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Santo Efrém
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José de Anchieta |
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Ana Maria Taigi
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Efrém nasceu no ano 306, bem no início do século IV, na
cidade de Nisibi, atual Turquia. Cresceu em meio a graves conflitos de ordem
religiosa, além das heresias que surgiam tentando abalar a unidade da Igreja.
Mas todos eles só serviram de fermento para que sua fé em Cristo e sua ardente
devoção à Virgem Maria vigorassem e se firmassem. O pai de Efrém era sacerdote
pagão, embora sua mãe, cristã, defendesse a liberdade religiosa educando o
filho dentro dos preceitos da palavra de Cristo. Ele foi educado na infância
entre a dualidade do paganismo do pai e do cristianismo da mãe, pois o Edito de
Milão, autorizando a liberdade de culto, só entrou em vigor quando ele já tinha
sete anos de idade. Mas o patriarca da família jamais aceitou a fé professada
pelo filho. Como não o venceu nem com a força, nem com argumentos, expulsou-o
de casa. Efrém foi batizado aos dezoito anos e viveu do seu próprio sustento,
trabalhando num balneário local. No ano 338, Nisibi foi invadida pelos persas.
Efrém, então diácono, deslocou-se para a cidade de Edessa, também atual
Turquia. Os poucos registros sobre sua vida contam-nos que era muito austero.
Ele dirigiu e lecionou uma escola que pregava e defendia os princípios
cristãos, escrevendo várias obras sobre o tema. Como não sabia grego, sua obra
ficou isenta da influência dos teólogos seus contemporâneos, inclinados à
controvérsia da Trindade. Efrém foi um ardente defensor da genuína doutrina
cristã antiga. Com veia poética, seus sermões atraiam multidões e sua escola
era muito concorrida pelo conteúdo didático simples e exortativo, atingindo
diretamente o povo mais humilde. Na sua época estava-se organizando o canto
religioso alternado nas igrejas. Esse movimento foi iniciado pelos bispos
Ambrósio de Milão e Diodoro da Antioquia. A colaboração do diácono Efrém de
Nisibi foram poesias na língua nativa próprias para o canto coletivo, o que
permitiu uma rápida divulgação. Por sua linguagem poética recebeu o apelido
carinhoso de "Harpa do Espírito Santo". Somente a Nossa Senhora
dedicou mais de vinte poemas, transformados em hinos. Suas poesias eram tão
populares e empolgantes que da Síria espalharam-se e chegaram até o Oriente
mediterrâneo, graças a uma cuidadosa e fiel tradução em grego. Efrém morreu no
dia 9 de junho de 373, em Edessa, sem ter sido ordenado sacerdote. Desde então,
é venerado neste dia por sua santidade, tanto pelos católicos do Oriente como
do Ocidente. O papa Bento XV declarou-o doutor da Igreja em 1920.
José de Anchieta
José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, na cidade
de São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, do arquipélago das Canárias,
Espanha. Foi educado na ilha até os quatorze anos de idade. Depois, seus pais,
descendentes de nobres, decidiram que ele continuaria sua formação na
Universidade de Coimbra, em Portugal. Era um jovem inteligente, alegre,
estimado e querido por todos. Exímio escritor, sempre se confessou influenciado
pelos escritos de são Francisco Xavier. Amava a poesia e mais ainda, gostava de
declamar. Por causa da voz doce e melodiosa, era chamado pelos companheiros de
"canarinho". Mas também tinha forte inclinação para a solidão. Tinha
o hábito de recolher-se na sua cela ou de retirar-se para um local ermo a fim
de dedicar-se à oração e à contemplação. Certa vez, isolou-se na catedral de
Coimbra e, quando rezava no altar de Nossa Senhora, compreendeu a missão que o
aguardava. Naquele mesmo instante, sentiu o chamado para dedicar sua vida ao
serviço de Deus. Tinha dezessete anos e fez o voto de consagrar-se à Virgem
Maria. Ingressou na Companhia de Jesus e, quando se tornou jesuíta, seguiu para
o Brasil, em 1553, como missionário. Chegou na Bahia junto com mais seis
jesuítas, todos doentes, inclusive ele, que nunca mais se recuperou. Em 1554,
chegou à capitania de São Vicente, onde, junto com o provincial do Brasil,
padre Manoel da Nóbrega, fundou, no planalto de Piratininga, aquela que seria a
cidade de São Paulo, a maior da América do Sul. No local foi instalado um
