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São João de Sahagun
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S.Bernardo de Menton (de Aosta) |
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Santo Onofre |
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São Gaspar Bertoni
São João de Sahagun
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João Gonzáles de Castrillo, filho de nobres e cristãos,
nasceu em 1430 na cidade de Sahagun, reino de León, Espanha. Estudou na sua
cidade natal com os monges beneditinos da abadia de São Facundo, recebendo a
ordenação sacerdotal em 1453. O arcebispo de Burgos nomeou-o seu pajem e depois
cônego e capelão da diocese. Depois da morte do bispo, João doou todos os seus
bens, menos uma residência, onde construiu a capela de Santa Agnes, em Burgos.
Devoto da Santíssima Eucaristia, celebrava a missa diariamente, ministrando o
sacramento, pregando para a população pobre e ignorante. Essa era sua maneira
de catequizar. Mas depois João afastou-se para cursar teologia na faculdade de
Salamanca. Porém, antes de retornar à sua diocese, deixou sua marca naquela
cidade. Consta dos registros oficiais que, certa vez, a comunidade dividiu-se
em dois partidos antagônicos e a disputa saiu do campo das idéias para chegar a
uma luta de vida e morte. Entretanto, antes que a batalha iniciasse, João
colocou-se entre os dois, pregou, orientou, aconselhou e um pacto de paz foi
assinado entre eles para nunca mais haver derramamento de sangue. Desde então ganhou
o apelido de "O Pacificador". O seu fervor ao celebrar o santo
sacrifício emocionava os fiéis, que em número cada vez maior acorria para ouvir
seus ensinamentos. Um fato foi relatado sobre ele e que todos aqueles que
estavam dentro da igreja também presenciaram: a forma do corpo de Jesus em uma
de suas consagrações. Com isso passou a ser o conselheiro espiritual de todos
na cidade e todos seguiam seus conselhos. Em 1463, ele foi acometido de uma
doença muito grave. Na ocasião, decidiu que, depois de curado, entraria para
uma ordem religiosa. No ano seguinte, ingressou na Ordem dos Eremitas de Santo
Agostinho, em Salamanca. Conhecido como João de Sahagun, logo foi o noviço
sênior, enquanto continuava a pregar em público, tornando seus sermões cada vez
mais eloqüentes e destemidos. Consta que, durante uma de suas pregações,
condenava com veemência os poderosos e, ao perceber a presença de um duque que
se sentiu atingido pelo discurso, disse diretamente a ele que não temia a
morte, como se adivinhasse seus pensamentos. Chamado de apóstolo de Salamanca,
foi eleito prior da comunidade em 1478. Ele mesmo previu a sua morte. Que
ocorreu como uma conseqüência dos dons que possuía de enxergar o coração das
pessoas e de aconselhá-las, para conseguir a conversão e a remissão da vida
pecadora desses cristãos. Ele foi envenenado, por vingança de uma ex-amante,
cujo companheiro, convertido por ele, a abandonou para voltar à vida familiar
cristã. João de Sahagun morreu em 11 de junho de 1479. Venerado ainda em vida por
sua santidade, depois da morte as graças e milagres por sua intercessão
continuaram a ocorrer. O seu culto foi autorizado para o dia 12 de junho,
quando foi declarado santo pela Igreja, em 1690. A cidade de Salamanca
considera são João de Sahagun um dos seus padroeiros.
São Bernardo de Menton (de Aosta)
Bernardo viveu no século IX. Pouco se sabe sobre sua origem,
não é certo, mas parece que pertencia à família dos barões de Menton, da corte
francesa. Entretanto documentos da época confirmam que, na Itália, Bernardo era
o arcedecano da catedral de Aosta, conhecido pela oratória nas pregações. Ele
será sempre lembrado como reconstrutor de um dos pontos mais destruídos da
Europa: a passagem de Monte Giove, atualmente chamada de Grande São Bernardo,
onde também havia um mosteiro. Essa região de vales era uma rota importante que
ligava Londres, na Inglaterra, a Perugia, na Itália, permitindo o trânsito de
mercadorias, pessoas e idéias. Desde o final do século IX, esses vales e
colinas passaram a viver um inferno. Os exércitos árabes dominaram a região,
achacando a população, provocando seqüestros, matanças, incendiando mosteiros,
igrejas e aldeias inteiras. Até que Guilherme da Provença colocou um ponto
final nessa situação. Destruiu a base armada dos árabes, provocando a retirada
de todos, mas, em conseqüência, a região ficou completamente destruída. Foi
nesse contexto que apareceu Bernardo. Ele recuperou o mosteiro lá existente,
criando uma nova comunidade religiosa, que, sob a sua direção, com determinação
e competência, reorganizou a população e reconstruiu as aldeias e vales. Assim,
o paraíso voltou a reinar, pouco a pouco, com os habitantes fixando-se na
região. Depois, os novos religiosos, com o tempo, converteram-se em cônegos
regulares e chegaram a formar uma congregação, a qual se dedicou a evangelizar
as regiões montanhosas da Ásia Central. Eles se tornaram também famosos por
utilizarem cães auxiliadores, conhecidos pelo nome de "São Bernardo",
pois se originaram nesse mosteiro, e que tanto serviços prestaram para resgatar
os alpinistas perdidos. Este foi o outro Bernardo atuando, aquele
evangelizador. Talvez a parte menos comentada de sua vida. Em sintonia com a
reforma interna da Igreja, Bernardo era contra a ignorância religiosa, os maus
costumes do clero, o abandono dos fiéis e o comércio das coisas espirituais.
