partiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário