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Oração do dia 09/11/2012
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Elisabete da Trindade Catez
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Santo Orestes
Orestes é um nome de origem rude, de trágica lembrança, e
muito divulgado no mundo cristão. Rude porque significa "homem da
montanha". De lembrança trágica porque, segundo a literatura grega, era
filho de Agamênon, a quem vingou a morte ao matar a esposa adúltera, a própria
mãe. E divulgado entre os cristãos porque é o nome de um mártir da fé. No livro
dos santos da Igreja, só encontramos um com este nome. Dele sabemos, com certeza,
que no final da Antiguidade era venerado como um mártir no dia de sua morte: 9
de novembro. E que alguns mosteiros importantes foram dedicados a ele, como o
da Capadócia, no século IV. Mais tarde, soube-se da participação de um monge do
mosteiro de santo Orestes no segundo Concílio de Nicéia, onde saíram condenados
os hereges iconoclastas, isto é, os cristãos que destruíam as pinturas e
objetos sagrados. Provavelmente, esse monge era do Mosteiro da Capadócia, onde
as relíquias mortais do mártir Orestes estavam guardadas. Como a sepultura
estava sob a construção, os dados de santo Orestes nunca foram encontrados e
ninguém soube ao certo a sua origem. A tradição relata sua vida começando pelo
ponto culminante: a morte pelo testemunho da fé. A fé cristã sempre foi
marcada, ao longo dos séculos, pelos sacrifícios de seus seguidores, iniciados
com a crucificação pela Paixão de Jesus Cristo. Orestes foi mais um desses
mártires, provavelmente morrendo na última perseguição aos cristãos decretada
pelos romanos. Temos uma narração milenar vinda da Capadócia que nos coloca
Orestes como um médico acusado de incitar o povo contra a idolatria. Um médico,
de fato, pode exercer muita influência sobre o ânimo dos doentes, que estão
necessitados de ajuda material, mas que também precisam de conforto espiritual.
Denunciado como cristão e pregador da nova fé, Orestes não negou. Durante o
julgamento público, ele clamou que o céu lhe concedesse um prodígio capaz de
cair sobre o povo, que queria trair a verdade do cristianismo. Imediatamente,
foi atendido. Orestes, apenas com um sopro, fez as estátuas dos ídolos voarem
como folhas mortas e as colunas do templo caírem, como se fossem de fios de
palha. Foi condenado à morte. Mas antes foi torturado com pregos e arrastado
por um cavalo. No final, com o cadáver desfigurado, foi atirado num rio, que
devolveu seu corpo refeito e coberto com uma magnífica túnica. Foi assim que as
relíquias do mártir chegaram naquele antigo local, onde existiu o famoso
mosteiro de santo Orestes, na Capadócia, atual Turquia.
Elisabete da Trindade Catez
Elisabete Catez Rolland nasceu em Campo d'Avor, próximo de
Bourges, França, no dia 18 de julho de 1880. Filha de Francisco José e Maria,
foi batizada quatro dias depois. Ainda criança, distinguia-se pelo temperamento
apaixonado, um tanto agressivo e colérico, mas também transparecia no seu olhar
uma suave sensibilidade. No início de 1887, a família transferiu-se para a
cidade de Dijon, também na França. Porém, em outubro daquele ano, seu pai
faleceu de repente. E essa perda provocou uma mudança muito grande no seu
caráter. A partir daí, dedicou a vida para a oração e a serviço de Deus. A sua
primeira comunhão foi aos dez anos, ocasião que lhe deu a oportunidade de
visitar o Carmelo da cidade com outras companheiras. Na saída, todas receberam
um "santinho" com uma dedicatória da superiora. O seu dizia que o
nome Elisabete significa "casa de Deus". Desde os oito anos estudava
música no Conservatório de Dijon. Muito talentosa, em 1893 recebeu o primeiro
prêmio de piano do conservatório. Como toda jovem, Elisabete freqüentava a
sociedade local, onde se distraía nas festas da família e dos amigos. Mas
sempre se manteve fiel aos sacramentos recebidos na Igreja. Ao completar
quatorze anos, resolveu entrar para o Carmelo. Sua mãe foi contra, dizendo que
a escolha só seria definida na sua maioridade. Mesmo assim, Elisabete fez voto
de virgindade e ofereceu a Deus seus dotes musicais para a salvação da França.
Voltou sua vida para as orações, as leituras religiosas e a vida espiritual da
paróquia, mantendo, sempre, sua obediência à mãe. Foi a partir dos dezenove
anos que Elisabete começou a receber as primeiras graças místicas, que anotava
nos diários de orações. Quando completou a maioridade, em 1901, ingressou no
Convento do Carmelo Descalço de Dijon, com aprovação de sua mãe. Quatro meses
depois, vestiu o hábito e adotou o nome de irmã Elisabete da Trindade,
entregando-se ao mistério da Santíssima Trindade. Em janeiro de 1903, emitiu os
votos definitivos e nos próximos cinco anos entregou-se completamente a Deus na
Santíssima Trindade. E o Senhor purificou ainda mais sua alma pelo sofrimento
da doença de Addison, que a levou à morte no dia 9 de novembro de 1906. Com sua
vida e doutrina, breve, mas sólida, exerceu grande influência na
espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Suas
anotações reverteram em obras publicadas, das quais se destacaram
"Elevações", "Retiros", "Notas Espirituais" e
"Cartas". O papa João Paulo II beatificou-a em 1984 e designou o dia
de sua morte para a celebração de sua memória.
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