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São Judas Tadeu
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São Simão
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Judas, apóstolo que celebramos hoje, para não ser confundido
com Judas Iscariotes, "apóstolo da perdição", o traidor de Jesus, foi
chamado nos evangelhos de Judas Tadeu. O nome Judas vem de Judá e significa
festejado. Tadeu quer dizer peito aberto, destemido, melhor ainda, magnânimo.
Era natural de Caná da Galiléia, na Palestina, filho de Alfeu, também chamado
Cléofas, e de Maria Cléofas, ambos parentes de Jesus. O pai era irmão de são José;
a mãe, prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto Judas era primo-irmão de Jesus
e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus. Os escritos
cristãos dessa época revelam mesmo esse parentesco, uma vez que Judas Tadeu
seria um dos noivos do episódio que relata as bodas de Caná, por isso Jesus,
Maria e os apóstolos estariam lá. Na Bíblia, ele é citado pouco, mas de maneira
importante. No evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por
Jesus. Enquanto nas escrituras de João ele é narrado mais claramente. Na ceia,
Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão deves manifestar-te
a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe que a verdadeira manifestação
de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua palavra. Também
faz parte do Novo Testamento a pequena Carta de São Judas, a qual traz os
fundamentos para perseverar no amor de Jesus e adverte contra os falsos
mestres. Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua
pregação na Galiléia. Realizou inúmeros milagres em sua caminhada pelo
Evangelho. Depois, foi para a Samaria e, próximo do ano 50, tomou parte no
primeiro Concílio, em Jerusalém. Em seguida, continuou a evangelizar na
Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou Simão, e passaram a viajar
juntos. Conta a tradição que percorreram juntos as doze províncias do Império
Persa, nas quais converteram muitos pagãos. Ainda segundo essa fonte, os dois
apóstolos foram torturados e mortos no mesmo dia, por pagãos perseguidores. Por
isso a Igreja manteve a mesma data para as duas homenagens. Ao certo, o que
sabemos é que o apóstolo Judas Tadeu tornou-se um mártir da fé, isto é, morreu
por amor a Jesus Cristo. A sua pregação e o seu testemunho eram tão intensos
que os pagãos se convertiam. Os sacerdotes pagãos, furiosos, mandaram
assassinar o apóstolo, a golpes de bastões, lanças e machados. Tudo teria
acontecido no dia 28 de outubro de 70. Os restos mortais, guardados primeiro no
Oriente Médio e depois na França, agora são venerados em Roma, na Basílica de
São Pedro. Considerado pelos cristãos o santo intercessor das causas
impossíveis, foi a partir da devoção de santa Gertrudes que essa fama ganhou
força no mundo católico. Ela, em sua biografia, relatou que Jesus lhe
aconselhou invocar são Judas Tadeu até nos "casos mais desesperados".
Depois disso, aumentou o número de devotos do seu poder de resolver as causas
que parecem sem solução. Diz a tradição que não há um devoto que tenha pedido
sua ajuda e não tenha sido atendido. A festa de são Judas Tadeu é celebrada no
dia 28 de outubro, tanto na Igreja ocidental como na oriental. No Brasil, é um
evento que altera toda a rotina do país, pois são multidões de católicos que
querem agradecer e celebrar o querido santo padroeiro nas igrejas.
São Simão
Simão é, talvez, o mais desconhecido dos apóstolos. Aliás, na
Bíblia mesmo, recebeu apelidos para ser diferenciado de Simão Pedro. Ele é
chamado de Simão, "o cananeu", pelos apóstolos Mateus e Marcos.
Alguns estudiosos cristãos entendem que este "cananeu" pode ser uma
referência a Canaã, a terra de Israel. Mas quando Lucas, no seu Evangelho, o
chama de "o zelote", parece querer indicar que Simão pertencera ao
partido judeu radical que tinha o mesmo nome. Os radicais zelotes pregavam a
luta armada contra os dominadores. Como se vê, Jesus queria, mesmo, um
colegiado de doze apóstolos que representassem todas as correntes políticas e
religiosas da época. Sabe-se que Simão, como todos os outros apóstolos dos
primeiros tempos do cristianismo, depois do Pentecostes percorreu caminhos
pregando o Evangelho sem nada levar consigo. Operou muitos milagres, curou
enfermos, limpou leprosos e expulsou espíritos maus. Conta uma antiga tradição
que Simão encontrou-se com o apostolo Judas Tadeu na Pérsia e, desde então,
viajaram juntos. Percorreram as doze províncias do Império Persa, deixando o
conhecimento histórico e religioso como foi encontrado num antigo livro da
época chamado "Atos de Simão e Judas", de autor desconhecido. Nele
consta que, no dia 28 de outubro do ano 70, houve o assassinato dos dois
apóstolos a mando dos sacerdotes pagãos, preocupados com a eloqüência das
pregações que convertiam multidões inteiras. Outras fontes falam da pregação de
Simão também no Egito, Líbia e Mauritânia. Segundo Eusébio, idôneo e célebre
historiador, Simão teria sido o sucessor de Tiago na cátedra de Jerusalém, nos
anos da trágica destruição da cidade santa. Conforme um antigo registro
atribuído ao famoso historiador Egesipo, Simão teria sido martirizado no ano
107, durante o governo do imperador Trajano, com cento e vinte anos de idade.
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