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Santo Alberto Magno
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São Leopoldo III |
Um ser pleno de virtudes, ciência, sabedoria e fé inabalável,
grandioso em todos os sentidos. Frei dominicano, pregador eloqüente, magistral
professor das ciências naturais e das doutrinas da fé, escritor, fundador,
bispo e, finalmente, doutor da Igreja. Sim, essas qualificações pertencem a
santo Alberto Magno, um dos mais importantes da Igreja e da humanidade. O
grande filósofo e teólogo que dedicou sua vida na busca incansável do encontro
da ciência com a fé, e que se destacou, principalmente, pela humildade e
caridade. Escreveu mais de vinte e duas obras sobre teologia e ciências
naturais - como a filosofia, a química, a física, e a botânica -, além de
inúmeros tratados sobre as artes práticas - como tecelagem, navegação,
agricultura, Foi, sobretudo, um profundo observador e amante da natureza. Por
tudo isso, ainda em vida era chamado de "o Magno" por seus
contemporâneos. Entretanto, ainda jovem, quase desistiu da vida religiosa,
sentia dificuldades no entendimento do estudo da teologia. Mas segundo ele
próprio, foi Nossa Senhora que o fez perseverar. Devotíssimo da Virgem Maria,
durante as orações ela o teria aconselhado a não desistir, pois, se o fizesse,
pouco a pouco os dons que tinha recebido lhe seriam tirados. Desde então,
dizia: "Minha intenção última está na ciência de Deus". E sem dúvida,
a forma rápida e fácil como aprendia tudo e a clareza com que pregava,
explicava e ensinava, eram dons divinos. Nascido em 1206, na Alemanha, Alberto
pertencia à influente e poderosa família Bolsadt, rica, nobre, cristã e de
tradição militar. Piedoso desde a infância, Alberto recebeu uma educação muito
aprimorada, digna dos nobres. Porém sempre deixou evidente a sua preferência
pelos estudos das ciências naturais e pela religião às alegrias fúteis da
Corte. Aos dezesseis anos, foi para a Universidade de Pádua, na Itália, onde,
sob a tutela de Maria, completou os estudos superiores. Em 1229, tornou-se
frade dominicano pregador. Lecionou nos principais pólos de cultura europeus de
sua época, Itália, Alemanha e França. Em Paris, atraiu tantos estudantes e
discípulos que teve de lecionar em praça pública. Que passou a ser chamada de
praça Maubert, graças a santo Alberto Magno. O nome é uma derivação de Magnus
Albert, e existe até hoje. Lá, entre seus discípulos, estava santo Tomás de
Aquino, outro dominicano cuja importância não é menor. Em 1254, eleito superior
provincial de sua ordem na Alemanha, abriu mão da cátedra de Paris para ficar na
comunidade dominicana sob sua direção, quando demonstrou todo o seu espírito de
monge pobre e humilde. Viajou por grande parte da Alemanha sempre a pé e
pedindo esmolas no caminho para alimentar-se. Assim, ele fundou vários
conventos, além de renovar os já existentes. Em 1260, foi nomeado bispo de
Ratisbona, ocupando o cargo por dois anos, quando pediu exoneração. Não estava
interessado no poder e sim no saber, voltou para a vida simples no convento que
ele fundara e ao ensino na Universidade de Colônia. Já entrado nos setenta
anos, foi incumbido pelo papa Urbano IV de liderar as cruzadas na Alemanha e na
Boêmia. Em 1274, teve participação decisiva na união da Igreja grega com a
latina, no segundo Concílio de Lyon. Três anos antes de sua morte, santo Alberto
Magno começou a perder a memória. Mandou, então, construir sua própria
sepultura, e rezava o ofício dos mortos todos os dias. Morreu, serenamente, no
dia 15 de novembro de 1280. O papa Pio XI canonizou-o proclamou-o doutor da
Igreja em 1931. Dez anos depois, o papa Pio XII declarou-o padroeiro dos
estudiosos das ciências naturais.
São Leopoldo III
Entre os antepassados de quase todas as casas reais sempre
aparece a figura de um santo célebre. São Leopoldo é um bom exemplo, tendo o
seu nome se tornado comum entre os reinantes da Áustria, até porque ele mesmo
também foi um dos coroados. Pertencia à casa real de Bagengerg, da Áustria, que
há muitos séculos descendia dos de imperadores de Augsburg e dos grãos duques
de Lorena. Nascido em Melk no ano de 1073, foi batizado com o nome de seu pai.
Foi um exemplo de rei, cristão, esposo e pai. Em 1096, sucedeu a seu pai, como
Leopoldo III, e assumiu o reino quando o país começava a ser uma grande
potência européia. Casou-se com a irmã do rei Henrique V da Alemanha, a
princesa Inês, que era viúva e tinha três filhos. Com Leopoldo teve mais
dezoito filhos, os quais, uma vez crescidos, povoaram conventos, mosteiros e
episcopados como uma verdadeira semeadura de virtude cristã. Dele floresceram
para a Igreja dois relevantes servidores, os santos Conrado, bispo de Salzburg,
e Oto, bispo de Freising. A sua vida privada foi similar e digna dos ascetas,
por isso era chamado de "o Pio". Os quarenta anos do seu reinado
foram justos e prósperos, apesar de ter guerreado contra os húngaros, os quais
conseguiu expulsar. Sob seu comando, a cidade de Viena converteu-se em sede da
Corte e em porto de grande importância. Ganhou o amor e o respeito do seu povo
como governante hábil, firme, honrado, e caridoso, que o apelidou carinhosamente
de "pai dos pobres". Com a morte de seu cunhado, Henrique V, foi
proposto como imperador da Alemanha. Mas Leopoldo recusou, entendendo que não
lhe cabia por direito real, e ficou na Áustria com o seu povo. Como grande
benfeitor da Igreja, a sua constante preocupação foi fundar e aparelhar igrejas
e mosteiros. Ajudou, generosamente, o Mosteiro de Melk, sua cidade natal, e
fundou o de Neuburg, em Viena, onde, depois, foi sepultado. Mas a sua maior
inspiração foi à fundação do mosteiro beneditino, a partir do que antes era uma
simples capela dedicada à Virgem Maria. O local depois se tornou o Santuário de
Mariazell, hoje famoso como o mais antigo e mais importante santuário mariano
de toda a Áustria. Rota constante dos mais simples peregrinos, onde se incluíram
sempre os reis e os imperadores que iam para pedir, honrar e agradecer à Virgem
Santíssima a sua proteção ao seu povo, a exemplo do seu fundador, rei Leopoldo
III, fiel devoto de Maria. Morreu em Viena, com fama de santidade, no dia 15 de
novembro de 1136, em meio a forte comoção popular. Foi canonizado, em 1486,
pelo papa Inocêncio VIII. São Leopoldo, o Pio, é o padroeiro da Áustria e sua
festa é comemorada nacionalmente.
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