Pois foi trabalhando nessa causa que a morte o levou, em 12 de junho de 1081,
no Convento de Novara. A Europa conseguiu reerguer-se, após mil anos de
invasões de árabes, normandos, eslavos e húngaros, graças a homens como
Bernardo de Aosta. Seu corpo foi sepultado na catedral de Novara, na Itália.
Inscrito no Martirológio Romano em 1681, são Bernardo de Aosta foi proclamado
pelo papa Pio XI, em 1923, padroeiro dos povos dos Alpes, dos alpinistas e dos
esquiadores.
Santo Onofre
Onofre foi um eremita que viveu no Egito no final do século
IV e início do século V. Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio.
Acostumado a fazer visitas a alguns eremitas na região de Tebaida, esse abade
empreendeu sua peregrinação a fim de descobrir se também seria chamado a
vivê-la. Pafúncio perambulou no deserto durante vinte e um dias, quando,
totalmente exausto e sem forças, caiu ao chão. Nesse instante, viu aparecer uma
figura que o fez estremecer: era um homem idoso, de cabelos e barbas que
desciam até o chão, recoberto de pêlos tal qual um animal, usando uma tanga de
folhas. Era comum os eremitas serem encontrados com tal aspecto, pois viviam
sozinhos no isolamento do deserto e eram vistos apenas pelos anjos. No final,
ficavam despidos porque qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada e
reposta. No primeiro instante, Pafúncio pôs-se a correr, assustado, com aquela
figura. Porém, minutos depois, essa figura o chamou dizendo que nada temesse,
pois também era um ser humano e servo de Deus. O abade retornou ao local e os
dois passaram a conversar. Onofre disse a Pafúncio o seu nome e explicou-lhe a
sua verdadeira história. Era monge em um mosteiro, mas sentira-se chamado à
vida solitária. Resolveu seguir para o deserto e levar a vida de eremita, a
exemplo de são João Batista e do profeta Elias, vivendo apenas de ervas e do
pouco alimento que encontrasse. Onofre falou sobre a fome e a sede que sentira
e também sobre o conforto que Deus lhe dera alimentando-o com os frutos de uma
tamareira que ficava próxima da gruta que era sua moradia. Em seguida, conduziu
Pafúncio à tal gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o
pôr-do-sol, quando apareceu, repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e
água que os revigorou. Pafúncio falou a ele sobre seu desejo de tornar-se um
eremita. Mas Onofre disse que não era essa a vontade de Deus, que o tinha
enviado para assistir-lhe a morte. Depois, deveria retornar e contar a todos
sua vida e o que presenciara. Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a
eucaristia a Onofre antes da morte, no dia 12 de junho. Retornando à cidade,
escreveu a história de santo Onofre e a divulgou por toda a Ásia. A devoção a
este santo era muito grande no Oriente e passou para o Ocidente no tempo das
cruzadas. O dia 12 de junho foi mantido pela Igreja, tendo em vista a época em
que Pafúncio viveu e escreveu o livro da vida de santo Onofre, que buscou de
todas as maneiras os ensinamentos de Deus.
São Gaspar Bertoni
Nascido em Verona (Itália), em 9 de outubro de 1777, viveu
num tempo em que a cidade era disputada entre franceses e austríacos. O povo
sofria a fome, feridos lotavam os hospitais, crianças sem escola, juventude
desorientada, o próprio clero sofria. Gaspar cresceu nesse ambiente,
enfrentando também problemas familiares: morte da irmã, separação dos pais.
Entrou no Seminário e ordenou-se sacerdote, com 23 anos de idade, em 20 de
setembro de 1800. Ainda seminarista, dedicava-se ao cuidado dos doentes, ao
trabalho com a juventude, sendo reconhecido como "Apóstolo dos
jovens". A pedido do Bispo, resgatou a dignidade do clero, e o Seminário
tornou-se exemplo de ordem e disciplina. Colaborou na páróquia de San Fermo,
como excelente pregador, o que lhe valeu o título de "Missionário Apostólico".
Mas, aos poucos, Deus o foi chamando para a fundação de uma Congregação
religiosa, numa época em que as Congregações eram perseguidas e até suprimidas,
consideradas grupos de rebeldia contra franceses e austríacos. Inspirado em
Santo Inácio de Loyola, ele, com alguns companheiros, iniciaram uma escola
anexa à Igreja dos Estigmas, lembra as chagas ou estigmas de São Francisco de
Assis. Aí nascia uma Ordem Religiosa que, após a morte de São Gaspar, recebeu o
nome de: "Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus
Cristo" os Estigmatinos. Em reconhecimento à autoridade e ao apoio dos
bispos, denominam-se: "Missionários Apostólicos em Auxílio aos
Bispos". Padre Gaspar procurava fazer tudo segundo a vontade de Deus.
Desde os 35 anos, enfrentou sérios problemas de saúde, suportou terríveis
sofrimentos, sem nem mesmo uma queixa. Fez de suas enfermidades motivos de
redenção e de louvor a Deus. Chamava-as "Escola de Deus", que ensina
o perdão e a confiança nele. Padre Gaspar morreu, com quase 76 anos, em 12 de
junho de 1853 e foi canonizado por João Paulo II, em 1 de novembro de 1989.
Celebra-se sua festa litúrgica dia 12 de junho.
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