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Santa Gertrudes
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Santa Margarida da Escócia
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A vida contemplativa foi a forma escolhida por santa
Gertrudes para dedicar-se a Deus. Nascida em Eisleben, na Saxônia, em 1256, ao
contrário do que alguns historiadores dizem, ela não pertencia à nobreza, mas
seus pais eram bem estabelecidos e cristãos fervorosos. Aos cinco anos de
idade, foi entregue ao Mosteiro cisterciense de Helfa, onde cresceu adquirindo
grande cultura profana e cristã. Possuidora de grande carisma místico,
tornou-se religiosa consagrada. Conviveu no mosteiro com a grande mística
Matilde de Magdeburg, mestra de espiritualidade, que escreveu em forma de
poesia todas a sua preciosa vivência mística, depois encerrada num livro.
Matilde foi o personagem decisivo na vida interior de muitas jovens que dela se
aproximavam. Era mestra de uma espiritualidade fortemente ligada ao chamamento
místico. Com ela, Gertrudes desenvolveu a sua de modo muito semelhante,
recebendo, em seguida, através de suas orações contemplativas, muitas
revelações de Deus. A partir dos vinte e cinco anos de idade, teve a primeira
das visões que, como ela mesma narrou, transformaram sua vida. Toda a sua rica
experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do divino amor",
talvez a mais importante obra cristã tendo como temática a teologia mística.
Nele, também conta que, constantemente, era tomada por arrebatamentos sublimes
e tristezas profundas advindas do estudo da Palavra. Essa notável mística
cristã do período medieval foi uma das grandes incentivadoras da devoção ao
Coração de Jesus, culto que alcançaria enorme expansão, no futuro, com santa
Margarida Maria Alacoque, no século XVII. Mais tarde, foi eleita abadessa,
cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas
por mais de dez anos até ir comungar com seu amado esposo, Jesus, na casa do
Pai, em 1302. A tradicional festa em sua memória, no dia 16 de novembro, foi
autorizada e mantida nesta data pelo papa Clemente XII, em 1738.
Santa Margarida da Escócia
Uma rainha tão boa para os súditos que, embora estrangeira,
foi profundamente amada por eles. Uma mulher tão cheia de fé que soube mostrar
como uma coroa real pode unir-se à coroa da fé. Através do exemplo de sua vida
pessoal, levou um país inteiro ao cristianismo, desde a sua época até hoje.
Assim foi a rainha Margarida, a santa protetora do povo escocês. Nascida em
1046, na Hungria, era uma mulher da nobreza, de grande devoção cristã, culta,
inteligente, e possuidora de uma sutil e fina diplomacia. As questões políticas
levaram-na a asilar-se na Escócia, onde conheceria seu futuro marido. Sua mãe,
Águeda, irmã da rainha da Hungria, descendia de santo Estevão e de Eduardo,
pretendente ao trono da Inglaterra, expulso pelo usurpador rei Canuto. Numa época
tão conturbada, mesmo depois da morte desse último, somente a Escócia conseguiu
dar abrigo seguro a essa família real para escapar de atentados fatais. Não
demorou muito para que o rei Malcom III se encantasse com a sua delicada e
nobre figura, de personalidade forte e frágil ao mesmo tempo, e a pediu em
casamento. Margarida tinha, então, vinte e três anos e aceitou, porque assim
agindo compreendeu que poderia melhor levar a mensagem de Cristo ao povo
escocês, ainda pagão. Seu marido não era uma pessoa má, nem violenta, mas sim
um pouco rude e ignorante. Não sabia ler, por isso tinha grande respeito por
sua mulher instruída. Beijava o livro de orações que ela lia junto dele com
devoção e sempre pedia seus conselhos. A rainha, pacientemente e pouco a pouco,
alfabetizou-o, sem nunca se sobrepor à sua autoridade. Ela era discreta,
modesta e humildemente respeitosa à sua condição de chefe de um povo e uma
nação. Quando o rei Malcom III foi tocado pela fé, converteu-se e foi batizado.
Essa atitude do rei mudou completamente os destinos do país, pois o povo também
se converteu. O casal teve oito filhos, seis homens e duas mulheres, que
receberam instrução e educação cristã necessária aos nobres. O rei também
passou a ter uma visão cristã na compreensão dos problemas de seus súditos, e
os tratou com total consideração, respeito, bondade e justiça. No palácio, a
rainha continuou a partilhar, diariamente, em sua própria mesa, com órfãos,
viúvas, pedintes e velhos desamparados. O rei compartilhava dessa alegria e das
obras beneficentes em socorro e amparo aos excluídos. Fundaram muitas igrejas,
mosteiros e conventos. Segundo a história da Escócia, foi um período de reinado
justo, próspero e feliz para o povo e para a nação. A rainha Margarida tinha
apenas quarenta e seis anos quando foi acometida de grave doença. E resistiu
pouco tempo depois que recebeu a notícia da morte do seu marido e do filho mais
velho, que caíram combatendo no castelo de Aluwick. Morreu no dia 16 de
novembro de 1093, na cidade de Edimburg, e foi sepultada em Dunferline,
Escócia. Venerada ainda em vida pela santidade, foi canonizada, em 1251, pelo
papa Inocêncio IV. O culto que celebra santa Margarida da Escócia com grande
festa ocorre, no dia de sua morte, em todo o mundo católico.
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