Santo
Policarpo de Esmirna
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Santo Policarpo de Esmirna |
Nascido em uma família cristã da alta burguesia no ano 69, em
Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida nos foram
transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o
"Apóstolo da França" e sucessor de Timóteo em Lion. Policarpo foi
discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos
que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida,
sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo
foi escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo
próprio apóstolo João, o Evangelista. Foi amigo de fé e pessoal de Inácio
Antioquia, que esteve em sua casa durante seu trajeto para o martírio romano em
107. Este escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna, antes de
morrer, enaltecendo as qualidades do zeloso bispo. No governo do papa Aniceto,
Policarpo visitou Roma, representando as igrejas da Ásia para discutirem sobre
a mudança da festa da Páscoa, comemorada em dias diferentes no Oriente e
Ocidente. Apesar de não chegarem a um acôrdo, se despediram celebrando juntos a
liturgia, demonstrando união na fé, que não se abalou pela divergência nas
questões disciplinares. Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava
interessado em administração eclesiástica, mas em fortalecer a fé do seu
rebanho. Ele escreveu várias cartas, porém a única que se preservou até hoje
foi a endereçada aos filipenses no ano 110. Nela, Policarpo exaltou a fé em
Cristo, a ser confirmada no trabalho diário e na vida dos cristãos. Também
citou a Carta de Paulo aos filipenses, o Evangelho, e repetiu as muitas
informações que recebera dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, a
Igreja o considera "Padre Apostólico", como foram classificados os
primeiros discípulos dos apóstolos. Durante a perseguição de Marco Aurélio,
Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava, três dias antes de ser
preso. Avisou aos amigos que seria morto pelo fogo. Estava em oração quando foi
preso e levado ao tribunal. Diante da insistência do pro cônsul Estácio
Quadrado para que renegasse a Cristo, Policarpo disse: "Eu tenho servido
Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra
meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Foi condenado e ele mesmo
subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó
Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos".
Mas a profecia de Policarpo não se cumpriu: contam os escritos que, mesmo com a
fogueira queimando sob ele e à sua volta, o fogo não o atingiu. Os carrascos
foram obrigados a matá-lo à espada, depois quando o seu corpo foi queimado
exalou um odor de pão cosido. Os discípulos recolheram o restante de seus ossos
que colocaram numa sepultura apropriada. O martírio de Policarpo foi descrito
um ano depois de sua morte, em uma carta datada de 23 de fevereiro de 156, enviada
pela igreja de Esmirna à igreja de Filomélio. Trata-se do registro mais antigo
do martirológio cristão existente.
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