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Santa Úrsula e companheiras
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Santo Hilarião
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Santa Úrsula e companheiras
Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na
Inglaterra. Era uma linda menina, meiga, inteligente e caridosa. Cresceu muito
ligada à religião, seguindo os princípios da fé e amor em Cristo. A fama de sua
beleza espalhou-se e logo os pedidos de casamento surgiram. Mas por motivos
políticos seu pai aceitou a proposta feita pelo duque Conanus, pagão, oficial
de um grande exército amigo. Quando soube que o pretendente não era cristão,
Úrsula primeiro recusou, mas depois, devendo obediência a seu pai e rei,
aceitou, com a condição de esperar três anos, período que achou suficiente para
o duque converter-se ou desistir da aliança. Para isso rezava muito junto com
suas damas da Corte. Mas parecia ser um matrimônio inevitável. Na época
acertada, uma expedição, com dois navios, partiu levando Úrsula e suas damas.
Eram jovens virgens como ela e se casariam, também, com guerreiros escolhidos
pelo duque Conanus. As lendas e tradições falam em onze mil virgens, mas,
depois, outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que eram
onze meninas. O fato real e trágico foi que, navegando pelo rio Reno, quando
chegaram a Colônia, na Alemanha, a cidade estava sob o domínio do exército de
Átila, rei dos hunos, povo bárbaro e pagão. Logo os soldados hunos mataram
todos da comitiva e, das virgens, apenas Úrsula escapou, pois Átila ficou
maravilhado com a beleza e juventude da nobre princesa. Ele tentou seduzi-la e
propôs-lhe casamento. A custo da própria vida, Úrsula recusou-o, dizendo que
era já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo.
Cego de ódio, ele mesmo a degolou. Tudo aconteceu em 21 de outubro de 383. Em
Colônia, uma linda igreja guarda o túmulo de santa Úrsula e suas companheiras.
Na Idade Média a italiana Ângela de Mérici, leiga e terciária franciscana,
fundou uma Congregação de religiosas chamada Companhia de Santa Úrsula,
destinada à formação cristã das famílias através da educação das meninas,
futuras mães em potencial. Um avanço para as mulheres, pois até então só os
homens eram contemplados com a instrução. A fundadora escolheu santa Úrsula
como padroeira após uma visão que teve. Atualmente, as irmãs ursulinas, como
são chamadas as filhas de santa Ângela, celebrada em 27 de janeiro, estão
presentes nos cinco continentes. Com isso, a festa de santa Úrsula, no dia 21
de outubro, mantém-se sedimentada e muito robusta em todo o mundo católico.
Santo Hilarião
Nos primeiros séculos da história cristã, não havia conventos
na Palestina, até a chegada de Hilarião. Filho de pagãos, nasceu no ano 291, em
Tebata, na Palestina. Na idade adequada, foi enviado para estudar na
Alexandria, no Egito. Lá, teve influência de Áquila, fez muitos contatos com
cristãos, estudou a religião e converteu-se ao cristianismo. Tornou-se um
verdadeiro cristão. Vivia em oração e nas mais duras penitências, desejando
purificar-se para alcançar a santidade. Decepcionado com a futilidade de vida
urbana de Alexandria, foi para o deserto de Tebaida, onde se juntou à
comunidade do monge Antão, famoso pela extraordinária experiência de vida santa
no deserto. Com ele aprendeu a base da vida eremítica: orações contemplativas,
duras mortificações e severas penitências, para comungar com Deus, purificar-se
e, assim, alcançar a santidade. Aos poucos, contudo, foi se cansando com a
grande movimentação de pessoas que buscavam os conselhos e orientação de santo
Antão. Até que decidiu abandonar a comunidade e ir para sua terra natal. Lá, em
seguida, com muita tristeza no coração, assistiu à morte dos seus pais. Dividiu
sua parte da herança com os irmãos e os pobres e entregou-se nas mãos da Divina
Providência, retirando-se para o deserto de Maiuma, não muito distante. Sua permanência
mudou o panorama da Igreja na Palestina. As penitências de Hilarião e sua
extrema fé no Senhor começaram a operar prodígios. Curou muitos doentes com uma
simples oração e o sinal da cruz. Converteu milhares de pessoas através de seus
sermões. Mas para seu desgosto viu sua fama ganhar o mundo. De repente, deu-se
conta de que à sua volta estavam cerca de três mil pessoas ansiosas em seguir
seu modo radical de vida dedicada a Deus. Não teve alternativa senão construir
vários mosteiros para abrigar todos esses discípulos. Por esse motivo é
considerado padroeiro dos monges locais. Novamente, a grande movimentação de
pessoas, agora à sua procura, o fez buscar a solidão, vital para Hilarião, que
por ela entrava em comunhão com Deus. Voltou para o Egito. Mas a fama de
santidade nunca mais o abandonou. Era o abade que atraía leigos e religiosos,
pobres e ricos, onde quer que estivesse, e que procurava o local ideal para
viver sua espiritualidade. Então, foi para o Ocidente, na Sicília. De lá partiu
para a Dalmácia e depois para Chipre, onde se encontrou com outro importante
monge e padre do deserto, santo Epifânio. Assim, Hilarião, após as longas
jornadas, esquivando-se da fama, encontrou a paz e a solidão quando passou a
habitar uma gruta da pequena ilha de Pafo, Chipre. Já idoso, lá viveu a
plenitude de sua vida de religioso. Morreu aos oitenta anos, em 372. O seu
corpo, entregue ao discípulo Eusébio, foi trasladado para o Mosteiro de Maiuma.
São Jerônimo narrou a historia de sua vida. Santo Hilarião é festejado no dia
21 de outubro tanto na Igreja ocidental como na oriental.
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