São Calisto |
São
Calisto
"Todo pecado pode ser perdoado pela Igreja, cumpridas as
devidas penitências". A frase conclusiva é do Papa Calisto I, ao se
posicionar no combate às idéias heréticas, surgidas dentro do clero, que iam
contra a Igreja. Calisto entendia muito bem de penitência. Na Roma do século
II, ele nasceu num bairro pobre e foi escravo. Depois, liberto, sua sina de
sofrimento, continuou. Trabalhando para um comerciante, fracassou nos negócios
e foi obrigado a indenizar o patrão, mas decidiu fugir, indo se refugiar em
Portugal. Encontrado, foi deportado para a ilha da Sardenha e punido com
trabalhos forçados. Porém, foi nesta prisão que sua vida se iluminou. Nas minas
da Sardenha, ele tinha contato direto com os cristãos que também cumpriam penas
por causa da sua religião. Ao vê-los heroicamente suportando o desterro, a
humilhação e as torturas sem nunca perder a fé e a esperança, em Cristo,
Calisto se converteu. Depois de alguns anos, os cristãos foram indultados e
Calisto retornou à vida livre, indo se estabelecer na cidade de Anzio. Alí
adquiriu reconhecimento dos cristãos, como diácono. Quando o Papa Zeferino,
assumiu o governo chamou o diácono para trabalhar com ele. Deu à Calisto várias
missões executadas com sucesso. Depois o nomeou responsável pelos cemitérios da
Igreja. Chamados de catacumbas, estes cemitérios subterrâneos da Via Ápia, em
Roma, tiveram importância vital para os cristãos. Além de ali enterrarem seus
mortos, as catacumbas serviam também para cerimônias e cultos, principalmente
durante os períodos de perseguição. Calisto começou suas escavações, as
organizou e valorizou. Nelas mandou construir uma capela, chamada Cripta dos
Papas, onde estão enterrados quarenta e seis pontífices e cerca de duzentos mil
mártires das perseguições contra os cristãos. Com a morte do Papa Zeferino
morreu, o clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo, mas ele sofreu
muita oposição por causa de sua origem humilde de escravo. Hipólito, um dos
grandes teólogos do catolicismo e pensadores da época, era o principal deles.
Hipólito tinha um entendimento diferente sobre a Santíssima Trindade e desejava
que determinados pecados não fossem perdoados. Entretanto o Papa Calisto I se
manteve firme na defesa da Igreja, causando o rompimento de Hipólito e seus
seguidores, respondendo a questão com aquela frase conclusiva. Anos depois,
Hipólito se reconciliaria com a Igreja, tornado-se mártir da Igreja, por não
negar sua fé em Cristo. O Papa Calisto I governou por seis anos. Neste período
concluiu o trabalho nas catacumbas romanas, conhecidas hoje como as catacumbas
de São Calisto. Em 222 ele se tornou vítima da perseguição, foi espancado, e
quase morto, jogado em um poço. Neste local agora se acha a Igreja de Santa
Maria, em Transtévere, que guarda o seu corpo, em Roma.
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