![]() |
Apresentação do Senhor
|
![]() |
Maria Domenica Mantovani
|
A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um
preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um
ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo.
Desde o século quatro essa festa era chamada de "Purificação de
Maria". Com a reforma litúrgica de 1960, passou-se a valorizar o sentido
da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se
cumprisse, marcando em conseqüência a aceitação por parte de Maria do que o Pai
preparara para o fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada então como
a da "Apresentação do Senhor". No templo, a família foi recebida pelo
profeta Simeão e pela profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu
evangelho, da seguinte maneira: "Assim que se completaram os dias da
purificação conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para
apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo
varão primogênito será consagrado ao Senhor" e para oferecerem em
sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou
dois pombinhos. Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito
piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.
Pelo Espírito Santo foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o
Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os
pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus,
e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar teu servo morrer em paz segundo a
tua palavra, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste ante a face
de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do teu povo,
Israel". José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de
Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um
sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada
atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos
corações". (Lucas 2,22-35). Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o
esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a
família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa
comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda
dos Navegantes.
Maria Domenica Mantovani
Maria Domenica, primogênita de quatro irmãos, nasceu em
Castelletto de Brenzone, em Verona, no dia 12 de novembro de 1862. Teve nos seus
pais João Batista Mantovani e Prudência Zamperini, e no seu avô, que vivia com
eles, a influência profunda de uma família honesta e cristã de trabalhadores
simples, piedosos e dignos. Freqüentou apenas a escola primária, por causa da
pobreza da família. Mas a falta de cultura foi compensada pelos dotes de
inteligência, vontade e grande senso prático. Desde criança mostrou sua vocação
religiosa e incentivada pelo avô, dedicava-se à oração e a tudo o que se
referia a Deus. Casa, escola e igreja foram os campos que forjaram o seu
caráter. Maria Domenica tinha quinze anos, quando chegou o novo pároco Padre
José Nascimbeni, mais tarde também beatificado. Desde então ele se tomou o seu
diretor espiritual, que intuindo seu temperamento generoso, a forte vontade de
prosseguir na vida da perfeição, conduziu-a seguro e lúcido, para as mais altas
conquistas espirituais. Ela foi a sua primeira colaboradora nas muitas
atividades paroquiais. Dedicava-se ao ensino do catecismo às crianças, visitava
e assistia os doentes e os pobres. Inscrita na Pia União das Filhas de Maria,
foi sempre fiel na observância do Regulamento, tornando-se espelho e modelo
para suas companheiras. Assim, aos vinte e quatro anos no dia da Virgem
Imaculada da Conceição, aos 8 de dezembro de 1886, na presença do pároco,
emitiu os voto de perpétua virgindade, dedicando-se completamente à Deus e
empenhando-se no auxílio ao pároco em todas as suas iniciativas pastorais.
Quando o Padre Nascimbeni, depois de se aconselhar com o Bispo, decidiu fundar
uma nova família religiosa, encontrou em Maria Domenica a sua principal
colaboradora e que se tornou sua co-fundadora; junto com outras três jovens. As
quatro fizeram um breve noviciado junto às Terciárias Franciscanas de Verona e
em 1892, emitiram a profissão, iniciando em Castelletto o novo Instituto
chamado " Pequenas Irmãs da Sagrada Família", cujo nome se tornou o
indicativo da orientação apostólica e espiritual da nova congregação. Maria
Domenica Mantovani mudou o nome para Maria Josefina da Imaculada e foi
escolhida como primeira superiora da casa, cargo que exerceu até a morte. Ela
contribuiu muito na elaboração das Constituições e na formação das Irmãs.
Colaboração que foi determinante para o desenvolvimento e expansão do
Instituto. Sua obra completou a do Fundador, de tal forma que se confundiam. A
ação dele era intensa, forte, enérgica; a dela era delicada, escondida, embora
também firme. Ambas se apoiavam em eloqüentes exemplos e pacientes esperas.
Depois da morte do Fundador, em 1922, Maria Domenica continuou a guiar o
Instituto, com ânimo, prudência, grande entrega a Deus e profundo senso de
responsabilidade. E teve a graça de ver a aprovação canônica definitiva das
Constituições e do Instituto, antes de morrer. Soube assim que a obra teria
continuidade com as mil e duzentas Irmãs espalhadas por cento e cinqüenta casas
filiais na Itália, Suíça, Albânia, Angola, Argentina, Paraguai, Uruguai e
Brasil, dedicadas às mais variadas atividades apostólicas e caritativas. Aos
setenta e dois anos de idade Madre Maria Josefina da Imaculada faleceu depois
de breve enfermidade, no dia 02 de fevereiro de 1934. Sepultada no cemitério de
Castelletto de Brenzone; desde 1987 seu corpo incorrupto foi transladado para o
mausoléu, já ocupado pelo Fundador, no interior da Casa-mãe do Instituto,
naquela cidade. O Papa João Paulo II beatificou Maria Domenica Mantovani em
2003, destinando sua festa para o dia de seu transito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário