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Santo Valério de Treviri
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Santo Valério de Ravena |
Nesta data as homenagens da Igreja estão voltadas para dois
santos com o mesmo nome, Valério e ambos bispos, mas viveram em séculos bem
distantes. O primeiro a ser canonizado, foi o da diocese de Treviri. O segundo
foi o de Ravena, que pode ser encontrado na outra página. Uma tradição muito
antiga nos conta que o bispo de Treviri, chamado Valério, foi discípulo do
apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a
população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo
menos dois séculos antes. Entretanto, Valério realmente foi o bispo de Treviri
e prestou um relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma.
Primeiro auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois
colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no Livro
dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha. Nos registros posteriores,
revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os
motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre
Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e
expressivos". Talvez o mais significativo, tenha sido quando Valério,
trouxe de volta a vida do companheiro Materno com o simples toque do seu bastão
episcopal. Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido,
Eucario, o teria avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido
no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do
século IV. A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos
procuravam a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto
se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério,
principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o elegeram
como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se
encontram na basílica de São Matias, na cidade de Treviri, atualmente chamada
de Tries, na Alemanha. A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Santo Valério de Ravena
Recordamos hoje dois santos bispos com o mesmo nome, Valério.
O primeiro, morreu cinco séculos antes, na sua sede episcopal em Treviri, na
Alemanha, e pode ser lido na outra página. O segundo, faleceu no dia 15 de
março de 810 e foi o bispo de Ravena, em Roma, na Itália. Este Valério, bispo
de Ravena, que faleceu em março, passou a ser comemorado no dia 29 de janeiro,
por ser confundido com o primeiro que faleceu neste dia, o qual já tinha um
culto cristalizado entre os peregrinos e devotos. O erro partiu de um copista
do Vaticano, em 1286, que acreditou se tratasse de um santo só. Excluiu a festa
de março e manteve no calendário da Igreja a data da comemoração mais antiga, e
assim ficou. Valério de Ravena, também sofreu fortes perseguições políticas
dentro do próprio clero. Mas o pior foi que para agradar o imperador Carlos
Magno, que não simpatizava com ele, o bispo foi vítima de uma sórdida intriga
política. No dia 8 de abril de 808, dia de Palmas, dois nobres condes paladinos
chegaram cedo na cúria, conversaram com Valério que os acolheu e deu
hospedagem. Participaram de todas as celebrações pertinentes à data e depois de
almoçarem com o bispo, partiram agradecidos. Depois, em troca de favores da
corte, estes nobres mandaram uma carta ao papa Leão III, informando que durante
a refeição, daquele dia, o bispo Valério, havia proferido palavras tão
impróprias, que não poderiam ser repetidas nem por escrito. Mais tarde quando
surgiram outras divergências políticas, o papa Leão III escreveu numa carta à
Carlos Magno, que ele mesmo contestava a santidade do bispo e lhe contou sobre
os dois condes. Outras fontes históricas da Santa Sé, entretanto, comprovaram
que o arcebispo de Ravena era um pastor zeloso e batalhador pela causa do bem
da doutrina cristã, especialmente na luta contra a heresia ariana. Valério
administrou a diocese de Ravena entre 788 e 810. O arcebispo Simeão trasladou
suas relíquias para a catedral, em 1222, concedendo uma indulgência especial à
basílica de santo Apolinário, por "reverências ao bem-aventurado
Valério".
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