colégio e seu trabalho missionário começou. José de Anchieta não apenas
catequizava os índios. Dava condições para que se adaptassem à chegada dos
colonizadores, fortalecendo, assim, a resistência cultural. Foi o primeiro a
escrever uma "gramática tupi-guarani", mas, ao mesmo tempo, ensinava
aos silvícolas noções de higiene, medicina, música e literatura. Por outro
lado, fazia questão de aprender com eles, desenvolvendo diversos estudos da
fauna, da flora e do idioma. Anchieta era também um poeta, além de escritor. É
célebre o dia em que, estando sem papel e lápis à mão, escreveu nas areias da
praia o célebre "Poema à Virgem", que decorou antes que o mar
apagasse seus versos. A profundidade do seu trabalho missionário, de toda a sua
vida dedicada ao bem do próximo aqui no Brasil, foi exclusivamente em favor do
futuro e da sobrevivência dos índios, bem como para preservar sua influência na
cultura geral de um novo povo. Com a morte do padre Manoel da Nóbrega em 1567,
o cargo de provincial do Brasil passou a ser ocupado pelo padre José de
Anchieta. Neste posto mais alto da Companhia de Jesus, viajou por todo o país
orientando os trabalhos missionários. José de Anchieta morreu no dia 9 de junho
de 1597, na pequena vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito
Santo, sendo reconhecido como o "Apóstolo do Brasil". Foi beatificado
pelo papa João Paulo II em 1980. A festa litúrgica foi instituída no dia de sua
morte.
Ana Maria Taigi
Ana Maria Antonia Gesualda nasceu na bela cidade toscana de Siena,
em 29 de maio de 1769, na Itália. Era filha única de um conceituado
farmacêutico de Siena. A família foi obrigada a emigrar para Roma em busca de
melhores condições de vida, quando os negócios pioraram. Ali, viveram na
pobreza, com Ana Maria abandonando seus estudos para trabalhar e ajudar no
sustento da casa. Mas a vida mundana de luxo fácil que a cidade eterna
proporcionava chegou a tentar esta jovem que sonhou com tudo isto. Conseguiu
passar ilesa porque se casou, aos vinte e um anos, com Domingos Taigi, servidor
do palácio Chigi. Ele era um homem piedoso, mas de caráter difícil e grosseiro,
que nunca compreendeu exatamente os dons especiais da esposa. Vivendo no
ambiente da corte, o casal acabou buscando a felicidade fútil das festas,
vaidades, diversões e fortuna. Depois de três anos ela viu o vazio de sua vida
familiar e o quanto estava necessitada de Jesus. Foi à uma igreja e fez uma
confissão profunda com um sacerdote que se tornou seu orientador espiritual.
Foi nesse instante que ocorreu sua conversão. A partir de então iniciou uma
nova vida, dedicada aos deveres cristãos, e a procura da santificação. Ana
Maria quis entregar-se a duras penitências, mas o padre a fez compreender que
seu sacrifício consistia no amor e fidelidade ao sacramento do casamento e no
papel de mãe. A sua família foi crescendo com a chegada dos sete filhos, três
dos quais morreram ainda pequenos, e dos seus velhos pais. Mas encontrava tempo
para ajudar nas despesas da casa costurando sob encomenda. O pouco que tinha
era sempre dividido com os pobres e doentes, que nunca deixou de ajudar. Mais
tarde, quando a filha Sofia ficou viúva com seis filhos, foi Ana Maria que os
acolheu e criou, dando-lhes a formação reta no seguimento de Jesus e na devoção
a Maria. Em 1808, recebeu autorização e ingressou na Ordem Terceira secular da
Santíssima Trindade. Favorecida com dons especiais da profecia, tornou-se
conhecida por seus conselhos no meio do clero. Ana Maria tornou-se muito
respeitada durante todos os quarenta e sete anos em que "um sol luminoso
aparecia diante dos olhos, onde via os acontecimentos do mundo, os pensamentos
e as almas das pessoas", como ela mesma descrevia. Foi conselheira
espiritual de vários sacerdotes, hoje todos santos, como Vincente Pallotti,
Gaspar Del Búfalo, Vicente Maria Strambi, de nobres e outras personalidades
eclesiásticas ilustres. Ela faleceu em 9 de junho de 1837. O papa Bento XV
beatificou-a em 1920, designou sua celebração para o dia de sua morte e
declarou-a padroeira das mães de família. O corpo da bem-aventurada Ana Maria
Taigi, que prodigiosamente se conservou incorrupto, está guardado na igreja de
São Crisógono, em Roma, numa capela a ela dedicada.
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